Por Barbara Rodrigues Em Minha História de Fé Atualizada em 10 FEV 2020 - 11H54

Uma vida transformada pelo sim de Maria!

Uma vida transformada pelo sim de Maria!

Por um longo tempo, a vida de Fernando Ramos foi movida pelo vazio. Entretanto, Deus sabia o seu ponto fraco. Nossa Senhora interveio e fez o caminho do assistente técnico esbarrar com o Frei Sebastião e o sonho da Milícia da Imaculada

O relacionamento com a família nunca foi fácil para Fernando. A ausência constante do pai e do irmão dificultava ainda mais a situação em casa. Logo, o jovem conheceu o mundo das drogas, e este lhe pareceu surpreendentemente acolhedor. Contudo, o uso das drogas apresentaram um lado violento na personalidade de Fernando, e ele não se reconhecia mais. Com o passar do tempo, Fernando notou que apesar de consumir drogas seu organismo não tinha dependência de tais substâncias. A qualquer momento poderia deixá-las, mas faltava um motivo para fazer isso: “Eu não tinha um objetivo na minha vida. Consequentemente não tinha o porquê de sair daquela situação. No momento aquilo era a única verdade existente. ”.

Foi no ano de 1969 que o assistente técnico descobriu o sentimento responsável por levá-lo a novos horizontes. Já estava tarde quando Fernando foi até um local de prostituição perto da Estação da Luz, em São Paulo, e conheceu uma garota. Juntos, os dois foram para o quarto e lá o jovem quis conversar: “Antes de tudo queria falar com ela, e foi então que percebi que ela era muda!”. A compaixão ao perceber a fragilidade daquela garota foi tamanha que o coração de Fernando ardeu em brasa. Pegou o dinheiro que estava na carteira e o entregou. “Lembro que olhei em seus olhos e pedi para ela mudar de vida. Ela merecia mais”, recorda.

O jovem de 18 anos saiu do prédio sem compreender aquele sentimento. Foi até a estação esperar o trem para Santo André. Sua intenção era comprar droga para esquecer aquela sensação, mas Deus com Sua sabedoria agiu novamente. Enquanto esperava o trem, Fernando escutou o choro incessante de um bebê. A mãe ninava o seu filho, mas nada o tranquilizava. O choro o incomodou de tal maneira que ele foi até a mulher. “O olhar daquela mãe era de puro sofrimento, por isso perguntei por que o neném chorava tanto. Como resposta soube que o bebê não tinha o que comer, estava com fome”, recorda. Naquele momento, o jovem colocou a mão no bolso, tirou o dinheiro e o dilema se formou: comprar as drogas ou o leite para o bebê? A compaixão foi mais forte e, segundos depois, Fernando escalava as escadas no terminal para ir até a padaria preparar o alimento para a criança. Quando voltou e entregou a mamadeira, a mãe verificou a temperatura e o gosto do leite e depois, solenemente, deu ao bebê enquanto aconchegava-o no colo. Fernando lembra que esse carinho de mãe o dilacerou por dentro.

Em setembro de 1975 Fernando se casou e, cinco anos depois, ele recebeu o convite para participar do Encontro de Casais numa igreja evangélica. Aceitou e em pouco tempo sua vida começou a mudar. Contudo, apesar de participar ativamente da igreja, sentia um vazio no coração.

Em 1982, Fernando caminhava pela Avenida Lucas Nogueira, em São Bernardo do Campo - SP, e a igreja da Paróquia Santíssima Virgem chamou sua atenção. Movido a entrar, abriu as portas de vidro e foi até altar. Sem entender muito bem o que estava fazendo, ajoelhou-se em frente ao sacrário. No silêncio ele sentiu uma moção interior e compreendeu a mensagem de Deus que pedia para ele voltar, que ali era o seu lugar. Suas raízes católicas fortaleceram a necessidade do chamado que Deus lhe fazia ali. Ele queria receber os sacramentos que faltavam e fez sua escolha. Ao voltar para casa, Fernando contou tudo o que tinha acontecido para sua esposa Nereide. Juntos decidiram então fazer o Encontro de Casais com Cristo (ECC) na Igreja Católica.

A partir do encontro de casais e de algumas atividades exercidas na Paróquia da Santíssima Virgem, Fernando se aproximou do Frei Sebastião Benito Quaglio: “Ele virou para mim um amigo! Quando eu ia rezar junto com ele, sempre me tranquilizava e isso me ajudava”.

Há cerca de 29 anos, antes do ano de fundação da Milícia da Imaculada no Brasil, o Frei Sebastião partilhou com o assistente técnico alguns dos projetos para trazer a MI para o nosso país. Em seguida, um convite foi feito a Fernando: ajudar a conduzir a primeira Rádio Imaculada Conceição (RIC). “No momento não respondi, resolvi ouvir, tomar ciência, guardar no coração e depois rezar para eu ter a resposta certa”, comenta.

Após aceitar o pedido, Fernando, como voluntário, ficou responsável pela manutenção das coisas: “Eu fazia de tudo um pouco, eu era como um coringa”. Recorda também que os primeiros telefones da MI foram instalados por ele. Logo após os primeiros anos, Fernando começou a participar semanalmente da programação da RIC.

Essa experiência diária na MI fez com que o mílite se aproximasse cada vez mais de Nossa Senhora. Fernando explica que via como era grande a sede do povo pela Palavra de Deus, e percebia como o Frei Sebastião conduzia os fiéis até a fonte que é Jesus por meio da intercessão da Imaculada. Por esses motivos sabia que, em todos os caminhos, a MI foi preparada por Deus: “Jesus foi concebido após Maria dizer o seu sim. Depois, São Maximiliano Kolbe disse seu sim a Ela, e o Frei Sebastião disse também sim ao ideal de Nossa Senhora e São Maximiliano de levarem todos ao conhecimento de Jesus. E, agora, aqui estamos nós!”. E acrescenta uma observação com alegria: “Enquanto São Maximiliano estava prestes a morrer, Nossa Senhora preparava o Frei Sebastião para nascer e dar continuidade ao projeto dela!”.

Fernando, atualmente com 64 anos de idade, reconhece com clareza a importância de um sim: “Vai além da palavra. Na luta por realizar os projetos de Deus, dizer sim é lançar a rede com alegria, pois todos somos convidados a anunciar a Boa-Nova, assim como fui convidado a anunciar como São Maximiliano Kolbe”.

Por fim, ele diz que Nossa Senhora, junto com a MI, o ajudou a transformar seu temperamento. Ele quis se tornar uma pessoa paciente porque dentro de uma família ou comunidade você tem sabores e dissabores, mas precisa sempre aprender a amar os outros como eles são.




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