O Ministério da Saúde divulgou os dados do novo boletim epidemiológico sobre a situação do sarampo no país. Nos últimos 90 dias, foram confirmados 2.753 casos da doença em 13 estados brasileiros. De acordo com o novo boletim da doença, entre 09 de junho a 31 de agosto deste ano, o Brasil notificou mais de 20 mil casos, sendo que pouco mais de 15 mil permanecem em investigação.
O levantamento foi divulgado nessa quarta-feira (4), e revelou quatro mortes por causa da doença, sendo três crianças e um adulto. Em nenhum dos quatro casos foi comprovada a proteção contra o sarampo. Por isso, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Kleber, afirma que, nesse momento, a decisão de priorizar a vacinação de crianças é a mais correta.
“Nós tivemos quatro óbitos confirmados, sendo três em menores de um ano. Isso demonstra que a nossa estratégia, desde o início, de vacinar as crianças ela está correta. Então esse é o foco: vacinar as crianças de seis meses 11 meses e 29 dias e realizar a vacinação de rotina que é com 12 e 15 meses. É fundamental proteger crianças menores de cinco anos porque elas precisam que os adultos as levem as unidades de saúde”.
O Ministério da Saúde enviou mais de um milhão e meio de doses extras da vacina tríplice viral para todos os estados. Essa é uma medida preventiva que deve proteger quase um milhão e meio de crianças, que não receberam a dose extra, chamada de ‘dose zero’. O objetivo é intensificar a vacinação dessas crianças, uma vez que o sarampo é uma infecção muito contagiosa, só que mais perigosa para as crianças, inclusive podendo levar à morte.
O sarampo é uma doença viral grave e altamente contagiosa que pode evoluir para complicações e levar à morte. É transmitido por um vírus. Os primeiros sintomas são febre, tosse, coriza, como se fosse um resfriado comum. O paciente pode ter perda de apetite e apresentar conjuntivite, com olhos vermelhos, lacrimejantes e fotofobia.
Surgem manchas vermelhas na pele. Essas erupções começam no rosto, na região atrás da orelha, e vão se espalhando pelo corpo. O paciente também pode sentir dor de garganta.
A maioria dos pacientes começa a se sentir melhor depois de dois dias do início da erupção cutânea. Depois de três a quatro dias, as manchas começam a ficar mais castanhas e tendem a desaparecer. A pele pode descamar como se fosse uma queimadura de sol. Muitos ainda têm tosse por uma ou duas semanas.
A grande preocupação é que o sarampo, em crianças pequenas e pacientes imunocomprometidos, pode levar a complicações. A diarreia é a complicação mais comum, mas outras podem aparecer como otite média aguda, pneumonia, hepatite e, até mesmo, encefalite.
A maioria dos casos de mortes decorrem de complicações no trato respiratório ou de encefalite.
A transmissão ocorre no contato de pessoa para pessoa e pela propagação no ar. As gotículas de secreções respiratórias de um paciente que tem sarampo podem permanecer no ar por até duas horas, ou seja, a doença pode ser transmitida em espaço público mesmo que não haja contato de uma pessoa com outra. Grandes surtos têm ocorrido em locais de aglomeração como escolas, clubes, aeroportos, shoppings.
A pessoa que tem sarampo pode começar a transmitir a doença cerca de cinco dias antes de aparecerem as manchas na pele. Além disso, ela continua transmitindo o vírus quatro dias depois de as erupções terem desaparecido.
A vacina é a única forma de prevenção. Para combater o avanço do sarampo no país, o Ministério da Saúde recomenda uma “dose zero”, para crianças de 6 meses a 11 meses e 29 dias. É considerada uma dose extra que não substitui as vacinas do calendário nacional de vacinação – a primeira dose aos 12 meses e uma segunda dose aos 15 meses.
Se um paciente tomou apenas uma dose até os 29 anos, precisa completar o esquema vacinal com uma segunda dose.
Se a pessoa não tomou nenhuma dose, perdeu o cartão de vacinação ou não se lembra se tomou a vacina, o ideal é que ela procure um posto de saúde. Se ela tiver de 1 a 29 anos, precisa tomar duas doses da vacina, com intervalo de 30 dias entre elas. Se tiver de 30 a 49 anos, tem de tomar apenas uma dose.
Não existe tratamento específico para o sarampo. É necessário que o paciente faça repouso e beba bastante líquido para evitar a desidratação. Como é uma virose, o tratamento é de suporte e tem apenas o objetivo de melhorar o conforto do paciente.
Boleto
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