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CNBB pede ao legislativo que rejeite projeto de legalização dos jogos de azar no Brasil

Projeto de Lei que legaliza os jogos de azar no Brasil foi aprovado pela Câmara dos Deputados em 2022, e aguarda votação no Senado

Escrito por Angelica Lima

12 DEZ 2023 - 07H00

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) reiterou, por meio de nota e de vídeo, sua posição contrária ao projeto de lei que visa legalizar os jogos de azar no Brasil. Na nota, a Presidência da entidade recorda o posicionamento divulgado em 1º de fevereiro de 2022, quando a Câmara dos Deputados havia aprovado, com urgência, a Lei 442/91. Agora, com o debate em vista no Senado Federal, a CNBB relembra o que já foi afirmado sobre o tema.

“O voto favorável ao jogo será, na prática, um voto de desprezo à vida, à família e a seus valores fundamentais. O Brasil não precisa disso!”, afirmam os bispos.

Confira a nota na íntegra:

Brasília-DF, 11 de dezembro de 2023

NOTA DA CNBB CONTRÁRIA À LEGALIZAÇÃO DOS JOGOS DE AZAR NO BRASIL

Uma árvore má não pode dar frutos bons (cf. Mt 7,18)

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, através de sua Presidência, vem reiterar a sua posição contrária à legalização dos jogos de azar no Brasil.

No dia 1º de fevereiro de 2022, a CNBB lançou uma Nota Oficial, na ocasião em que a Câmara dos Deputados havia aprovado, com urgência, a Lei 442/91. No momento atual, o Senado recoloca o tema em pauta, para possível votação. Diante disso, queremos relembrar o que já foi afirmado por esta Conferência:

1º) Os argumentos de que esta liberação aumentará a arrecadação de impostos, favorecerá a criação de postos de trabalho e contribuirá para tirar o Brasil da atual crise econômica seguem a repudiante tese de que os fins justificam os meios. Esses falsos argumentos não consideram a possibilidade de associação dos jogos de azar com a lavagem de dinheiro e o crime organizado. Diversas instituições de Estado têm alertado que os cassinos podem facilmente transformar-se em instrumentos para que recursos provenientes de atividades criminosas assumam o aspecto de lucros e receitas legítimas.

2º) Cabe-nos, por razões éticas e evangélicas, alertar que o jogo de azar traz consigo irreparáveis prejuízos morais, sociais e, particularmente, familiares. Além disso, o jogo compulsivo é considerado uma patologia no Código Internacional de Doenças, da Organização Mundial de Saúde. O sistema altamente lucrativo dos jogos de azar tem sua face mais perversa na pessoa que sofre dessa compulsão. Por motivos patológicos, esta pessoa acaba por desprezar a própria vida, desperdiçar seus bens e de seus familiares, destruindo assim sua família. Enquanto isso, as organizações que têm o jogo como negócio prosperam e seus proprietários se tornam cada vez mais ricos. A autorização do jogo não o tornará bom e honesto.

A CNBB, portanto, reafirma a rejeição a este Projeto de Lei e a qualquer outra iniciativa que pretenda regularizar os jogos de azar no Brasil. O voto favorável ao jogo será, na prática, um voto de desprezo à vida, à família e a seus valores fundamentais. O Brasil não precisa disso!

Que Maria, Mãe de Jesus, Nossa Senhora Aparecida, interceda pelo Brasil e todo o seu povo, para que cresça a justiça, a solidariedade e a paz em todas as famílias e na sociedade.

Dom Jaime Spengler, Arcebispo da Arquidiocese de Porto Alegre – RS - Presidente da CNBB

Dom João Justino de Medeiros da Silva, Arcebispo da Arquidiocese de Goiânia – GO - 1º Vice- Presidente da CNBB

Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa, Arcebispo da Arquidiocese de Olinda e Recife – PE - 2º Vice-Presidente da CNBB

Dom Ricardo Hoepers, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Brasília – DF - Secretário-Geral da CNBB









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