COP 30: No coração do mundo

A Amazônia, coração verde do planeta, vai pulsar mais forte em 2025. É em Belém do Pará que o mundo inteiro vai se reunir para discutir o futuro da Terra durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP 30. O evento acontecerá entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025, reunindo líderes e representantes de 143 países em torno de um mesmo propósito: cuidar da Casa Comum.

A COP, ou Conferência das Partes, nasceu a partir da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, firmada na Rio-92. Foi ali que o mundo deu um passo decisivo para enfrentar o aquecimento global e promover um desenvolvimento sustentável. Desde então, as conferências se tornaram espaços de diálogo e compromisso entre as nações, que buscam soluções para reduzir os impactos das mudanças climáticas e proteger o planeta.

Em entrevista ao Imaculada Notícias, Eduardo dos Santos Soares, secretário de articulação da REPAM Brasil (Rede Eclesial Pan-Amazônica), destacou a importância da participação da Igreja na COP 30. Segundo ele, a Rede está se preparando para levar à conferência pautas fundamentais, como a defesa dos territórios amazônicos, a adaptação climática e o debate sobre as emissões de gases e a exploração do petróleo.

Para fortalecer essa presença, a REPAM inaugurou neste ano um escritório em Belém, voltado à articulação de ações e diálogos em vista da COP 30. “Queremos que as vozes da Amazônia sejam ouvidas, para que o mundo reconheça a riqueza e a complexidade dessa região”, afirmou Eduardo.

A preparação para a conferência também é acompanhada de expectativas por resultados concretos. O diretor do Observatório do Clima, Márcio Astrini, em entrevista à Rádio Agência Nacional, destacou que o sucesso da COP 30 dependerá da capacidade dos países de transformar promessas em compromissos reais. Ele reforçou que a transição energética será um dos grandes pontos da agenda, com a necessidade de os países planejarem juntos o afastamento dos combustíveis fósseis, considerados os grandes vilões do meio ambiente.

A Igreja Católica, por sua vez, tem buscado inspirar uma conversão ecológica, como explica Dom Pedro Brito, arcebispo de Palmas (TO). Para ele, a preservação ambiental é uma expressão concreta da fé. “Há grupos muito comprometidos com essa causa, mas também existem resistências. Nosso desafio é conscientizar, promover o respeito e o cuidado com a criação”, destacou. Dom Pedro também chamou atenção para o que chama de “pecado ecológico”: o desperdício, a destruição e o descuido com o planeta.

Mais do que um evento, a COP 30 é um chamado à responsabilidade e à esperança. O fato de acontecer em Belém, no coração da Amazônia, tem um valor simbólico e espiritual profundo, é como se o mundo voltasse o olhar para o lugar de onde vem o sopro da vida.

A série “COP 30: No coração do mundo” vai acompanhar de perto esse caminho de preparação, trazendo as vozes da floresta, da ciência e da fé, unidas pelo mesmo sonho: cuidar da vida em todas as suas formas.

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No próximo episódio, vamos falar sobre “Clima em transformação: os desafios do aquecimento global”, um olhar sobre o que está acontecendo com o planeta e o que ainda podemos fazer para mudar essa história.