A Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Rede CLAMOR Brasil e a Rede Solidária para Migrantes e Refugiados (RedeMiR) emitiram uma nota, na quinta-feira (03), por justiça no caso do brutal assassinato do jovem congolês Moïse Kabagambe, de 24 anos, na última semana no Rio de Janeiro, por ter cobrado o seu salário pelos dias trabalhados. O crime aconteceu próximo de um quiosque na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.
De acordo com a nota, “a barbárie tem sido normalizada quando envolve pessoas pobres, em situação de vulnerabilidade, da periferia. Grande parte da população migrante e refugiada se insere nesse grupo”.
No documento, as instituições destacam que garantir os direitos mais básicos de migrantes e refugiados é um desafio constante no Brasil. “Nunca será demais reafirmar a importância da defesa dos Direitos Humanos em um país que lamentavelmente segue marcando sua história enraizada na violência”, destaca o texto.
Na nota, entidades expressam seus sinceros sentimentos e solidariedade à família de Moïse e à comunidade congolesa no Brasil e cobram das autoridades públicas “justiça pelo assassinato de Moïse Kabagambe com a responsabilização dos culpados por essa inaceitável e brutal conduta de quem covardemente tirou a vida deste jovem de 24 anos.”
O arcebispo de Feira de Santana (BA) e referencial para a Pastoral Afro Brasileira da CNBB, dom Zanoni Demetino Castro, escreveu o artigo “Brasil, que matas o povo negro e oprimis sua gente, que vergonha!”. No texto, o bispo destaca que o assassinato de Moïse não pode ser considerado um fato isolado. “O fato não pode ser visto isolado do contexto que vivem e passam milhares de jovens negros e negras mortos nos últimos tempos”, diz o texto.
Dom Zanoni alerta no artigo que “o cenário é desolador para nossas famílias e comunidades negras. Queremos manifestar nossa solidariedade à família de Moise Mugenyi e às demais famílias, pela dor, sofrimentos e o luto”.
O referencial da Pastoral Afro-Brasileira, finaliza o texto clamando “queremos externar nossa indignação com o genocídio de nossa juventude negra. Vidas negras importam. Somos 56% do total da população brasileira e por isso, conclamamos as autoridades civis e jurídicas competentes a tomar uma atitude em favor da vida, a favor das vidas negras. Pedimos que os autores destas mortes sejam punidos na forma da Lei.”
A Arquidiocese do Rio de Janeiro também divulgou uma nota sobre a morte do congolês – que era assistido pela Caritas Arquidiocesana, em que rechaça todo o tipo de violência que fere a dignidade humana e rompe a vida.
No documento, o arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal Orani João Tempesta faz um apelo. “Diante de acontecimentos como este, assim como tantos outros cenários de violência, eu creio que algo urgente deve ser feito por toda a sociedade brasileira, tanto as igrejas, como as organizações, entidades sociais e governos. Somente um grupo não consegue dar conta dessa transformação social que exige e supõe mudança cultural, mais justiça social, paz e perdão”.
Fonte: CNBB
Pedro não é um super-herói
Pedro então não é um super-homem, afirmou o Papa: é um homem como nós, que diz "sim" a Jesus com generosidade em sua imperfeição. E é com essa humanidade verdadeira que o Espírito forma a Igreja. “Pedro e Paulo eram pessoas verdadeiras, e nós, hoje mais do que nunca, precisamos de pessoas verdadeiras.”
Entenda a dinâmica da 60ª Assembleia Geral da CNBB
Com a característica de ser também eletiva, neste ano, o episcopado brasileiro vai eleger, para o próximo quadriênio 2023-2026, os novos quatro membros para compor a presidência da CNBB; a presidência de cada uma de suas 12 comissões; dois representantes para o Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam) e dois delegados para o Sínodo 2023.
Tem início a 60ª Assembleia Geral da CNBB
A abertura aconteceu na manhã desta quarta-feira com a fala do Núncio Apostólico no Brasil, dom Giambattista Diquattro, representante do Papa Francisco no Brasil.
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