A igreja Católica celebra todos os anos a grandiosa festa da Páscoa, que é considerada a mais importante de todas as festas, em seu calendário litúrgico. Pela ressurreição, a igreja celebra com muito júbilo a Vitória de Jesus Cristo sobre o pecado e a morte.
Em entrevista à Rede Imaculada de Comunicação, o bispo da diocese de Araçuaí em Minas Gerais, Dom Esmeraldo Barreto de Farias fala sobre a festa da Ressurreição. Confira:
Dom Esmeraldo, nós temos na igreja dois ciclos litúrgicos que nos orientam na caminhada de fé, que é o Natal e a Páscoa. Sendo o Natal a celebração do nascimento de Jesus, por que a Páscoa é a principal festa da igreja?
Nós encontramos na Carta aos Coríntios, São Paulo, que proclama: “se Cristo não tivesse ressuscitado, nossa fé seria em vão, seria sem sentido”. Então, é na Páscoa que nós vemos aquela promessa que Deus já tinha feito no passado e que está no antigo testamento, essa promessa de uma nova e eterna Aliança e essa nova e eterna Aliança, ela se concretiza com a Entrega de Jesus, a sua paixão, a morte, e a ressurreição. No evangelho de São João, no capítulo 13, antes de iniciar o lava pés, o evangelho diz que “Jesus, sabendo que tinha vindo do Pai, voltava para o Pai, e tomando consciência de que ele amava os seus que estavam no mundo, e amou-os até o fim. Ele toma então a água na bacia, a toalha, e começa a lavar os pés dos seus apóstolos”. Então ele ama os seus, que estão no mundo e ama até o fim. Então é a paixão, morte, ressurreição de Jesus e a entrega de sua vida que dá sentido à nossa vida. E é através da sua morte e ressurreição, que a própria morte fica vencida porque a morte não tem mais a última palavra. Nós acreditamos na vida eterna. Esta vida eterna é marcada, aberta para todos por nosso Senhor Jesus Cristo. Então, é a partir do mistério da Páscoa que toda a nossa fé encontra sentido. A Páscoa é a festa maior. É a partir dela que nós celebramos todos os outros mistérios da nossa fé. É a partir dela que a gente vivencia o segmento a Jesus.
Muita gente pode pensar que a Páscoa começou com a ressurreição de Jesus, mas a festa da Páscoa já era celebrada desde o antigo testamento. Qual a diferença da celebração da Páscoa antes e depois da ressurreição de Jesus?
Em primeiro lugar, quero lembrar que no livro do êxodo, nós encontramos, a partir do capítulo 12, a narração da Páscoa. Essa palavra que significa “passagem”. E qual foi a passagem para o povo de Israel? A saída do cativeiro do Egito, onde viveram muitos e muitos anos, e o caminho saindo do Egito, passando por todo o deserto, até chegar à Terra prometida, como Deus já havia prometido a Abraão, e depois renova esta Aliança com Moisés e com os demais. E essa passagem era marcada por uma ceia. E no livro do Êxodo, quando Moisés diz assim: “vocês contem, de agora em diante, todos os anos, quando estivermos celebrando esse grande milagre de Deus, que foi retirar-nos da escravidão do Egito, contem para os seus filhos e assim uns vão contando para os outros, que foi Deus quem os tirou”. E aquela ceia se tornou um memorial. Eles tinham um modo de fazer. Matar o carneiro, os pães sem fermento, as folhas amargas. Aí eles cantavam, rezavam. Tanto é que, quando Jesus foi celebrar a última ceia, como ele fazia todos os anos. Nos três últimos anos com os apóstolos e, antes, com seus familiares. Então ali, Jesus está com os pães, está com o vinho e Jesus está cantando Salmos. Isso encontramos nos evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas. Agora, qual é a novidade? A novidade é que a Páscoa do antigo testamento é a Páscoa para um povo. Este é o primeiro ponto. É o povo de Israel, que está sendo libertado. E agora com Jesus, é a Páscoa para todos os povos, para todas as pessoas, não é só para uma cultura. Veja que, quando Jesus toma o cálice naquela última ceia, que ele diz assim: “Tomai e bebei todos vós. Este é o cálice do meu sangue, que será derramado por vós e por todos”. Então, esta abertura é a salvação agora que vem não só para um povo, mas que vem para todos os povos. O segundo ponto importante de diferença é que Moisés recomenda e faz aquela aspersão na Aliança que é feita no Monte Sinai. O sangue com o qual ele asperge o povo é o sangue de animais. Agora, qual é o sangue que nos liberta de todo o mal? É o sangue de nosso senhor Jesus Cristo. O próprio Jesus, então vai dizer: “este é o cálice do meu sangue, da nova e eterna Aliança”, então não mais a Aliança do antigo testamento do Monte Sinai, mas é a Nova Aliança, eterna Aliança que não haverá mais outra, e ela é para a remissão dos pecados de todos as pessoas. Daquele tempo e agora, hoje, amanhã e sempre.
“ É a Paixão, Morte, Ressurreição de Jesus e a entrega de sua vida que dá sentido à nossa vida. E é através da sua morte e ressurreição, que a própria morte fica vencida porque a morte não tem mais a última palavra.”
A Páscoa na Igreja Católica é muito rica em símbolos. Um deles é o Círio Pascal. Qual é o seu significado?
Vamos lembrar o que está no livro do Êxodo, capítulo 13, versículo 21, onde lemos que o povo, saindo do Egito, estava caminhando pelo deserto. O povo era guiado de dia por uma nuvem, e de noite por uma coluna de fogo que os iluminava. O que é essa coluna de fogo, trazida para a Páscoa de Jesus, para a Páscoa do novo testamento? É para lembrar que agora é o próprio Jesus que ilumina, como o próprio Jesus diz no Evangelho de São João, Capítulo 8: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida”. Jesus é a luz do mundo e é esta luz que ilumina agora a nova Páscoa. É a luz do próprio Cristo, representada no Círio Pascal. Quando acendemos o Círio no Sábado Santo, colocamos os cravos representando as 5 Chagas de Jesus. Para dizer o quê? Para dizer que aquele Círio é sinal do Cristo que morreu, mas que está vivo, que ressuscitou. E a sua luz resplandece sobre nós.
A Vigília Pascal é a mãe de todas as celebrações. Todo cristão é chamado a participar?
Esta celebração desperta também um compromisso. Por quê? Porque nesta mesma celebração fazemos a renovação das promessas do batismo. Então, ali, após a proclamação a homilia, se faz a renovação das promessas do batismo para dizer: eu creio, eu peço a graça para viver, para seguir Jesus ressuscitado. Eu peço a graça para não ter medo de enfrentar as dificuldades, porque Cristo venceu a morte, venceu o pecado e ele está nos acompanhando.
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