O cego enxerga a luz

O Padre Eduardo Sá Teles (MIPK) presidiu hoje a Santa Missa, no Oratório Imaculada Conceição e São Maximiliano Maria Kolbe, em São Bernardo do Campo, São Paulo, e comentou a Primeira Leitura (Tg 1,19-27) e o Evangelho de hoje (Mc 8,22-26).

Padre Eduardo destaca que no Evangelho de hoje Jesus pega o cego pela mão e o leva para ficar a sós. Utiliza as mesmas práticas de cura, toca-lhe os olhos com a sua saliva e depois pergunta: “estas vendo alguma coisa?” O cego responde: “estou vendo homens como árvores”.

Essa observação nos leva a entender que a sua cegueira não era de nascença, pois conseguia discernir uma árvore de um homem. Podemos entender também que a cura que Jesus realiza, não é imediata, como outras que encontramos no Evangelho.

Aqui Jesus quer nos mostrar que essa cura é mais no sentido espiritual, à luz da fé. Como está a nossa fé? Não estamos em uma escuridão total, podemos ter fé e praticar uma religião, mas não basta só isso, se o que nos move ainda são as coisas do mundo que ofuscam a verdadeira luz da fé, que nos move para a eternidade de Deus.

Vivemos uma fé obscura que somente será iluminada com a clareza e a profundidade da Palavra de Deus, lida, ouvida e praticada. Não basta apenas dizer que temos fé, é necessário percorrer um caminho espiritual.

Diante das visões desse mundo temos que fazer escolhas e decidir sobre aquilo que realmente nos toca e nos move. Primeiro o cego vê as coisas distorcidas, depois Jesus o faz enxergar de maneira clara. Assim nós também quando nos colocamos diante Dele e acolhemos seu ensinamento e sua verdade, assumimos essa fé e conseguimos ver tudo mais claro.

Assim podemos discernir aquilo que é contrário as obras de Deus, da mesma maneira que os santos fizeram a sua opção, nós também devemos fazer a nossa escolha.

Quando Jesus cura aquele homem e ele vê nitidamente, Ele o orienta para que não volte para o povoado, ou seja, não volte para a sua antiga vida. Assim também nós, quando enxergamos a nossa fé, também não podemos voltar para o nosso mundo antigo.

Se já temos a luz, mesmo que ainda não seja plena não vamos desistir, vamos caminhando para esse amor maior, essa busca constante. Na oração, meditação e prática da Palavra podemos fazer esse caminho.

Transcrição Marta Romero