Por Frei Sebastião Benito Quaglio Em A Santa Missa

Dia de São João Maria Vianney

Confira na íntegra a homilia do Frei Sebastião desta terça-feira


São João Maria Vianney


Milícia da Imaculada · Evangelho e homilia 04 08 2020

Hoje é a festa de São João Maria Vianney, o protetor de todos os padres. Jesus fala no Evangelho do dia que não é aquilo que entra pela boca que contamina o homem, mas aquilo que sai. É verdade isso! Da boca do homem saem coisas que podem ajudar ou não.

Rezando o ofício, encontrei no final das leituras uns escritos de São João Vianney que achei muito interessante. Quero partilhar com vocês o quê saiu da boca desse homem:

“Prestai atenção, meus filhinhos, o tesouro do cristão não está na terra, mas no céu e por isso que o nosso pensamento deve estar voltado para onde está o nosso tesouro.”

“Esta é a mais bela profissão do homem, rezar e amar. Se rezais e amais eis aí a felicidade do homem sobre a terra.”

“A oração nada mais é do que a união com Deus.”

“Quando alguém tem o coração puro e unido a Deus, sente em si mesmo uma serenidade e uma doçura que inibiria e uma luz maravilhosa que o envolve. Nesta íntima união, Deus e a alma são como dois pedaços de cera, fundidos num só, de tal modo que ninguém pode mais separar”

“Como é bela esta união com Deus e a Sua pequenininha criatura, é uma felicidade impossível de se compreender, nós havíamos nos tornado indignos de rezar, Deus, porém, na Sua vontade permitiu-nos falar com Ele.

“A nossa oração é o incenso que mais agrada a Deus.”

“Meus, filhinhos, o vosso coração é por demais pequenos, mas a oração o dilata e o torna capaz de amar a Deus.”

“A oração faz saborear, antecipadamente a felicidade do céu, é como o mel, que se derrama sobre a alma e faz com que tudo nos seja doce.”

“Na oração bem feita os sofrimentos desaparecem como a neve que se derrete sob os raios do sol.”

“Quando vamos adorar a Deus, devemos ter uma fé viva e um coração puro.”

Gostei muito disso e quis ler para vocês, pois São João Maria Vianney, intelectualmente, era bem limitado, ele quase não dava conta dos estudos. Mas a vida dele, a sua santidade estava bem acima de tantos outros.

A pequena Vila Ars, onde esse santo se tornou conhecido como Cura D’Ars, era pequenininha, à beira de um rio. Eu estive lá. Tinha uma igreja e poucas casas, mas lá ele se tornou o pároco exemplar para todos nós. Gostei da importância que ele dava a oração. A nossa vida se ilumina com a oração, e nem precisa ficar de joelhos para rezar, porque podemos estar em oração ao ver as coisas e sempre colocar Deus no meio. Ver as coisas acontecerem em Deus e sentir Deus em nós. Como disse Vianney: "Somos como peixes que estão dentro da água, se estamos mergulhados em Deus".

Somos filhos para Deus, e para Ele não tem nada mais importante do que nós; nem o sol, nem a lua, nada é mais importante do que nós, portanto, na oração, nós descobrimos quem é Deus e quem nós somos. São João Vianney na sua pobreza, encontrou a riqueza na oração e a transmite para nós.

Depois da comunhão Frei Sebastião contou algumas histórias de São João Maria Vianney:

Numa confissão, uma senhora falou para ele que não tinha muitos pecados, só algumas “fofoquinhas”. Ele deu a penitência de pegar uma galinha e tirar todas as penas, subir no Campanário e espalhar para fora todas as plumas e penas. Depois ela deveria descer e ir recolher todas elas. A senhora disse: É impossível, o vento leva embora! Ele respondeu: É isso que acontece com as suas fofocas, são como essas plumas que andam pelo vento e você não sabe para onde vão e você não consegue mais recolhê-las.

A outra é sobre uma senhora que estava desesperada porque o marido se jogou da ponte no rio para se suicidar. Então, ela dizia que pelo marido ter se suicidado ele teria ido para o inferno. São João disse que ela estava enganada, porque da ponte até chegar na água seu marido tinha se arrependido.

Tem um episódio muito interessante também, sobre um simples homem do campo, que deixava a sua enxada na porta da Igreja e entrava, ficando último banco. Não se mexia, nem os lábios... São João, uma dia, perguntou para ele: "Escuta um pouquinho, você deixa enxada fora e entra. O quê você faz na igreja? Não vejo você rezar e nada". Então ele disse: "Eu olho para Jesus!"," E daí?", perguntou o Padre. "Daí Ele olha para mim", disse o homem. "Só isso?", perguntou São João. "Só!", respondeu o homem simples. Depois, quando São João Vianney começou a ter uma conversa com esse homem, notou que Ele tinha uma sabedoria tão incrível e difícil de se encontrar em alguém. Neste olhar mútuo esse homem teve um grande aprendizado.

Vemos com a simplicidade desse santo, que mesmo com seus limites, se tornou o protetor de todos os sacerdotes. Para ser santos não precisamos de grandes coisas a não ser essa de ter um espírito de oração, como São João Maria Vianney nos inspira. Amém!

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