Transcrição por Marta Guimarães
Edição e Técnica por Gil Brasil
Hoje é festa de São Francisco de Assis. O santo é um sinal para nos estimular a viver o nosso batismo. Devemos viver a nossa vida no amor, na fé e na esperança. Isso requer força de vontade, coragem, ação e transformação. Não devemos olhar os santos e parar na contemplação, mas nos questionar.
Podemos aprender dos santos a trilhar o nosso caminho da santidade. São Francisco era um jovem nascido, batizado em Assis. Viveu quarenta e quatro anos. Ele nos faz pensar sobre o sentido da nossa vida, o sentido do universo, da natureza e de toda a criação. Ele descobriu Jesus Cristo e escolheu percorrer o caminho do Evangelho. A partir da vida dos santos deveríamos nos animar, nos espelhar para viver à luz do Evangelho e à luz da pessoa de Jesus Cristo.
Francisco tinha o sonho, ser um grande cavaleiro seguindo uma carreira militar, era um jovem de posses, seu pai certamente sempre o apoiou neste caminho. Participou de guerras, ficou preso, adoeceu e sentiu o sabor da derrota.
A conversão de Francisco aconteceu numa dinâmica de sofrimentos e de angustias amargas da derrota. Ouvia dentro dele vozes que o impulsionavam para outro caminho. Sentia a voz de Deus, mas estava em dúvida. Qual caminho deveria seguir?
Para Francisco decidir sobre o que Deus queria dele foi difícil, tantas dúvidas, sofrimentos, solidão e tantos tormentos... A um certo ponto ele sabia que não podia mais continuar neste mar de lamentações e teve que dar uma resposta a Deus.
Certa vez, rezando em frente a um crucifixo em estilo oriental, na Igreja São Damião ouviu a voz de Jesus que lhe disse: “Francisco reconstrua a minha igreja”. Olhando ao seu redor viu que a igreja estava com muitas rachaduras e o teto com muitos buracos. Entendeu, a princípio, que deveria reformar as igrejas.
No início se empenhou nisso. Mas precisava de muito dinheiro. Vendia as mercadorias do pai para comprar os materiais. Seu pai ficou revoltado, levou-o na presença do bispo para explicar a situação. Então Francisco na presença do bispo e do pai tirou toda a sua roupa e disse: “Até hoje chamei de meu pai, Pedro Bernardoni e a partir de hoje vou chamar de meu pai, o ‘Pai Nosso que está nos céus’”.
O bispo entendeu, cobri-o com o seu manto e Francisco deu início a sua nova vida. Mesmo assim não sabia ao certo o que tinha que fazer. Numa ocasião estava ele na Igreja Nossa Senhora dos Anjos, a Porciúncula, quando ouvindo o Evangelho: “Jesus enviando seus discípulos ordenava: ‘Não leve duas túnicas, não leve o cajado...’.” Depois da missa Francisco procurou o padre para que lhe explicasse melhor aquele evangelho. Diante da explicação ele disse: “É isso que eu quero, é isso que eu procuro, é isso que eu faço”.
Francisco começou então uma nova vida e com isso arrastou muitos jovens que queriam imitá-lo. Ele mesmo dizia: “A minha regra é o Evangelho”. Viver o Evangelho sem questionar e de uma forma radical era só o que bastava para ele. A vida dele foi marcada para Deus na Encarnação. A mística de Francisco é a Encarnação. O Todo Poderoso assumiu a humanidade de Deus e está conosco. Francisco se identificou plenamente com Cristo.
Francisco conseguiu ler a bíblia do Universo, pregar a paz, a harmonia entre os homens contemplando as maravilhas da natureza. Não se falava de ecologia, mas ele já tinha encarnado essas idéias. O diálogo com os homens e com todas as criaturas o fez ser um sinal de paz pelo diálogo.
Agora a vida é nossa, Francisco já venceu! Ele nos ensina a viver a nossa fé, a caridade heróica é voltada sempre para a meta ao alcance da vida eterna. Que Francisco de Assis pela comunhão dos santos nos ajude e proteja sempre.
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