Padres Antônio S. Bogaz, Rodinei C. Thomazella e Professor João H. Hansen – Orionitas
Quando lemos, no missal romano, a sua grande introdução que fala da eucaristia, encoraja uma importante anotação: a ceia eucarística segue, desde o principio, até nossos dias, uma tradição que jamais se interrompeu. Quando Jesus, na última ceia sagrada, nos presenteou com um ritual, ainda simples e original, estava inaugurando uma longa tradição que permeia a história do cristianismo, fazendo que seja um rio fontal, que alimenta e sacia a sede de nossa fé ao longo de tantos séculos.
Todas as vezes que estamos participando da ceia eucarística, estamos buscando no rio da história do cristianismo a força que mantém viva a nossa tradição, para que todos sejam unificados no mesmo Senhor, por meio de seu corpo e seu sangue. A eucaristia une, por assim dizer, os povos de todos os tempos e de todos os lugares, na mesma fé e na mesma tradição.
Quando participamos da ceia, não precisamos grande atenção para reconhecer que estamos revivendo os passos derradeiros de Jesus e o ritual do Pessah – a Páscoa antiga – que Ele viveu com seus discípulos às vésperas de sua paixão final. Para intensificar sua convivialidade com seus seguidores, Jesus quis celebrar uma ceia. Convidou-os para participar da sua mesa. Sabiam da gravidade daquele momento, mas o acolheram com simplicidade e com silenciosa alegria.
A missa refaz este ritual, inclusive mantendo os gestos, os símbolos e as palavras do Mestre. O ritual se enriqueceu grandemente e se enriquece em cada comunidade celebrante que apresenta sua riqueza e seus dons existenciais culturais. Os rituais de nossas ceias eucarísticas consideravam, em suas variações, o núcleo da última ceia.
A ceia de Jesus é a prefiguração de nosso ritual. Bem mais complexo em nossos tempos, pois assimilou riquezas culturais dos povos. Foi formando-se a tradição do ritual da missa, que se completa cada vez, pois a ceia não é um fato histórico, mas um acontecimento vivo e eterno, que a gente revive e renova em nossas vidas. Ele acontece como se Jesus estivesse conosco, ceando em nossa mesa, que é a sua mesa, onde somos convivas especiais. Este é o evento fundante, o núcleo e o coração da missa.
A atitude de Jesus, que reúne seus seguidores, que toma o pão e o vinho, que diz palavras misteriosas, é a fonte original deste rio de nossa tradição. Precisamos conhecer este rio para reconhecer sua riqueza, seus mistérios escondidos, sua beleza e sua importância em nossa vida. Este é o evento fundante da nossa ceia na missa diária ou dominical. É nossa páscoa perpétua.
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