Por Jorge Lorente Em Evangelho Dominical

3º Domingo do Advento

No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que João



No cárcere João ouviu falar das obras de Cristo e lhe enviou seus discípulos para lhe perguntarem: “És tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro?” Jesus lhes respondeu: “Ide anunciar a João o que ouvis e vedes: os cegos vêm e os coxos andam, os leprosos ficam limpos e os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados” (...) Quando eles foram embora, Jesus começou a falar de João ao povo: “O que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? (...) Um profeta? Sim, eu vos digo, e mais do que um profeta. Este é de quem está escrito: Eis que eu envio o meu mensageiro à tua frente; ele preparará o teu caminho diante de ti. Eu vos garanto que dentre os nascidos de mulher ninguém é maior do que João Batista. Mas o menor no reino dos céus é maior do que ele”.

COMENTÁRIO

Assim como no domingo anterior, neste evangelho também nos encontramos com João Batista, só que desta vez, João não está no deserto, mas sim na prisão, por ordem de Herodes. [Antipas, o tetrarca]

Mesmo preso, João continua cumprindo a sua missão de precursor. Para João não existem barreiras. Não se cala, não perde nenhuma oportunidade de proclamar a Boa Nova e envia alguns de seus discípulos até Jesus, para perguntar se Ele era mesmo o tão esperado Messias.

João gritava no deserto a vinda do Messias, dava testemunho que Jesus era o Messias prometido por Deus e, de repente, manda seus discípulos fazer essa pergunta a Jesus? Será que João duvidava disso?

Aparentemente, até João duvidou. Ele que recentemente havia apresentado Jesus como o Cordeiro de Deus, que disse ser indigno de desatar-lhe a sandália e que reconheceu em Jesus o Filho de Deus, agora vacila em sua fé e manda perguntar se deveria esperar outro Messias.

Nós também temos nossas dúvidas. São Tomé duvidou, Santo Agostinho e outros grandes santos duvidaram. Aliás, a dúvida não é nociva e pode ser salutar. Se bem administrada, a dúvida ajuda-nos a crescer na fé, pois nos leva a meditar e pesquisar. Por isso, não é de se estranhar que o Batista também tenha duvidado.

O Messias que João pregava e que a humanidade ansiosamente aguardava, deveria ser um juiz severo que viria para eliminar os opressores, limpar o terreiro, recolher o trigo no celeiro e queimar a palha. Como entender um Messias passivo, sem armas de guerra e pregando a paz?

No entanto, ao contrário do que se esperava, em vez de cortar as árvores inúteis e jogá-las no fogo, Jesus mostra-se piedoso, manso, sem armas e sem um exército atrás de si. Jesus prega o amor e chega até mesmo a decepcioná-los, pois além de não condenar os pecadores, amigavelmente aproxima-se e come com eles.

Jesus não destrói nada e procura consertar o que está quebrado. Não queima os pecadores, muda os corações e traz esperança de salvação para todos. Reacende a luz que está se apagando e tira das trevas aqueles que, como os leprosos, são segregados e marginalizados.

É difícil aceitar um Messias assim. Jesus nada tem a ver com o homem enérgico e severo que todos esperavam. O procedimento de Jesus escandaliza João e, ainda hoje, também nos escandaliza. Quantas vezes que, através das nossas preces, pedimos para Deus intervir, castigar e eliminar aqueles a quem nós chamamos de maus.

Felizmente o Messias, o Verdadeiro Deus é bem diferente daquilo que se esperava. Sem restrições Ele faz surgir o sol e envia a chuva sobre os justos e os injustos, não porque aprove as injustiças ou por méritos dos justos, mas sim por sua infinita misericórdia.

O amor de Deus por seus filhos está caracterizado na resposta de Jesus aos discípulos de João: “Digam a ele que os cegos veem, que os surdos ouvem, os mudos falam, os aleijados andam, os mortos são ressuscitados e os pobres estão sendo evangelizados!”

Se ainda tínhamos dúvidas, estas Palavras devem servir para eliminá-las, pois todas são sinais de salvação, nenhuma de condenação.

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Por Jorge Lorente, em Evangelho Dominical

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