Evangelho Dominical

A Boa Nova: Batismo do Senhor

“Depois de mim virá alguém mais forte do que eu!” (Mc 1, 7-11)

Jorge Lorente

Escrito por Jorge Lorente

09 JAN 2021 - 21H00

João pregava dizendo: “Depois de mim, vem um mais forte do que eu. Diante dele nem sou digno de abaixar-me e desatar a correia das suas sandálias. Eu vos batizei em água, ele vos batizará no Espírito Santo”. Naqueles dias, Jesus veio de Nazaré da Galiléia e foi batizado por João no Jordão. E logo que Jesus saiu da água, viu os céus abertos e o Espírito descendo sobre ele como uma pomba. E do céu uma voz dizia: “Tu és o meu Filho amado, de ti eu me agrado”.

COMENTÁRIO

Já estamos no segundo domingo do ano de 2021 e na liturgia de hoje celebramos o batismo de Jesus. João relutou, mas diante de tanta insistência batizou o Mestre. Você já se perguntou: Qual motivo teria levado Jesus ao Batismo?

É importante ressaltar esse fato. Jesus, o próprio Deus, o mesmo Deus que instituiu o Sacramento do Batismo, fez questão de ser batizado. João não se considerava digno sequer de desatar-lhe a sandália, mesmo assim, Jesus insistiu para ser batizado por João.

Convém lembrar que o batismo de João não é o mesmo Batismo-Sacramento, que foi instituído por Jesus e que nos faz cristãos. Trata-se do batismo de penitência, com que o Batista preparava o povo para a chegada do Messias.

Jesus tinha bons motivos para receber o batismo. Certamente não para converter-se ou tornar-se cristão. Com seu batismo, Jesus manifestou sua aprovação ao trabalho de João. Com seu exemplo, quis valorizar o Sacramento que ainda iria instituir.

O gesto humilde de Jesus, aguardando sua vez para ser batizado é uma cena que não pode ser apagada da nossa memória. Deve ficar gravada em nossa mente para nos questionarmos: Se receber o batismo era, para Jesus, algo importante, imagine então a importância do batismo para nós e nossos filhos.

Batismo é coisa séria, é o sacramento que nos incorpora a Cristo, que nos torna membros da Igreja, templos do Espírito Santo, filhos de Deus e herdeiros do Céu. Portanto, o batismo não pode ser encarado como um simples ato social.

Não podemos batizar só por tradição ou só por batizar. Pais e padrinhos devem estar conscientes de que, no momento de serem batizados, seus filhos estão recebendo o Sacramento instituído por Jesus. O Sacramento que nos dá a verdadeira vida, a vida Plena.

Antes de iniciar sua vida pública, num ato de humildade, Jesus quis ser batizado. Era vontade de Deus que Jesus fosse batizado por João, mesmo que, diante dos homens, Ele fosse confundido com um pecador.

Jesus se mistura com os pecadores, recebe o batismo e o Pai proclama sua filiação divina diante da multidão. A atitude humilde e obediente de Jesus é publicamente recompensada através destas palavras: "Tu és o meu Filho amado, em ti ponho o meu bem-querer".

No momento do batismo de Jesus, aparecem claramente as três pessoas, distintas, da Santíssima Trindade: O Pai, o Filho e o Espírito Santo. O Filho é batizado, o Pai apresenta seu Filho e dá testemunho dizendo: "Este é o meu Filho!" E o Espírito Santo desce sobre Jesus em forma de pomba.

Isso não quer dizer que Jesus tenha recebido o Espírito Santo no batismo, como nós o recebemos. O Espírito santo habitava nele, em plenitude, desde o instante de sua concepção divina. Assim que foi batizado, o Filho de Deus iniciou a sua missão de paz entre os homens.

Essa é a lição que nos deixou o Messias, essa é a missão do cristão batizado: em nome da Santíssima Trindade deve promover a paz e evangelizar... deve levar aos povos a Boa Nova da salvação.

Escrito por
Jorge Lorente
Jorge Lorente

Locutor da Rádio Imaculada, colunista e escritor de vários livros consagrados. Seu último lançamento foi a obra "Maria, mãe e mulher".

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