Evangelho Dominical

30° Domingo do Tempo Comum

“Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus!”

Jorge Lorente

Escrito por Jorge Lorente

29 OUT 2023 - 00H00

Evangelho: Mt 22, 34-40

Quando os fariseus souberam que Jesus fizera calar os saduceus, juntaram-se em bloco. E um deles, doutor da Lei, perguntou, para testá-lo: “Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?” Jesus lhe respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus, de todo o coração, com toda a alma e com toda a mente. Este é o maior e o primeiro mandamento. Mas o segundo é semelhante a este: Amarás o próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas”.

COMENTÁRIO

O evangelho de hoje é bem “curtinho”. Tem poucas palavras, mas tem também uma das mais claras e diretas mensagens. Manda viver o amor. É o resumo de tudo que precisamos saber e viver. Fala do amor a Deus e do amor ao próximo.

Jesus diz que amar a Deus de todo coração, de toda alma e de todo entendimento é o primeiro e maior mandamento. Diz também que amar ao próximo como a nós mesmos é semelhante ao primeiro. Com essas palavras Jesus disse que, amar ao próximo é tão importante quanto amar a Deus.

Essas palavras deixam claro que, não existe separação entre o amor a Deus e ao nosso semelhante. Reafirmam a verdade destas outras palavras: “Ninguém pode dizer que ama a Deus, que não vê, se não ama ao irmão que está ao seu lado”.

Foi bom tocar nesse assunto, deve servir para esclarecer algumas dúvidas: afinal de contas, quem é esse irmão? Acho que não é para mim esse recado, pois sou filho único e nem irmão eu tenho! Como posso reconhecer e amar alguém que nem sequer conheço? Onde estará esse desconhecido, onde estarão esses irmãos?Leia Mais29° Domingo do Tempo ComumConvido todos para a festaA pedra rejeitada tornou-se a pedra angular

Boa pergunta. Estão aqui, bem pertinho, bem ao nosso lado! Quantas irmãs, quantos irmãos de todas as idades. São velhos, jovens e crianças. Estão por aí aos milhares, abandonados e maltrapilhos. Doentes, sem emprego, sem-terra e sem nada. Dependem de mim, dependem de você... precisam de amor.

Realmente esse recado é direto para todos nós. Jesus pede a aproximação porque sabe que quando nos aproximarmos desses marginalizados e olharmos em seus olhos, veremos neles a nossa imagem refletida. Isso prova que não são desconhecidos; nós estamos neles, e eles também deveriam estar aqui dentro de nós, refletidos em nossos olhos.

Este evangelho me lembra de um lindo poema, mais ou menos, assim: “Procurei a Deus, em todos os cantos e não o encontrei. Busquei a mim mesmo, em todas as partes e não me achei. Procurei então o meu próximo e, nele encontrei os três”. Sem dúvida, no amor fraterno encontramos a Deus e nos reencontramos.

Amar o próximo não é uma coisa tão simples e fácil. Às vezes relutamos em dar amor e, em outras vezes temos a impressão que o próximo não quer ser amado; é respondão, malcriado e nada amável. O verdadeiro amor tudo supera e não se deixa abater. Amar não é coisa superficial, amar exige compreensão e gestos concretos.

É preciso deixar o discurso de lado e sair a campo. Sempre há algo que se pode fazer. Amar não se resume em andar abraçados pelas ruas. Prova de amor é lutar contra as injustiças sociais, contra o desemprego e o abandono. Amar de verdade é assumir o compromisso batismal, é levar aos povos a Boa Nova. Amar é acreditar e tornar vivas estas palavras: “Só podemos amar a Deus através do amor ao próximo”.

Escrito por
Jorge Lorente
Jorge Lorente

Locutor da Rádio Imaculada, colunista e escritor de vários livros consagrados. Seu último lançamento foi a obra "Maria, mãe e mulher".

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