Os magos são movidos por um desejo: querem encontrar Jesus para adorá-Lo. Eles eram astrônomos. Especialmente no ambiente mesopotâmico, a astronomia e a astrologia tinham uma antiga tradição e eram muito prestigiadas. Os acontecimentos do firmamento e os do mundo dos homens eram vistos em estreita relação recíproca. Tinha-se a convicção de que, quem fosse entendido dos fenômenos do firmamento, podia compreender, também, a história humana e dar conselhos e orientações sobre ela.
Desde o tempo do exílio babilônico, havia muitos judeus no território mesopotâmico, por meio dos quais a religião e as esperanças judaicas tornaram-se conhecidas. No âmbito de sua ciência, os magos recebem uma indicação sobre o nascimento do Messias e um impulso a pôr-se a caminho. Eles sentem só o estímulo, mas não têm um itinerário definido; sabem inclusive a direção, mas ignoram o que lhes espera. Põem-se, portanto, a caminho, assumindo incertezas e riscos.
Chegando a Jerusalém, pensavam ter chegado à meta, mas ali só encontram, por meio dos escribas, a revelação das Sagradas Escrituras que os remete a outro lugar: Belém da Judeia.
Com efeito, toda busca humana permanece insuficiente e para no meio do caminho sem o concurso da Força do Alto, concretizada para os magos na revelação das Sagradas Escrituras. Recebida essa revelação, a estrela que os havia guiado a Jerusalém e ali desaparecera, de novo, reaparece, conduzindo-os a Belém, até parar sobre o lugar em que estava o menino (cf. Mt 2,9). A “atuação” divina, de fato, não suplanta e não substitui a busca humana, mas a potencializa, fecundando-a da imensidão própria do ser humano cuja origem é um sopro divino (cf. Gn 2,7).
Tendo encontrado o menino, os magos prostram-se diante dele e, abrindo seus tesouros, oferecem-lhe ouro, incenso e mirra. Assim, no menino pobre e indefeso, despojado de qualquer sinal de realeza, reconhecem o Senhor, Pastor e Rei de todos os povos.
Certamente, o tesouro aberto pelos magos foi seus corações, dando àquele “recém-nascido” toda sua afeição, mais preciosa que o ouro refinado e mais perfumada que incenso e mirra. Por isso, voltaram às suas terras por outro caminho (cf. Mt 2,12). Pois quem encontra a iluminação cristã e lhe dedica toda afeição já não é o mesmo. Certas coisas que faz podem até serem as mesmas, mas as atitudes são diferentes. Já não se contenta com a antiga maneira de viver. A mudança se impõe por si mesma, qual lâmpada que incandesce desde dentro.
Em contraste com a figura dos magos, surge a de Herodes, um rei tão cruel, que não hesitou em matar seus três filhos por interesses de poder. Ele esconde sua rejeição brutal pelo Menino Jesus, demonstrando um falso interesse de encontrá-lo com a ajuda dos magos. Sua verdadeira intensão fica desmascarada, depois, pelo infanticídio que ele desencadeou (cf. Mt 2,16).
O contraste entre a atitude dos magos e a de Herodes é uma amostragem do que será o destino de Jesus, isto é, ele será aceito e amado por alguns e rejeitado e odiado por outros.
Em obras artísticas, ao longo da História, os magos foram, em geral, representados como um jovem, um adulto e um idoso; sendo um asiático, um europeu e um africano. Obviamente, isso não corresponde, literalmente, ao texto, mas ao espírito do Evangelho. Essa intuição comum revela que o Evangelho é destinado às pessoas de todas as idades e de todos os continentes. Assim, todos nós, quando, abrindo nosso coração, oferecemos a Jesus Cristo o tesouro de nossa afeição pondo-nos, concretamente, em seu seguimento, tornamo-nos autênticos destinatários de sua Boa-Nova; quando isso acontece, realmente não há dúvida de que voltamos para nossa vida por outro caminho (cf. Mt 2,12), ou seja, transformados.
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