Formação

Maria sofreu como Jesus?

Maria sofreu com a morte dolorosa de Jesus e com outros episódios narrados pelos evangelhos. Sofreu como as mães que amam e com seu Filho que trilhou um caminho duro.

Escrito por Paulo Teixeira

24 JUL 2018 - 11H42 (Atualizada em 21 JAN 2021 - 15H28)

Boticelli

Por Padre Hernanni Pereira, Missionário da Imaculada-Padre Kolbe

Maria sofreu com a morte dolorosa de Jesus e com outros episódios narrados pelos evangelhos. Sofreu como as mães que amam e com seu Filho que trilhou um caminho duro.

A Igreja busca imitar o silêncio e a certeza de Maria que acreditou na ressurreição de seu Filho e suportou as dores da vida e da morte de Jesus. Por isso recordamos sempre a Mãe das Dores, a Addolorata, a Pietà. 

Boticelli
Boticelli
Pietà

A devoção a Nossa Senhora das Dores se desenvolveu no século XII quando os cristãos recitavam coroas de oração com trechos bíblicos que faziam referências a momentos alegres ou dolorosos da vida de Cristo e de sua Mãe. Neste período o Franciscano Jacopone da Todi compôs um hino intitulado Stabat Mater, Estava a Mãe.

No século XVII a devoção se espalhou por meio de confrarias, inicialmente ligadas à Semana Santa e atualmente a celebração está ligada à Festa da Exaltação da Santa Cruz, em setembro..

As sete dores de Maria são enumeradas da seguinte forma:

1- A espada de dor a transpassar a alma de Maria (Lc 2,22-35)

2- A Fuga para o Egito (Mt 2,13-15)

3- A perda de Jesus no Templo em Jerusalém (Lc 2,41-51)

4- O encontro com Jesus no caminho para o Calvário (Lc 23,27-31)

5- Maria ao pé da Cruz (Jo 19,25-27)

6- Maria que recebe Jesus morto em seus braços (Mt 27,55-61)

7-O sepultamento de Jesus (Lc 23,55-56)

Em Lucas 2,22-35, é narrada apresentação de Jesus ao Templo e é proferida a profecia da “espada”, da dor que atravessaria o coração de Maria. Sobre este trecho bíblico, o professor Frei Clodovis Boff comenta em seu livro Mariologia Social:

“À passio, à paixão do ‘Servo Sofredor’ corresponde a compassio, a compaixão da ‘Serva Sofredora’. Essa compaixão é efeito de tal solidariedade nas ‘contradições’ que seu Filho suportaria da parte dos ímpios (Hb, 12,3), em particular, dos grandes deste mundo, mais concretamente dos poderes judaico e romano”.

O religioso da Ordem dos Servos de Maria, no mesmo livro reflete sobre a Mãe de Jesus ao pé da Cruz, quando a “espada” corta seu coração ao ver o lado do Filho morto.

“Derrotas podem acontecer a todos, especialmente aos que lutam para mudar a sociedade na justiça. A Mãe de Jesus, de pé junto da cruz, mostra que a derrota das causas justas é o reverso moral de sua vitória futura, bem como fase e condição espirituais de um triunfo definitivo. Per crucem ad lucem, pela cruz à luz”.

A figura dolorosa e esperançosa de Maria é retratada também como dom do Crucificado pela poesia da mílite Judite Oliveira, de Taubaté - SP que escreveu um livro intitulado Jesus em versos e rimas: o evangelho em trovas:

“Junto à Cruz também estava

A sua mãe querida,

Com a irmã que a consolava

Em hora tão dolorida.

Vendo a mãe aos pés da Cruz

Jesus diz: ‘João é teu filho’.

Para João disse Jesus:

‘Tua mãe, te dê auxílio’.

Ouvindo a voz de Jesus,

João, o discípulo amado,

Bem ali aos pés da Cruz

Por Jesus é presenteado

Acolheu então Maria

Em sua casa e cuidou,

Cumprindo no dia-a-dia

O que seu mestre mandou”

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