Vamos entender os passos do ritual da ceia eucarística que nos unifica a Deus e nos unifica como família espiritual de Deus, unidos em Jesus Cristo.
Formação

Multidões em vestes dominicais

A procissão dominical para celebrar a eucaristia é um dos sinais mais eloquentes da comunidade cristã

Padre Antônio Bogaz (Divulgação)

Escrito por Padre Antônio Sagrado Bogaz

10 JUL 2019 - 12H28 (Atualizada em 24 AGO 2021 - 15H37)

A procissão dominical para celebrar a eucaristia é um dos sinais mais eloquentes da comunidade cristã. Gostamos de citar um padre que recordava que em sua cidade paroquial, a manhã do domingo era animada por uma sinfonia silenciosa de passos de tantos, para não dizer, todos os fiéis que se dirigiam à igreja, no coração da praça principal. Estas pequenas multidões, que reportam ao cortejo do Apocalipse, não usavam vestes brancas, mas vestes coloridas e alegres. A tradição devocional denominava estas vestes como “roupas de ver Deus” ou “roupas de domingo”. A roupa mais bonita era reservada para o encontro comunitário, onde as multidões em vestes dominicais vão celebrar a eucaristia. Este espetáculo não é uma cena do passado, ao contrário, é renovado em nossas capelas, paróquias e centros comunitários. Como sempre, os fiéis, que permanecem fiéis, se reúnem para celebrar. Nos reunimos com tanto entusiasmo que mesmo em dias de chuva, de futebol, de corridas e de carnaval, vamos nos encontrar com Deus. Somos a multidão em vestes de ver Deus, que celebramos a vida de Deus em nossas vidas. Celebrar a ceia é uma grande graça, graça divina, graça sem fim. Vamos sempre celebrar, celebrar com fé e felicidade. 

Vamos entender os passos do ritual da ceia eucarística que nos unifica a Deus e nos unifica como família espiritual de Deus, unidos em Jesus Cristo.

Vamos celebrar?

Somos convidados e entramos no templo de Deus, do Deus que é nossa alegria. Uma vez que entramos, compõe-se a assembleia, com os ministros, as equipes de celebração e todos os fiéis. Quem nos acolhe é Deus. Deus nos acolhe através do presidente do culto. Mas é Cristo quem nos abraça e nos irmana na fé. Saudamos os amigos no caminho da Igreja, conversamos com as pessoas na chegada e somos recebidos pela equipe de acolhida. Depois, saudamos o Senhor que nos recebe. O celebrante nos acolhe em nome do Senhor. Compomos a família eucarística. Sim, somos congregados pela mesma fé e viemos celebrar. Os ritos iniciais nos preparam para celebrar a liturgia da palavra e a liturgia eucarística. Vamos celebrar!

Estrutura

A ceia eucarística é composta por duas partes fundamentais: liturgia da palavra e liturgia eucarística. Estas partes são introduzidas pelos ritos iniciais e finalizadas pelos ritos finais, que têm estruturas e características bem particulares.

Os ritos iniciais, que devem ser simples e preparatórios para as liturgias que se seguem, são compostos da “acolhida dos fiéis”, que ainda não compõe o ritual propriamente dito. O ritual se inicia com o canto de ingresso, normalmente denominado canto de entrada, que tem conteúdo e características muito peculiares. Depois temos a saudação trinitária, que abre o ritual propriamente dito, pois é o primeiro ato do presidente da celebração. Segue-se a este o “ato penitencial”, que provoca os fiéis à conversão e elevação espiritual diante do mistério que se anuncia. Segue-se, tempestivamente, o hino de louvor, denominado “glória”, e a oração da “coleta” (ou do dia), que congrega os fiéis, seus desejos e agradecimentos para viver o mistério pascal que a ceia eucarística encerra. Neste momento, toda a assembleia está composta e iniciamos a liturgia da palavra.

Escrito por
Padre Antônio Bogaz (Divulgação)
Padre Antônio Sagrado Bogaz

Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Saúde, em Rio Claro-SP, é formado em filosofia, pedagogia e teologia. Possui doutorado em Filosofia pela USP - Universidade de São Paulo, em Liturgia e Sacramentos pelo Pontifício Instituto de Liturgia de Roma, e em Teologia Sistemática – Cristologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. É artista plástico, cineasta, professor universitário e autor de diversos livros sobre Patrística, Liturgia, Ano Litúrgico e Culto dos Santos.

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