De forma breve, veremos os detalhes do sagrado manto de Nossa Senhora de Guadalupe, o qual contém mistérios que enriquecem a nossa fé.
A imagem da Morenita, como é chamada Nossa Senhora pelos mexicanos, assombrosa e inexplicavelmente se conserva em excelente estado, numa tela grosseira, como de estopa, e tão rala que, através dela, pode-se enxergar o povo e a nave da igreja.
Nisto podemos ver a mão de Deus, pois tal imagem não foi pintada por mãos humanas, e, ainda hoje, continua exposta no santuário construído no monte Tepeyac, conquistando corações mexicanos e de inúmeras nacionalidades que chegam com seus pedidos e agradecimentos.
Vejamos, portanto, o seu significado: partindo dos seus rasgos, passando pela simbologia indígena e chegando aos fenômenos que podem ser comprovados cientificamente, a Virgem de Guadalupe é sem dúvida uma aparição “dita sobrenatural”.
Podemos dizer que a imagem do sagrado manto é um cacho de símbolos, que reflete a identidade espiritual do cristão latino-americano; para compreender melhor esta explicação, sugerimos ter em mãos uma imagem de Nossa Senhora de Guadalupe.
O seu rosto moreno: representa a cor mestiça do povo nascente, tanto em relação à sua pele, quanto à cultura.
A túnica vermelho-pálida: antes, a cor do deus sol asteca, do sangue e da vida, e agora, a cor do sangue do verdadeiro Redentor, Jesus Cristo.
O manto verde-azulado: antes, a cor dos imperadores astecas, e agora, a cor da imperatriz do mundo; cor que sintetiza o deus dos índios, o deus-dois, masculino e feminino, e agora, cor da mãe do Deus-homem.
Sol envolvendo a Virgem: simboliza a divindade do sol, eclipsada pela mãe de Deus e a seu serviço.
Lua sob os pés e estrelas no manto: é a reconciliação de toda a natureza: do sol, da lua e das estrelas, depois de um longo conflito cósmico, como contam os mitos astecas.
Anjo sob a Virgem: é o anunciador de um novo sol, o Sol da Justiça, Cristo, inaugurando assim uma nova era: a da fé e da graça.
As duas cruzes: a cristã, no pescoço, e a cruz solar indígena, sobre o ventre, simbolizando a harmonia da religião asteca com a fé cristã.
Outro dado interessante a destacar é que vários cientistas, ao fotografarem os olhos de Nossa Senhora, encontraram misteriosamente num deles a cena onde o índio João Diego se apresenta diante do bispo, caindo as rosas do manto e aparecendo a imagem impressa nela.
Podemos ver como a totalidade da preciosa imagem, sua própria pessoa, é diálogo e mistura de etnias e humanidades diferentes. Ela reza de mãos juntas, do modo dos espanhóis, mas também quase iniciando uma dança, que é para os índios a máxima forma de reverenciar a Deus; seu rosto é mistura de raças, e, revelando-se mãe de todos, assume a cor de seus filhos mais necessitados.
De olhos negros e pele morena, ao mesmo tempo em que consola, nos desafia a sermos colaboradores na tarefa evangelizadora. Rosto amável que, com seu misericordioso olhar, delicado e profundo, continua nos provocando a trabalhar pela construção de um mundo novo, repleto de paz, respeito e amor.
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