Por Padre José Alem, missionário claretiano
No âmbito da fé quando celebramos um mistério não apenas recordamos aquele acontecimento de maneira teórica, impessoal. Quando a Igreja celebra, “faz memória”, isto é, ela entra, penetra naquele mistério celebrado, pois o recorda “em Deus”.
Frequentemente a comunidade cristã celebra Maria. Faz memória dela. E cada vez mais a Igreja precisa fazer memória de Maria. Tem necessidade dela. Neste tempo em que a Igreja vai adquirindo cada vez mais a consciência de que somos seguidores de Jesus, somos discípulos dele, Maria torna-se particularmente significativa e necessária.
Maria recorda-nos as origens de nossa fé, da Igreja. Pois ela é a “origem da Igreja”, “a Igreja nascente”. Nela começamos a existir como comunidade de fé e de seguimento.
Maria “é saudada como membro sobre-eminente da Igreja, seu protótipo e seu modelo de fé e de caridade” (LG 53). Em Maria se concentra todo o mistério anunciado, vivido e proclamado da fé. Por isso desde o início a comunidade dos cristãos viram em Maria seu modelo, sua inspiração, sua mestra e como ela, fizeram da própria vida um culto a Deus e de seu culto um compromisso de vida.
No século IV, Santo Ambrósio animava os fiéis para que seguissem o exemplo de Maria, que vissem nela seu modelo de vida: “Que a alma de Maria esteja em cada um para louvar o Senhor; que seu espírito esteja em cada um para se alegrar em Deus, seu salvador”.
Maria é, sobretudo, modelo daquele culto que consiste fazer de toda a vida uma oferta a Deus. Ela não dá algo a Deus, mas dá-se a si mesma. O “sim” de Maria, dado na anunciação e mantido e ampliado em cada momento de sua vida é para todos os cristãos modelo e exemplo de fazer da vontade de Deus sua própria vida, o caminho de santidade, isto é, de viver em nós aquela vida de Deus.
Fazer memória de Maria é especialmente significativo para a Igreja hoje que toma consciência de ser a comunidade dos discípulos. E Maria apresenta-se como modelo do discípulo pela sua coerência e fidelidade. A vida de Maria está marcada pela coerência vital, pela unidade integral de seu ser, pela integração de todas as dimensões de sua vida.
Na sua atitude de fé, Maria integra sua maternidade divina, sua atenção ao ser humano, sua pertença à comunidade pós-pascal e também sua vida oculta em Nazaré. Tal coerência levou a Igreja a reconhecer e a proclamar dois dogmas que privilegiam a origem e a consumação da vida de Maria: sua Imaculada Conceição e sua Assunção. Essas verdades mostram que Maria foi coerente do princípio ao fim de sua vida.
Quando a Igreja olha para Maria vê nela um chamado a ser coerente, a manter-se firme e fiel, a permanecer como Ela, com a palavra de Deus em seu coração meditando-as e aprendendo com elas a ser fiel nas diversas circunstância da vida, sobretudo as mais adversas. A Igreja, ao fazer memória de Maria, aprende a não deixar-se abater nem deixar-se dominar pelo medo e a ter sempre nos lábios o Magnificat, o canto da vida, da esperança.
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