Embora Paulo pareça não demonstrar nenhum interesse por Maria, dado o fato de não ter mencionado nem uma só vez o seu nome, Gl 4,4, pode ser considerado, no entanto, como a primeira testemunha mariana do Novo Testamento. Nesse texto se vê que ele se interessa pelo nascimento do Filho de Deus: "Quando, porém, chegou a plenitude do tempo, enviou Deus o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sob a Lei..." Para Mussner, encontra-se provavelmente, neste texto, um esquema de anúncio pré-paulino, inspirado por idéias da encarnação, sintetizado na fórmula: o Filho se torna homem (e judeu), pois "nascido de uma mulher" é antiga formulação judaica típica, que no texto de Paulo, e mesmo já antes dele, está a serviço de uma cristologia da encarnação, sem conter no entanto a ideia do nascimento virginal, a qual alguns Padres da Igreja e mesmo alguns exegetas contemporâneos tentaram injustamente deduzir do texto. O texto tem, no entanto, importante alcance mariológico. A estrutura da frase é interessante, pois quatro idéias se correspondem nela, duas a duas segundo uma divisão harmoniosa.
A relação "mulher-Lei", sobre a qual permanece o protestantismo, constitui o eixo vertical. Essa aproximação "mulher-Lei" não é para Maria título de glória (Gl 3,15-4,7; Rm 2,21-4,25; 7). Os mariólogos católicos adotam mais o eixo horizontal: "nascido de uma mulher... a fim de que recebêssemos a adoção filial"; e por pouco chegam a ver aqui uma alusão à mulher de Gn 3,20: Eva, "Mãe dos viventes", orientando seus comentários em direção à maternidade espiritual de Maria. As duas aproximações: mulher e Lei-nascimento humano do Filho de Deus e filiação adotiva dos cristãos, estão fundamentadas no texto.4
O importante é também, não o que Paulo deixou de falar, mas o que ele falou explicitamente no texto. Ele ligou não somente o Filho de Deus preexistente com a história do mundo e da salvação, mas também a mãe desse mesmo Filho. Mais significativo ainda é o fato de que Paulo, com o seu conhecimento claro da preexistência e da divindade de Cristo e igualmente da realidade do seu nascimento terrestre, apresentou as duas premissas, das quais decorre, com lógica concludente, o dogma fundamental de toda a doutrina marial: a maternidade divina dessa "mulher". Nesse sentido Gl 4,4 é dogmaticamente a afirmação mariológica mais importante do Novo Testamento, embora muitos teólogos do passado e de hoje ainda não tenham chegado à consciência do seu peso. O Apóstolo dos gentios começa a ligação da mariologia com a cristologia mediante o testemunho da maternidade divina de Maria e através do início de uma visão histórico-salvífica do seu significado.
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