Por Frei Diogo Luís Fuitem Em Santos

O Papa bom

Poucos dias depois da comemoração de São Francisco de Assis, lembramos uma figura conhecida por ter vivido recentemente: João XXIII. Ele pertenceu à Ordem Franciscana Secular e como ninguém viveu a bondade e a ternura tão próprias da espiritualidade

Divulgação
Divulgação


João XXIII nasceu em Sotto il Monte, na região da Lombardia, ao norte da Itália, no dia 25 de novembro de 1881. Filho de agricultores, ao ser batizado, recebeu o nome de Angelo Giuseppe Roncalli. Tendo entrado com 11 anos no seminário, seguiu os estudos até ser ordenado padre em 1904. Tornou-se capelão do exército italiano durante a Primeira Guerra Mundial e, em seguida, foi escolhido para ser diretor espiritual do seminário da Diocese de Bergamo.

Chamavam a atenção suas virtudes e, ao mesmo tempo, sua capacidade organizativa e, por causa disso, em 1925 ele foi nomeado bispo e já incumbido de representar o Papa como “visitador apostólico” na Bulgária e também na Grécia e Turquia, mostrando-se capaz de estabelecer relações cordiais, de respeito e diálogo, com cristãos ortodoxos e com muçulmanos. Nesta função de representante do Papa, uma espécie de embaixador, atuou também em Paris, na França, e em 1953 foi nomeado Cardeal de Veneza.

Com a morte do Papa Pio XII, em 1958, o Cardeal Roncalli foi eleito Papa na décima primeira votação do conclave. E, bem no ano seguinte de seu pontificado, como pontífice e “guia” da Igreja Católica, foi “guiado” pelo Espírito Santo para convocar um Concílio Ecumênico. Esse Concílio tem o nome de Vaticano II porque aconteceu com a presença dos bispos do mundo inteiro, no Vaticano, em Roma, a partir de 11 de outubro de 1961. João XXIII acabou por falecer em pleno Concílio aos 3 de junho de 1963, vitimado por um câncer no estômago. Após a primeira fase do Concílio Vaticano II, o Papa Paulo VI, deu continuidade aos trabalhos conciliares que se concluíram no dia 8 de dezembro de 1965.

O período em que João XXIII esteve à frente da Igreja Católica foi relativamente curto: menos de cinco anos, mas o legado que deixou é de grandíssimo alcance, por ter promovido um Concílio que teve como objetivo: atualizar e colocar a Igreja nos novos tempos. As decisões tomadas na assembleia conciliar, de fato, mudaram o rumo inclusive na forma de celebrar a liturgia, pois, no lugar do latim, foi autorizada a celebração nas línguas vernáculas. Nos vários documentos conciliares, devidamente aprovados, encontramos a preocupação da atualização da Igreja, chamado “aggiornamento”, e de sua missão no mundo contemporâneo. O Papa João XXIII, por sua proximidade em lidar com as pessoas e o povo em geral, ficou conhecido como “o Papa bom”.

Escreveu cinco Encíclicas, sendo que duas são merecedoras de destaque: a “Mater et magistra” (Mãe e mestra), sobre a Igreja, e “Pacem in terris” (Paz na terra), sobre a paz no mundo. Há também um seu escrito, publicado após sua morte, com o título de “Diário da alma”, em que o Papa João XXIII revela a riqueza de sua vida interior. O propósito, cultivado ao longo de toda a existência, está resumido na frase: “Buscai primeiramente aquilo que une, antes de buscar o que divide”. Seu sonho foi de construir um mundo de união e de paz! São João XXIII, rogai a Deus por nós!




Seja o primeiro a comentar

Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.

0

Boleto

Reportar erro!

Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:

Por Frei Diogo Luís Fuitem , em Santos

Obs.: Link e título da página são enviados automaticamente.