Santos

Santas Inspiradoras

A igreja não pode esquecer as mulheres.

Frei Patrício Sciadini (Divulgação)

Escrito por Frei Patrício Sciadini

12 JUL 2023 - 00H00

Paróquia Imaculada Conceição

 “A propósito de tais formas distintas, quero assinalar que também o ‘gênio feminino’ se manifesta em estilos femininos de santidade, indispensáveis para refletir a santidade de Deus neste mundo. E precisamente em períodos nos quais as mulheres estiveram mais excluídas, o Espírito Santo suscitou santas, cujo fascínio provocou novos dinamismos espirituais e reformas importantes na Igreja. Podemos citar Santa Hildegarda de Bingen, Santa Brígida, Santa Catarina de Sena, Santa Teresa d’Ávila ou Santa Teresa de Lisieux; mas interessa-me sobretudo lembrar tantas mulheres desconhecidas ou esquecidas que sustentaram e transformaram, cada uma a seu modo, famílias e comunidades com a força do seu testemunho” (Gaudete et exsultate, 12)

Este número da Exortação Apostólica Gaudete et exsultate cita explicitamente, além de Santa Brígida, as quatro Doutoras da Igreja. Quem abriu o caminho foi Santa Teresa d’Ávila, que teve a capacidade de confrontar-se com os teólogos do seu tempo, e eles dobraram a cabeça diante da sabedoria desta mulher. Depois veio Santa Catarina de Sena, semianalfabeta, uma jovem de 30 anos, com a alma de fogo que escreveu cartas duras ao Papa e aos bispos, e a todos os que quiseram escutá-la. Uma mulher de fé, que sabia colocar-se na escuta de Deus e das necessidades do povo pobre e sem apoio do clero. E, depois, tivemos uma outra carmelita, a pupila dos olhos da Igreja, que com somente 24 anos de idade, soube revolucionar a teologia e espiritualidade, precedendo o Concílio Vaticano II, no chamado universal à santidade: o nome dela é Santa Teresinha.

Com sabedoria o Papa Bento x VI colocou outra Doutora, longe do tempo e longe mesmo de uma doutrina atual, mas que teve uma grande influência no povo: Santa Hildegarda de Bingen. Nenhuma destas mulheres reivindicou um feminismo sentimental ou, no pior dos casos, árido e sem conteúdo, mas souberam na fidelidade à Igreja e ao tempo, dizer que a mulher não deve ser colocada de lado. E o próprio Papa Francisco, neste número, quer fazer memória histórica das mulheres anônimas, santas esquecidas da história, mas que foram educadoras de corações e de santos. Há milhões de santos homens também, que não exerceram nenhum cargo dentro da estrutura hierárquica e nem por isso não foram fermento, sal e luz da evangelização. Santa Edith Stein diz que não existe nenhuma lei divina que impeça as mulheres de serem um dia sacerdotes, mas a tradição é o grande empecilho, como também para o diaconato das mulheres. O Papa Francisco, como os seus imediatos predecessores, fechou os assuntos sobre o sacerdócio e abriu a porta para o estudo do diaconato… veremos coisas grandes no futuro e do céu me alegrarei com isto.

Fonte: O Mílite

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Frei Patrício Sciadini (Divulgação)
Frei Patrício Sciadini

Frei Patrício Sciadini é sacerdote carmelita. É um dos maiores especialistas em espiritualidade dos santos carmelitas. Nasceu em Arezzo, na Itália. Quando jovem, após a ordenação sacerdotal, veio para o Brasil, apaixonou-se por esta terra e naturalizou-se brasileiro. Mora no Egito desde 2010, onde serve a Igreja como provincial dos carmelitas descalços.

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