Espiritualidade

Solenidade do Sagrado Coração de Jesus. Celebre conosco!

A devoção aos Corações de Jesus e Maria nos leva a experimentar a misericórdia de Deus

Escrito por Espiritualidade

07 JUN 2024 - 04H28 (Atualizada em 07 JUN 2024 - 04H40)

Ao mostrar seu Coração que “nada poupou até esgotar-se e consumir-se de amor”, Jesus toca a nossa realidade e nossos sentimentos, abrindo-nos as portas da plenitude do amor de Deus.

O coração sempre ocupou um lugar especial em todas as tradições; em todos os tempos ele foi identificado como o centro primordial da vida. Nas civilizações mais antigas, era o lugar do conhecimento; o Ocidente fez dele o lugar dos sentimentos.

Na bíblia, o coração designa o que está oculto no interior e apenas Deus pode ver; é a sede das emoções, da inteligência e o órgão do conhecimento e da compreensão (Dt 8,5; Is 6,10). É o lugar da atenção, da memória, do pensamento consciente e da meditação; é ainda lugar do saber, da razão e da sabedoria (1Rs 3,12; Jó 9,4). O coração também é o lugar da vontade, onde nascem os projetos, onde se tomam as decisões.

O coração é o centro vital do corpo humano. Responsável pela circulação do sangue, mantém em funcionamento todos os órgãos. É símbolo das funções intelectuais, conhecido como um órgão inacessível, oculto no interior do corpo. O coração está em oposição à aparência externa; ele nos envia à realidade sobrenatural, designa o que está oculto no interior. Ângelus Silesius diz que o coração é o templo, o altar de Deus, que pode contê-lo por inteiro. Ele é o símbolo que descreve a relação do ser humano com Deus.

No tesouro da espiritualidade da Igreja, encontramos a devoção ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria; conhecer a fonte desta devoção nos conduz a um aprofundamento da nossa experiência com Deus misericordioso e nos ajuda a crescer na beleza da fé cristã.

Sagrado Coração de Jesus: Amor gratuito e generoso

O Sagrado Coração é a identidade de Jesus Cristo, o que Ele é por dentro: manso, humilde, paciente, compassivo, generoso, amigo dos pecadores; o bom pastor que deixa as noventa e nove ovelhas sadias para buscar aquela que se perdeu. Esta ternura é a raiz da Igreja, que floresceu de forma especial no século XVII, na França, com a piedade e a mística de Santa Margarida Maria Alacoque. O jansenismo nesta época pregava com dureza a indignidade dos pecadores, impossibilitando qualquer aproximação da misericórdia de Deus; forçavam no julgamento da miséria humana e no rigor divino. Rígidos, puritanos e de coração estreito, não se aproximavam da eucaristia. A França nesta época estava mergulhada numa turbulenta crise política, econômica e social; neste contexto, marcado por uma crescente hostilidade à Igreja, Margarida foi escolhida por Deus para revelar ao mundo a espiritualidade do Coração de Jesus, o amor não correspondido que pede desagravo.

São João Eudes (1601-1680) foi o precursor da devoção e da teologia do Sagrado Coração de Jesus. Em seu livro “O Coração admirável de Jesus Cristo” defendeu teologicamente a espiritualidade do Coração de Jesus. João Eudes fundou dois institutos religiosos, as Filhas de Nossa Senhora da Caridade e os Padres da Congregação de Jesus e Maria, consagrados ao Coração de Jesus e de Maria, com a missão de propagar a devoção. Ainda hoje, no mundo inteiro, milhares de pessoas dão vida aos grupos de Apostolado da Oração, com suas fitas vermelhas, sustentando o mundo com suas orações humildes e intensas.

Com Santa Margarida Maria Alacoque (1647-1690) começou a surgir a espiritualidade de um amor de Jesus, desconhecido e desprezado, que pede um ato de amor reparador. Em junho de 1675, Santa Margarida recebe a visão de Jesus que, revelando o seu coração, lhe diz: “Eis o Coração que amou tanto os homens, que nada poupou ate esgotar-se e consumir-se para lhes testemunhar seu amor e por reconhecimento não recebe da maior parte deles senão ingratidões...”. Apoiada pelo seu confessor, o Padre Claudio de la Combière, Margarida difundiu amplamente a imagem do Coração de Jesus, pedindo horas santas de reparação e a consagração das pessoas ao Coração de Jesus; os dois se consagraram ao Coração de Jesus no dia 21 de junho de 1675, superaram muitos obstáculos; sofrendo humilhações, se empenharam na causa de difundir a devoção ao Coração de Jesus.

O Papa Leão XIII, com a encíclica Anunn Sacrum, no dia 25 de maio de 1889, consagrou o gênero humano ao Coração de Jesus. Em 15 de maio de 1956, com a encíclica Haurietis Aquas, o Papa Pio XII fixou definitivamente a natureza do culto. O Coração de Jesus é o sinal natural de sua imensa caridade pelos homens.

O Brasil foi consagrado ao Coração de Jesus em 1955, por ocasião do 36º Congresso Eucarístico Nacional, realizado no Rio de Janeiro.




Fonte: Arquivo MI

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