Minha História de Fé

Renascer

Conheça a história de Milton Kenji que, pela oração do Santo Rosário e ajuda de Nossa Senhora, passou de descrente a um grande evangelizador.

Escrito por Barbara Rodrigues

03 MAR 2017 - 08H00 (Atualizada em 24 AGO 2021 - 11H09)

Era um mal hábito de Milton Kenji esmurrar e cuspir nos carros parados na sua rua. Mas, na verdade, a culpa era toda dos fiéis que engarrafavam a rua todos os domingos para ir à igreja e ouvir falar de um Deus que ele achava que não existia.

Desde criança, sua mãe frequentava a Igreja, mas ele se recusava a ir porque se sentia completo. Deus não era necessário e nunca seria, pensava ele. Milton cresceu e o então empresário, que se considerava ateu, adotou uma filosofia própria: superar a qualquer custo os concorrentes que apareciam ao longo de sua carreira. Se fosse preciso puxar o tapete de alguém ele não hesitava. Tudo que fosse necessário era feito, pois um vencedor nunca fica para trás.

Contudo, em 1999, a situação mudou. Apareceram muitos concorrentes que tinham a mesma filosofia de Milton para os negócios. Certa vez chegaram a implantar coisas para tirar o empresário de seu ramo de propagandas na TV. Assim, Milton e a família começaram a passar por dificuldades e perderam tudo, restando somente a casa deles.

O primeiro encontro de Milton com Nossa Senhora foi inesperado. Ele estava na rua quando uma tempestade o alcançou. Decidiu, então, pegar um jornal para secar seu sapato que estava furado e encharcado, mas o jornal voou antes dele conseguir se aproximar. Milton foi atrás e, quando conseguiu pegá-lo, estava diante da imagem de Nossa Senhora. Milton não sabia na época, mas aquele encontro o marcaria para sempre.

Em julho de 2001, o filho mais novo de Milton, Kazuo, estava prestes a completar 11 anos. Como presente, ele pediu ao pai uma festinha para 10 amigos. Milton entrou em desespero, não podia negar aquele pedido ao filho. Com ajuda de alguns familiares, conseguiu comprar o essencial para o aniversário e uma senhora ofereceu de presente o bolo. A única condição era que ele deveria buscar na casa dela. Milton não queria ir, pois teria de passar na rua da igreja, evitada há 45 anos. Mas a ideia de decepcionar seu filho fez com que mudasse de ideia.

Quando passaram em frente da Paróquia Santíssima Virgem, em São Bernardo do Campo - SP, Renata, a filha mais velha, e o aniversariante Kazuo pediram para o pai agradecer a Deus pelo presente. Milton não gostou da ideia, pois Deus não tinha nada a ver com a situação. Ele tinha feito tudo e Deus agora estava levando o crédito... Ainda relutante, Milton deixou as crianças entrarem na igreja e resolveu esperar na porta. Enquanto esperava, uma senhora convidou-o para entrar e disse que era importante, pois há muito tempo não havia 33 pessoas para rezar o Terço e com ele o número estaria completo. Milton não entendeu muito bem a ideia de completar 33 pessoas para homenagear Jesus, mas, no fim, acabou cedendo aos filhos que esperavam a resposta positiva do pai.

Por não estar habituado a rezar, ele se sentiu perdido, mas conforme ia passando o tempo, ele se sentia cada vez mais confortável naquele ambiente. De repente, uma garota de cabelo curto se aproximou e perguntou se ele não gostaria de rezar. Milton decidiu então contar a verdade. Ele não sabia rezar o Rosário. A garota ouvindo atentamente mostrou-lhe as primeiras contas do terço e emprestou um de cristal para que ele acompanhasse a oração.

Milton estava se sentindo tão bem que ia se esquecendo o bolo e, por isso, saiu apressado para o compromisso. Chegando na casa da senhora, Milton notou que ainda estava com o terço que tinha pego emprestado. Voltou para a igreja a fim de encontrar a garota, mas ela não estava mais lá.

A partir daquele 8 de junho de 2001, Milton se comprometeu a ir à igreja até encontrar a garota e devolver o terço. Então, na esperança de cumprir sua promessa, todos os dias ele era o primeiro a chegar e o último a sair. Com isso, ele foi aprendendo sobre a Igreja Católica e sua doutrina. Foi assim por 210 dias consecutivos. Um dia, Milton notou que o terço estava quebrado e já não tinha mais motivo para ele continuar com a sua promessa. Pensou em não ir mais à igreja, mas seu coração queria continuar. Foi assim que Milton começou sua jornada de muita aprendizagem.

Em 2006, Milton e a família mudaram para o Japão. Chegando em Aichi Nagoya, se depararam com a falta de igrejas católicas e, por este motivo, decidiram começar uma comunidade católica que posteriormente passou a ser frequentada por mais de 500 pessoas. Também, com ajuda de um casal brasileiro que já morava na cidade há mais tempo, Milton e a família começaram a divulgar a Milícia da Imaculada no Japão.

Oito anos depois, Milton e Kazuo voltaram a morar no Brasil e por terem feito um projeto de evangelização tão bonito no Japão, decidiram continuar com isso participando ativamente da Milícia da Imaculada brasileira.

Até hoje, Milton Kenji não encontrou mais a garota do cabelo chanel, mas ele tem certeza que graças a ela sua vida mudou e ele aceitou Deus e Nossa Senhora. Ele também reconhece que os fatos pelos quais passou estavam nos planos de Deus e, por isso, tem certeza de que a vida é muito mais do que podemos almejar. Milton persevera em seu amor à Igreja e à MI. Que seja para sempre uma história de fé!

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