Por Jorge Lorente Em Palavras de Vida Atualizada em 06 JUN 2020 - 15H14

Solenidade da Trindade Santíssima

Essa festa não é um convite para decifrar o mistério que se esconde por detrás de um Deus em três pessoas, mas sim um convite a contemplar o Deus que é amor




A Solenidade da Santíssima Trindade que celebramos neste final de semana, Décimo Domingo do Tempo Comum, não é um convite para decifrar o mistério que se esconde por detrás de um Deus em três pessoas, mas sim um convite a contemplar o Deus que é amor, que é família, que é comunidade e que nos criou para comungarmos esse mistério de amor.

Vejamos as leituras deste Décimo Domingo do Tempo Comum:

Primeira leitura – Ex 34, 4-6.8-9

Na primeira leitura, o Deus da comunhão e da aliança, demonstra seu desejo de estabelecer laços familiares com os homens e é apresentado por Moisés como um Deus clemente e compassivo, lento para a ira e rico de misericórdia. Este texto faz parte das tradições sobre a aliança do Sinai, um conjunto de tradições de origens diversas, que leva à reflexão sobre o compromisso, a aliança, que Israel teria assumido com Deus. Ocorre que, Israel comprometeu-se com o Senhor, mas, durante a ausência de Moisés, no alto do monte, o Povo construiu um bezerro de ouro para representar Deus. Moisés então, intercedeu pelo Povo e Deus renovou sua aliança com Israel. Depois de ter obtido o perdão de Deus para o Povo, Moisés subiu sozinho à presença de Deus. Consigo, levava as duas novas tábuas de pedra que havia talhado e sobre as quais seriam gravados os mandamentos da aliança. Aqui então, o autor do Livro do Êxodo, insere a teofania, ou seja, a manifestação de Deus”. Deus aproxima-se de Moisés na nuvem”: a nuvem, que se apresenta no meio caminho entre o céu e a terra, é, no Antigo Testamento, um símbolo privilegiado para exprimir a presença do Deus que vem ao encontro do homem. Ao mesmo tempo, a nuvem esconde e manifesta, ou seja, ela ressalta o grande mistério de Deus, escondido e, ao mesmo tempo presente, cujo rosto o homem não pode ver, mas cuja presença é sentida e real. É um Deus que ama o seu Povo e cuida dele com bondade e ternura. A sua misericórdia é ilimitada e, aconteça o que acontecer, irá sempre triunfar. Israel, o Povo da aliança, pode estar tranquilo e confiante, pois o Senhor Deus do amor e da misericórdia, garante a sua eterna fidelidade. Diante de Deus, Moisés pede que Ele, o Senhor, continue acompanhando o seu Povo em caminhada da terra da escravidão para a terra da liberdade, que o Senhor entenda a dureza do coração do Povo e que perdoe os seus pecados. E Deus, confirmando o seu amor e bondade, lento para a ira e rico de misericórdia, não só perdoa o Povo, como até lhe propõe a renovação da aliança.

Salmo – Cântico de Daniel 3

O salmo responsorial de hoje é o cântico de louvor dos três jovens, que dentro da fornalha, cantavam hinos, glorificavam e louvavam a Deus. ‘A vós louvor, honra e glória eternamente!’ Esta frase introduz este Cântico solene que se encontra no Livro de Daniel, na parte que chegou até nós somente em língua grega, e é entoado por jovens corajosos, que não quiseram ajoelhar-se para adorar a estátua do rei e preferiram enfrentar uma morte trágica, o martírio na fornalha ardente. São três jovens hebreus que, mesmo no perigo extremo, quando as chamas já atingem os seus corpos, eles encontram a força para louvar, glorificar e bendizer a Deus, com a certeza de que o Senhor da criação e da história não os abandonará à morte jamais. Louvam ao Deus que está muito acima de nós, capaz de nos salvar com o seu poder, mas também um Deus próximo do seu povo, no meio do qual Ele quis habitar no seu templo santo e glorioso, manifestando assim o seu amor. Um amor que Ele revelará em plenitude fazendo habitar entre nós, o seu próprio Filho Jesus Cristo cheio de graça e de verdade.

Segunda leitura – 2Cor 13, 11-13

Na segunda leitura, Paulo expressa, através da fórmula litúrgica “a graça do Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco”, a realidade de um Deus que é comunhão, que é família e que pretende atrair os homens para essa dinâmica de amor. A Primeira Carta aos Coríntios, que criticava alguns membros da comunidade por atitudes pouco condizentes com os valores cristãos, provocou uma reação negativa e uma campanha organizada no sentido de desacreditar Paulo que, assim que foi informado, dirigiu-se apressadamente para Corinto e teve um violento confronto com as pessoas que estavam interferindo junto às comunidades. Depois, Paulo retirou-se para Éfeso. Tito, amigo de Paulo, bom negociador e hábil diplomata, partiu para Corinto, a fim de tentar a reconciliação. Mais tarde, Paulo encontrou-se com Tito e as notícias que ele trazia eram animadoras. o conflito foi superado e os coríntios estavam, outra vez, em comunhão com Paulo. Reconfortado, Paulo escreveu esta sua segunda Carta aos Coríntios. Este texto é a conclusão dessa carta. Paulo deixa algumas recomendações de caráter geral aos membros da comunidade. Pede-lhes que sejam alegres e que procurem, sem desistir, chegar à perfeição e que, nas relações fraternas, se animem mutuamente, que tenham os mesmos sentimentos e vivam em paz. Paulo encerra dizendo: “a graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco”. Ao utilizarem esta fórmula, os cristãos se reconhecem como membros da família de Deus, e reconhecem também que ser família de Deus é fazer parte de uma única família de irmãos. São, portanto, convocados a viverem em unidade, em comunhão com Deus e em união com todos os irmãos.

Evangelho Jo 3,13-17

O Evangelho de hoje, segundo João capítulo 3, versículos de 13 a 17, nos recorda o quanto Deus nos amou. Amou a ponto de enviar o seu Filho único ao nosso encontro para doar sua própria vida e nos oferecer a vida eterna. João nos convida a olhar para a cruz de Jesus, a aprender com ele a lição do amor total, a percorrer com ele o caminho da entrega e da doação da vida. É esse o caminho da salvação, da vida plena e definitiva. Neste texto, João define claramente o caminho que todo ser humano deve seguir para chegar à vida eterna: trata-se de acreditar em Jesus. No entanto, acreditar em Jesus, não é uma mera adesão intelectual ou teórica a certas verdades de fé; mas é escutar Jesus, acolher a sua mensagem e os seus valores. Acreditar é seguir Jesus nesse difícil caminho de amor e de entrega aos irmãos. Acreditar em Jesus é ser capaz de ultrapassar a indiferença, o comodismo, os projetos pessoais. Acreditar de verdade é deixar de lado o egoísmo, o orgulho, a auto-suficiência e os preconceitos, para realizar gestos concretos de doação, de entrega e de serviço que tragam alegria, vida e esperança aos irmãos que caminham lado a lado conosco. Este Evangelho nos convida a percorrer, com Jesus, esse caminho de amor, de doação e de entrega total que ele percorreu. O amor de Deus se traduz na oferta de vida plena e definitiva. É uma oferta gratuita e incondicional, válida para sempre e que não discrimina ninguém. Às vezes, acusamos Deus pelas guerras, injustiças, maldades, doenças e a pandemia, que enfrentamos agora e que trazem desespero, sofrimento e morte; entretanto este texto bíblico é muito claro quanto ao que Deus quer para cada um de nós: Deus ama todos os seus filhos e nos oferece a vida. O sofrimento e a morte não vêm de Deus, mas são resultantes das nossas escolhas que nos afastam de sua divina misericórdia.

Leia MaisJesus ama o que tem em nosso coraçãoSantíssima Trindade: mistério central da fé O bom exemplo dos pobresRádio Imaculada retransmite Live de Padre Zezinho neste domingo às 16hAcompanhe, ao vivo, Palavras de Vida, pelas ondas da Rádio Imaculada (1490 AM, na Grande São Paulo; 107,1 FM, em Atibaia - SP, 97,3 FM, em Maceió - AL e 580 AM, em Campo Grande - MS), ou pelo aplicativo Milícia da Imaculada. O quadro é apresentado por Jorge Lorente, às 9h (horário de Brasília; 8h em Campo Grande - MS), aos domingos.

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