Colunista

Recompensados na Morada Eterna

“Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis, e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão” (1Cor 15,58)

Jorge Lorente

Escrito por Jorge Lorente

20 SET 2022 - 00H00

Entre tantos funcionários e voluntários que deram muito de si pela Milícia da Imaculada, hoje me vêm à lembrança dois casais que doaram uma grande parte de suas vidas, a serviço do Reino de Deus. A Angela e o Adriano casaram-se e foram morar em São Roque, dentro da própria rádio, onde ficaram por muitos anos, mantendo a programação no ar por toda região.

O Toninho e a Helenice, também deixaram tudo por aqui, inclusive o filho adolescente, e foram servir ao Senhor no Maranhão, cuidando do carisma da Milícia da Imaculada e da rádio local na capital São Luís. Após longos anos, eles voltaram e continuam trabalhando, ativamente, conosco.

O desprendimento desses casais e o amor com que abraçaram essa obra mariana, me fizeram lembrar de um relato que ouvi há muitos anos e, mesmo que não seja verídico, deve servir para nos levar a meditar sobre a nossa disponibilidade, nossa relação com Deus e com o Seu projeto de salvação.

Vamos à historinha: Conta a tradição que, atendendo ao apelo de seu bispo diocesano, um casal deixou o conforto de seu lar e foi assumir um trabalho missionário em um pobre país africano. Dedicaram anos de suas vidas, não só catequizando, como também alimentando crianças e adultos.

Famílias inteiras eram assistidas, graças aos esforços desse casal, angariando fundos junto aos moradores mais abastados. Depois de quase vinte anos de doação total de suas vidas, decidiram voltar para casa. Durante a viagem de volta, no navio, eles vinham imaginando como seriam recebidos, como seria a festa promovida pelos paroquianos, familiares e amigos, já que dedicaram praticamente a vida toda ao serviço do Reino de Deus.  Leia MaisTop Five da segunda semana de setembroMI promove primeira Assembleia RegionalO mês para celebrar a Palavra de DeusProUni: selecionados têm até hoje para comprovar dados

Quando o navio entrou no porto, puderam ver muitas pessoas acenando bandeiras e uma banda tocando com vigor. A alegria tomou conta dos dois ao ver a festa preparada. Após um bom tempo despachando suas bagagens, desceram as escadas do navio e se depararam com muito papel colorido espalhado pelo chão e não havia ali mais nenhuma pessoa e, muito menos a banda, a festa era para um grupo de jovens visitantes.

A falta de consideração causou uma enorme frustração. Ao chegarem em casa, revoltado, o marido disse a ela: “Vou dar uma volta, pergunta aí, pro seu Deus se é isso que Ele tem a nos oferecer, depois de tantos anos dedicados ao Seu Reino!”. Saiu batendo a porta e, cabisbaixo, andou por todo bairro.

Ao voltar, horas depois, encontrou a esposa desfazendo as malas. Ainda de cara feia, em tom de deboche, ele perguntou a ela: “E então? Falou com o seu Deus se é isso que Ele tem para nos oferecer, depois de renunciarmos a tantos anos da nossa vida?”. E a mulher, sem se virar, simplesmente disse: “Falei, sim!”. “Ah é? O que foi que Ele disse?”.

Calmamente, ela respondeu: “Deus disse que nós ainda não chegamos em casa. Quando chegarmos em nossa casa definitiva, aquela que Ele preparou para nós, ali sim seremos recompensados com coisas que os olhos humanos jamais viram e que a mente humana é incapaz de imagina."

Escrito por
Jorge Lorente
Jorge Lorente

Locutor da Rádio Imaculada, colunista e escritor de vários livros consagrados. Seu último lançamento foi a obra "Maria, mãe e mulher".

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