Psicologia

Tenho fome de quê?

A comida sempre teve papel fundamental na estruturação e na história da humanidade.

Escrito por Eduardo Galindo

10 MAR 2023 - 00H00 (Atualizada em 30 MAI 2023 - 10H45)

As guerras e as mudanças climáticas sempre impactaram a produção dos alimentos, como é percebido até hoje. Na Idade Média, quem conseguia fazer três refeições poderia ser considerado rico, era uma época de escassez, e quem era gordo sinalizava pertencer a uma alta casta, ligada ao poder e à riqueza, e esse era o padrão de beleza. A gula é o primeiro dos pecados capitais e é a abertura para todos os outros. No campo religioso, a gula está diretamente relacionada com o egoísmo e seria classificada como o desejo de algo desnecessário, apenas pelo prazer. Mas a psicologia e a psiquiatria têm uma concepção diferente desse comportamento.

Não existe um transtorno psiquiátrico da gula. Mas é interessante perceber que a gula está associada ao prazer, ou seja, a pessoa que come pode se exceder porque sente muito prazer e tudo que é prazeroso tende à repetição. Mas o transtorno da compulsão alimentar é uma patologia psiquiátrica em que a pessoa come para aliviar um sofrimento e não para ter prazer. No entanto, após um episódio de compulsão alimentar, a pessoa acaba se sentindo muito pior, com sensação de culpa e vergonha.

Considera-se um transtorno de compulsão alimentar quando existem episódios recorrentes de consumo de grandes quantidades de alimentos num curto espaço de tempo, com sensação de perda de controle. Dessa forma, a pessoa tem uma sensação de que o impulso é mais forte do que ela; depois que começa não consegue mais parar, mesmo que esteja desconfortável fisicamente. Em geral, as pessoas fazem isso escondido e não deixam ninguém da família perceber. Logo, são pessoas que sofrem por muito tempo em silêncio, o que pode acarretar outros problemas Além do risco de obesidade e ganho de peso, também pode causar depressão ou ansiedade. O tratamento mais indicado é a psicoterapia. O acompanhamento psicoterapêutico é essencial para a pessoa entender melhor seus sentimentos, e perceber outras formas de lidar com as emoções, que não seja através de um episódio de comer compulsivo.

Fonte: O Mílite

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Por Eduardo Galindo, em Psicologia

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