Por Espiritualidade Em São Maximiliano Kolbe

Conheça a história do nosso fundador!

Frei Maximiliano Maria Kolbe, OFMConv., batizado com o nome de Rajmund Kolbe, nasceu em Zduńska Wola, na Polônia, em 8 de janeiro de 1894 e morreu em Auschwitz, no dia 14 de agosto de 1941. Ele foi um sacerdote missionário franciscano da Polônia e se ofereceu para morrer no campo de concentração de Auschwitz no lugar de Franciszek Gajowniczek, um pai de família que tinha sido condenado a perecer de fome e sede no bunker nazista.

386 horas de fome e sede

Arquivo MI
Arquivo MI
Modelo para nós, mílites


A última fotografia de Maximiliano Kolbe foi feita para sua ficha no Campo de Concentração de Auschwitz, na Polônia. Neste lugar de dor, ele foi capaz de um gesto de amor. Ofereceu sua vida no lugar do pai de família Francisco Gajowniczek, que tinha sido escolhido para morrer de fome numa cela subterrânea em represália à fuga de um prisioneiro. A entrega da vida pelo irmão foi reconhecida pela Igreja como sinal heroico de santidade.

Esta forte experiência foi descrita por alguns dos sobreviventes do Campo de Auschwitz. Micherdzirski (Miguel), ex-prisioneiro número 1261, esteve por quatro anos naquele campo de concentração. Ele foi levado para lá com 19 anos. Deu seu testemunho no ano de 2004, na Polônia, por ocasião dos 110 anos do nascimento de São Maximiliano Kolbe:

Padre Kolbe esteve no campo de concentração por 77 dias, chegou dia 28 de maio 1941. Era tranquilo, um homem em que resplendia a bondade, um verdadeiro amigo. Aqueles que o conheciam sempre o ajudavam devido à sua fragilidade. Eu nunca me aproximava dele, ele sempre falava com os outros padres a respeito da Imaculada e da Santíssima Trindade; somente os mais velhos o escutavam. O mais interessante era perceber o quanto era bom. Às 13h do dia 29 de julho de 1941, momento de pausa no trabalho no campo, a sirene soou, deu medo. O som não era o mesmo. Naquele dia entendíamos que era algo de ruim, e todos deveriam deixar o trabalho e ir para o pátio. É o momento do apelo, ou seja, o controle de prisioneiros de cada bloco. Alguns não suportavam o trabalho e morriam, mas vivo ou morto tinha que estar no momento do apelo, não podia faltar nenhum prisioneiro. Deus me permitiu estar em tantos apelos, não sei como consegui. Naquele dia era apelo punitivo, somente para o nosso bloco, e nenhum outro bloco. Os outros não podiam nem mesmo ver pela janela se não também eram punidos.

Sig. Borgowiec exercia a função de levar ao forno crematório os corpos dos mortos, pois os soldados alemães da SS não se aventuravam a entrar naqueles lugares onde até mesmo o ar era contaminado. Borgowiec sobreviveu ao campo de concentração de Auschwitz e testemunhou detalhes do que acontecia naquele lugar:

Certa vez, quando os prisioneiros voltavam de um trabalho desumano, eles iam entrando no pavilhão que servia de dormitório enquanto alguém ia contando o número de prisioneiros que passavam pela porta. A quantia estava errada. Faltava um prisioneiro! O chefe fala que se tal prisioneiro não aparecesse até a tarde do outro dia, 10 daqueles miseráveis prisioneiros iriam para o bunker da fome. Ora, levando em conta a situação em que se encontravam, morrer por fuzilamento seria um privilégio, pois deixariam de sofrer todos aqueles infortúnios do Campo. Até mesmo ser enforcado não os fazia medo. Mas o bunker podia deixar qualquer um que tivesse coragem de enfrentar as atrocidades e crueldades dos nazistas sem dormir de tanto temor. Agonizar por dias de fome e sede no bunker era algo apavorante!

Frei Maximiliano pensou: “Como alguém pode ter a coragem de fugir sabendo que dez de seus companheiros irão ter a morte mais horrenda? Como estaria a consciência desse homem?”.

O Frei reconheceu a fraqueza daquele homem diante de tanto sofrimento, rezou por ele e o perdoou pela traição.

A hora chegou e o prisioneiro fugitivo não apareceu.

De 29 a 30 de julho, os prisioneiros do bloco de São Maximiliano Kolbe ficaram no pátio em pé, sem comer, sem dormir. A noite era muito fria e, durante o dia, muito calor. Os soldados colocavam a comida na nossa frente e jogavam no chão. Muitos não aguentavam, não tendo mais força e acabavam morrendo. Eu, Padre Kolbe e Francisco estávamos na mesma fila, na 5ª ou 6ª fila. Fritz andava entre as filas e, quando parava na frente de um prisioneiro, significava que era seu fim, era condenado, quando Fritz se aproximou de mim, me sumiu a visão, tremiam minhas pernas, meu único desejo era de viver. Minha oração era: 'Deus, não deixe ele tocar em mim'. Naquele momento não podíamos ter nenhum tipo de reação, não se podia manifestar nem mesmo uma expressão, porque seria o suficiente para morrer.

Um homem, o sargento Franceszek Gajowniczke, ao ser escolhido entre os 10 condenados, chora gritando: “Minha esposa, meus filhinhos. Nunca mais poderei ver minha esposa e meus filhinhos!”.

Quando tudo acabou, foi um alívio, mas de repente se percebe que alguém sai do lugar, naquele momento o silêncio reinava, só se ouvia os passos daquele homem, Padre Kolbe. Ele calmamente se aproximou de Fritz e disse: “Quero morrer no lugar desse homem”. Em um lugar onde milhões morriam, morrer por um não significava nada.

Fritz perguntou: “Quem é o senhor?”. Calmamente Padre Kolbe responde: “Sou um Polaco sacerdote católico”. Sete milhões de prisioneiros passaram por lá, essa foi a primeira vez que Fritz chamava um prisioneiro de senhor, éramos sempre chamados de porcos, besta e outros nomes terríveis. Padre Kolbe disse simplesmente: “Porque ele tem mulher e filhos”. Ele salvava o valor do sacramento matrimonial e a paternidade.

Isso era algo que Fritz jamais vira em sua vida, ficando perplexo com o pedido do padre. Fritz, então, concede o pedido do Frei e libera Franceszek da condenação ao bunker em troca do sacerdote católico número 16.670.

O que mais impressionou não foi o fato que ele morria por alguém, isso era normal em um lugar como aquele, mas naquele dia os nazistas perderam a guerra. Era inacreditável Fritz falar com um prisioneiro, e ter aceitado a troca. Ele podia simplesmente atirar em Padre Kolbe e nos outros, ou então soltar os cachorros neles. No campo de concentração, era inaceitável um gesto de martírio, os nazistas não admitiam, os prisioneiros só podiam morrer por suas mãos. Padre Kolbe morreu para salvar um único prisioneiro, mas naquele dia ele trouxe a Auschwitz a esperança e o amor.

Padre Kolbe e os outros nove prisioneiros foram levados para o bloco 11, no bunker da fome.

Dia a dia dentro do bunker, Padre Kolbe dava a absolvição geral aos que não suportavam mais as dores e encaminhava suas almas à misericórdia de Deus. O martírio profetizado em sua infância acontecia e a coroa vermelha pairava sobre sua cabeça. Ele dizia “Minha Mãe, não faltaste com tua promessa. Agora sinto que o céu me está bem próximo!”.

Passaram-se duas semanas e os prisioneiros morriam um após o outro, mas no fim da terceira semana, ainda sobreviviam quatro, entre eles Padre Kolbe.

Para os carrascos, a morte deles estava sendo longa porque a cela (bunker) era necessária para outras vítimas. Por isso, no dia 14 de agosto de 1941, às 12h50, da Vigília da Assunção de Maria Virgem ao céu, foi conduzido ao bunker, o carrasco Boch, um alemão, diretor da sala dos enfermos. Ele aplica no braço esquerdo de cada um, a injeção venenosa de ácido fênico. Padre Kolbe com a oração entre os lábios estende o braço ao carrasco.

Não podendo resistir àquilo que meus olhos viam, com o pretexto de ter que ir trabalhar, fui para fora. Quando os guardas e o carrasco deixaram o bunker, eu retornei: encontrei Padre Maximiliano Kolbe, sentado e apoiado no muro, com os olhos abertos e a cabeça inclinada: era a sua posição habitual. A sua face era radiante e serena.

Foram 386 horas de sofrimento, de fome e sede. A Imaculada fez com Padre Kolbe tudo aquilo que desejava, fez dele um grande dom. Humanamente era difícil entender aquele ato, aquele momento marcou a história de Auschwitz, a história de cada prisioneiro. Ele trouxe a cada um de nós a dignidade e a vontade de viver.

Na cruz, Jesus disse: “Tudo está cumprido”. Inclinando a cabeça, entregou o espírito. Talvez também Padre Kolbe tenha pronunciado essas palavras antes de inclinar a cabeça e suspirar. No dia da Assunção da Virgem Maria ao céu,15 de agosto, o seu corpo foi queimado no forno crematório e suas cinzas foram jogadas ao vento. Em 28 de janeiro de 1942, o certificado de morte de Padre Kolbe foi levado pelo oficial central do campo de concentração ao convento de Niepokalanów.

Milícia da Imaculada



A criação da Milícia da Imaculada e a difusão de seu ideal de conquistar o mundo inteiro a Cristo por meio da proteção e mediação da Imaculada se deu de modo brilhante no início do século XX. Como? A partir da difusão da Medalha Milagrosa e da evangelização por revistas na Polônia e Japão. Em 1938, a revista da MI atingiu uma tiragem de um milhão de exemplares.


Cristo no coração de todos


No início do século XX, acontecia no mundo uma grande atividade anticatólica, na qual se destacavam os maçons. Estavam especialmente contra Roma, o centro da Cristandade e a Sede do Vigário de Cristo, o Papa. Então, Frei Maximiliano se dá conta de que era necessário uma renovação espiritual.

A Milícia da Imaculada foi fundada em 16 de outubro de 1917, em Roma, na Itália, por sete jovens frades, entre eles José Pal, Antônio Glowinski, Jerônimo Biasi, Quirico Pignalberi, Antônio Mansi, Henrique Granata e Maximiliano Kolbe. Todos reunidos em um pequeno quarto, no Colégio Seráfico Internacional, localizado na Rua São Teodoro n° 42, onde ainda hoje está a sede internacional da MI.

Algumas velas, uma imagem, um único ideal ficou estabelecido: "Conquistar o mundo inteiro a Cristo sob a mediação e a proteção de Nossa Senhora", utilizando todos os meios lícitos, principalmente os meios de comunicação social.

Era noite, e Frei Maximiliano Kolbe trazia consigo somente a oitava parte de uma folha de papel. Nela escreveu os principais pontos do movimento que acabava de fundar. "Milícia da Imaculada. Ela esmagará a tua cabeça (Gênesis 3,15). Sozinha venceste todas as heresias no mundo inteiro". Uma jaculatória, uma medalha e a conversão de toda a humanidade, aliás, a sua santificação.

Em 28 de março de 1919, o Papa Bento XV concedeu aos membros da Milícia da Imaculada a bênção verbal e, logo em seguida, deu a bênção por escrito. E no dia 4 de abril, Padre Domenico Tavani, Vigário Geral da Ordem, escreve a própria bênção, exprimindo também o desejo que a MI se propague entre os outros jovens franciscanos. Sendo, no entanto, aprovada oficialmente pela Igreja em 2 de janeiro de 1920.


Retorno à Polônia


Em julho de 1919, Padre Kolbe retorna à sua terra natal. Em outubro, começa a lecionar História da Igreja no seminário, mas em agosto de 1920 adoece fortemente de tuberculose e é internado em Zakopane, onde atua como capelão do hospital. O período de enfermidade se prolonga até novembro de 1921, tempo importante para amadurecer a urgência da evangelização no coração do jovem frade.

Ao retomar suas atividades fora do hospital, ansioso em difundir a MI também na Polônia, como fez em Roma, Padre Kolbe pede a aprovação de seus superiores. O Ministro Provincial concede rapidamente, bendizendo a iniciativa, e, em 20 de dezembro de 1919, o arcebispo de Cracóvia Dom Stephen Sapieba aprovou o programa da MI, recomendando a difusão e autorizando a impressão do Estatuto em língua polonesa.

Em janeiro de 1922, a MI é aprovada como “Piedosa União da Milícia de Maria Imaculada” pelo Cardeal Basílio Pompilii, Vigário Geral da Diocese de Roma.

Não mais na sala de aula, ele inicia a impressão do número da revista mensal mariana "Rycerz Niepoklanej", o "Cavaleiro da Imaculada", destinada aos operários e camponeses "como meio de comunicação social para evangelizar o mundo". Foram 5.000 exemplares na primeira edição. A atividade cresce e, em 20 de outubro de 1922, Padre Kolbe foi transferido ao Convento de Grodno, onde continuou a sua atividade de editor da revista e começou a imprimir com a ajuda de dois confrades.

O número dos assinantes cresceu, assim como a qualidade da revista e a aparelhagem tipográfica, que necessitava de um número cada vez maior em outros locais. A revista foi um sucesso! As máquinas ocuparam a cozinha e o refeitório, os corredores estavam repletos de cartas e revistas.

Os membros poloneses eram 126.000 e o “Cavaleiro da Imaculada” tinha uma edição mensal de 60.000 cópias. Bem mais tarde, quando voltou para a terra natal após missão no Japão, o franciscano polonês continuou a evangelizar com a imprensa escrita e, em 1938, a revista chegou a atingir um milhão de exemplares.


Criação de Niepokalanów

Arquivo MI
Arquivo MI

Além da difusão pela imprensa, Padre Kolbe cria uma cidade toda consagrada à Imaculada. Tudo começou em junho de 1927, quando Padre Kolbe e Padre Alfonso encontraram-se com o Sr. Srzednicki, o administrador chefe do Príncipe John Drucki-Lubecki, proprietário do terreno que possuía uma grande área em Teresin, perto de Varsóvia, localizada no centro da Polônia, perto da principal linha ferroviária: espaço ideal para um novo convento e um complexo editorial. Porém, Padre Maximiliano não poderia aceitar uma doação de um lote de terra sem a permissão dos superiores. Entre os dias 19 e 21 de julho, aconteceu o Capítulo Provincial em Cracóvia e o caso foi discutido.

Em 6 de agosto, Padre Kolbe abençoou uma estátua da Imaculada no lugar onde haveria de construir o convento e no dia 1º de outubro o Príncipe Drucki-Lubecki firmou o gesto de doação do terreno.

No dia 1 de outubro de 1927, Padre Kolbe dá início à construção da Cidade da Imaculada, conhecida como Niepokalanów, na Polônia. No dia 21 de novembro de 1927, Padre Kolbe foi nomeado superior do futuro convento e transfere Padre Alfonso e outros irmãos para Teresin.

Em 1929, foi anunciada a abertura de um seminário para aqueles que desejavam consagrar-se ao ministério sacerdotal como missionários no país ou fora dele, na Ordem dos Frades Menores Conventuais. Os pedidos foram tão numerosos que foi necessário fundar outro seminário, independente do local de formação dos frades.

Quando o Ministro Geral da Ordem visitou Niepokalanów quase dez anos depois, em 1936, admirou-se: “o verdadeiro espírito franciscano, uma fervente devoção à Imaculada, muito zelo à pobreza e à extrema simplicidade. Entre os confrades havia um intenso espírito de caridade. Reinava uma imensa harmonia, e sobre eles se percebia uma alegria serena e franciscana”.


Busca por novos horizontes




Durante o Pontificado de Pio XI, o “Papa das missões”, o Ministro Geral da Ordem dos Franciscanos Conventuais convidou os frades a dedicarem-se às obras missionárias, segundo o espírito da Regra Franciscana.

No dia 25 de janeiro de 1930, Padre Kolbe encontrou-se com o Ministro Geral em Roma, apresentou o seu projeto de uma nova Niepokalanów entre os ateus e foi autorizado a partir para procurar um lugar para esta finalidade. Ele colocava ilimitada confiança na “comunhão dos santos”, ou seja, na solidariedade de todos os “mílites”, sejam vivos ou falecidos.

Antes de retornar à Polônia, confiou o desejo de levar a MI para outros continentes à intercessão de três dos “sete primeiros” que já haviam falecido. No cemitério romano de Verano, visitou a tumba de Padre Antonio Mansi, depois a tumba de Padre Girolano Biasi em Camposampiero, perto de Pádua, e a tumba de Padre Antonio Glowinski em Assis. Continuou sua peregrinação em Torino, a São José Cottolengo e São João Bosco, e depois nos santuários marianos que haviam inspirado a atividade da MI: Lourdes e Paris, em Rue du Bac, onde santa Catarina de Labouré recebeu a Medalha Milagrosa. E, no dia 1 de fevereiro, encontrava-se em Lisieux, para visitar o santuário e o convento de Santa Teresa do Menino Jesus, padroeira das missões.


Mugenzai-no-sono


Sem dinheiro e sem conhecer a língua nipônica, em 28 de fevereiro de 1930, Padre Kolbe partiu de Niepokalanów para Nagasaki, no Japão com quatro confrades: Frei Zeno Zebrowski, Frei Hilary Lysakowski, Frei Sigmund Krol e Frei Severin Dagis. Deixou dois deles em Shangai, na esperança de fundar outra Cidade da Imaculada, e prosseguiu com os outros em direção ao Japão.

No dia 24 de maio, exatamente um mês após o desembarque em Nagasaki, chegaram a uma modesta casa que foi o primeiro refúgio deles, sendo nomeada por Padre Kolbe de “A Grodno japonesa”. O religioso expediu um telegrama a Niepokalanów com os dizeres: "Enviamos primeiro numero pt temos tipografia pt Viva Imaculada pt Maximiliano." Com uma tiragem de 10.000 cópias, nascia assim a revista em língua japonesa, Seibo no Kishi, o Cavaleiro da Imaculada japonês ou também conhecida como "Revista Azul", que alcançou, em 1938, a tiragem de um milhão de exemplares!

Em 12 de junho de 1930, Padre Kolbe retornou à Polônia para participar do Capítulo Provincial que deveria informar ao novo Ministro Geral o desenvolvimento do trabalho no Japão, a fim de obter da Província Franciscana polonesa uma ajuda maior religiosa e também, se possível, financeira. O Capítulo Provincial e o Ministro Geral, concederam a aprovação a eles no dia 25 de agosto e Padre Kolbe retornou para Nagasaki.

Seu irmão, Padre Alfonso Kolbe, que fora nomeado guardião de Niepokalanów e editor do Cavaleiro, morre prematuramente no dia 3 de dezembro de broncopneumonia e deixa um buraco incomensurável. Ele fora um fiel intérprete e executor da vontade de seu irmão, no conservar sempre o espírito franciscano de pobreza em Niepokalanów.

No dia 4 de março de 1931, Padre Kolbe conquistou um terreno barato no pobre quarteirão Hongochi e, no dia 16 de maio, transferiu-se com os frades ao novo convento, e estabelece o Mugenzai-no-sono, o Jardim da Imaculada.

Ele gozou de uma especial proteção, pois foi poupado da fatal explosão da bomba atômica. Sobre o ponto mais alto das construções foi erguida uma grande estátua da Imaculada, que durante a noite era iluminada por uma coroa de lâmpadas: era bem visível do quartel e atraiu muitos pagãos em direção a Mugenzai-no-sono.


Nirmalaram


No início de junho de 1932, Padre Kolbe partiu de navio de Nagasaki e chegou à Índia no fim do mês, esperando conseguir fundar outra Cidade da Imaculada.

No início, a sua iniciativa foi coroada de sucesso, mas logo surgiram dificuldades de vários tipos, e foi impossível fundar a Niepokalanów Indiana antes e durante a Segunda Guerra.

Os problemas continuaram também depois da guerra por causa da nova classe política indiana.

No dia 10 de maio de 1981, o sonho de Padre Kolbe torna-se finalmente realidade com o nome “Nirmalaram”, o Jardim da Imaculada.

Padre Kolbe retornou a Polônia pelo mar no dia 23 de maio de 1936 sobre o transatlântico “Conte Rosso”, para encontrar os confrades missionários em Serangai e permanecer na Itália.

Sendo encarregado de promover a difusão da MI em todo o mundo, Padre Kolbe trabalhou incansavelmente para organizar a MI e também pensou em introduzi-la no apostolado de sua Ordem. Em 1935, ele expôs ao Ministro Provincial e depois ao Ministro Geral a proposta de consagrar a Ordem inteira a Imaculada, pedindo que tal moção fosse apresentada e discutida no Capítulo Geral, que aconteceria em Roma no ano seguinte.

No dia 26 de maio de 1936, Padre Kolbe deixou o Japão a bordo do navio “Victoria”, para participar do Capítulo Provincial de Cracóvia. Então ele foi eleito pelos seus superiores guardião de Niepokalanów, no dia 16 de julho. O motivo deste encargo foi a sua saúde precária, que piorou com o clima quente e úmido do Japão.

Finalmente no dia 8 de dezembro, a Ordem Franciscana Conventual consagrou-se a Maria Imaculada. O Capítulo Geral aprovou a proposta de Pe.Kolbe e decretou a consagração, estabelecendo que fosse renovada em cada ano no dia da Imaculada Conceição. Um ano depois em 1937, no décimo aniversário de fundação da Cidade de Maria, Pe. Kolbe obtém a permissão de dirigir-se à nação polonesa e transmite pela rádio nacional. Descreve a história e a atividade da MI e de Niepokalanów. O seu discurso comemorativo provoca numerosos consensos e foi convidado a falar novamente no dia 2 de fevereiro de 1938.

Com o passar dos anos, a produção editorial de Niepokalanów cresceu de modo surpreendente, seja no número dos colaboradores, como no número de publicações. Então Pe. Kolbe deduzia que um meio potente como o rádio, poderia ser usado para conduzir um maior número de almas a Maria, em vez de difundir o mal.

No dia 8 de dezembro de 1938, na Festa da Imaculada, os frades inauguram a estação de rádio SP 3RN (Estação Polonesa 3 Rádio Niepokalanów), dispondo somente de uma autorização oral do Governo. Frei Mansuetus Marczewski opera a estação de rádio de Niepokalanów. Depois de poucas transmissões, tiveram que suspender cada atividade, por causa da oposição dos inimigos que temiam o sucesso da estação de rádio.

Em 17 de fevereiro de 1941, Maximiliano é preso pela Gestapo devido ao receio da grande influência que a revista e outras publicações marianas dirigidas por ele exerciam. O Frei foi condenado a trabalhos forçados e depois assassinado em Auschwitz em condições muito heróicas. A atividade da Obra esteve parada na União Soviética com o comunismo, mas depois, com a Queda do Muro de Berlim, sofreu uma enorme expansão na sua terra natal com milhares de leigos e colaboradores.

Durante estes anos, a MI superou a Segunda Guerra Mundial, o martírio de seu fundador no campo de extermínio de Auschwitz na Polônia e criou forças, expandindo por diversos países através da Ordem dos Frades Menores Conventuais e leigos integrantes da Milícia da Imaculada. Com todos os meios possíveis de evangelização, a MI está à disposição e a serviço da Igreja Católica Apostólica Romana.


Testamento de São Maximiliano Kolbe


Irmãos, quando for anunciada a minha morte, saibam que vocês são, por testamento, os meus herdeiros. Até agora trabalhamos juntos pela Imaculada. Quando eu morrer cabe a vocês. A vocês recomendo a Milícia da Imaculada. Dediquem-se à sua causa sem restrições, sem limites. Enfrentem por ela qualquer sacrifício, até derramar o vosso sangue, se for preciso, e propaguem a Milícia da Imaculada até os confins da terra: Porque esta é uma causa santa, é vontade da Mãe de Deus.

Padre Kolbe, em 26 de maio de 1933.

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