Por Frei Sebastião Benito Quaglio Em A Santa Missa Atualizada em 05 OUT 2020 - 10H52

Quem é o meu próximo?

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O Frei Sebastião Benito Quaglio (OFMConv.) presidiu a Santa Missa, no Santuário Imaculada Conceição e São Maximiliano Maria Kolbe, em São Bernardo do Campo, em São Paulo, e comentou a Primeira Leitura (Gl 1,6-12) e o Evangelho de hoje (Lc 10,25-37).

Frei Sebastião destaca que perante a leitura da Palavra de Deus temos vontade ficar calados. Ela é tão forte e desafiadora que só nos resta a refletir sobre a nossa vida.

A regra de São Francisco de Assis era simples: “Viver o Evangelho”. Na primeira leitura São Paulo nos diz que às vezes nós fazemos o nosso próprio Evangelho e mudamos o nosso jeito de ver Jesus Cristo, de ver a Igreja, isto é muito perigoso.

Nossa mentalidade, maneira de ver ouvir e sentir, às vezes modifica a verdade do Evangelho que Jesus Cristo nos deixou. Por meio da oração humilde podemos conservar a verdade e nos libertar de curiosidades e interpretações erradas do Evangelho. A oração perseverante desmancha o nevoeiro nos nossos pensamentos, que nos impedem de ver com clareza a verdade.

Esta parábola de hoje é muito bonita. Quem é o samaritano? Quem é o sacerdote? Quem é essa vítima? São anônimos, mas identificam as estruturas religiosas, que não estão se importando com o sofrimento alheio. Sabem tudo sobre a lei, celebram os ritos, mas diante de uma vítima vão embora.

Depois chegou o inimigo, o samaritano, porém dentro dele havia aquela solidariedade que brota de Deus. Então ele parou para cuidar da vítima; colocou-a no seu próprio cavalo; levou-a numa hospedaria e ainda deixou recomendado que se eles precisassem gastar mais poderiam fazê-lo, pois ele voltaria para acertar tudo que gastassem.

Qual é a lição que tiramos disso tudo? Temos que olhar para perceber em primeiro quem é que está caído no chão e depois o que podemos fazer para levantar o caído.

Na Milícia da Imaculada fazemos isso. Estamos já há sete meses nesta pandemia e falamos a centenas de milhares de pessoas. Qual é a nossa preocupação da Milícia? Será que só rezar é o bastante? Não podemos nos desligar dessas vítimas; não podemos nos acomodar no anúncio dos números dos acontecimentos, temos que nos importar, sim.

Temos que penetrar fundo nos fatos, e nos importar, nos incomodar e nos comportar com misericórdia. As consequências são devastadores, quantas pessoas desempregadas, quantos mortos, quantos doentes, quantos nas UTIs agonizando.

É bom observar às margens do nosso caminho e pelo menos dedicar uma oração, um momento de silêncio, um momento de adoração. Temos que entrar em sintonia com esse mundo que sofre, que é vítima e sentir que fazemos parte dele.

Devemos eliminar tudo aquilo que nos afasta de Deus: fofocas, críticas e maus pensamentos. De repente ligar para alguém que deve estar sozinho e precisando de uma palavra de conforto. Vamos parar um pouco e olhar ao nosso redor e não nos deixar cair em meio a tantas regras valores que não servem para nada a não ser para nos paralisar.

Por isso paremos de escutar esse mundo barulhento e voltemos ao nosso interior para rezar em silêncio. Buscar o olhar de Cristo para enxergar mais e melhor, buscar a ternura de Nossa Senhora para consolar os que sofrem.

No momento que estamos em uma obra da Imaculada vamos entrar em sintonia com ela. Estamos juntos olhando às margens desta estrada, são milhares de pessoas que pedem socorro e nós temos que socorrer com a força de Jesus e de Nossa Senhora. Amém.

Milícia da Imaculada · Evangelho e Homilia 05 10 2020
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Por Frei Sebastião Benito Quaglio , em A Santa Missa

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