Por Túlia Savela Em A Santa Missa Atualizada em 03 JUN 2020 - 15H52

Você é o céu de Deus!

Frei Sebastião nos leva a entender qual grande é o amor de Deus por nós. Ele falou da volta de Cristo, a construção de um novo céu e uma nova terra e sobre a preparação à festa da Santíssima Trindade, no próximo domingo.

Na manhã nublada desta Terça-feira da Nona Semana do Tempo Comum, 2 de junho, Frei Sebastião Benito Quaglio, OFM Conv., inicia a celebração recordando que esta celebração é rezada, diariamente, pedindo proteção e força, por intercessão da Imaculada: “Vamos rezar por todos vocês, pela proteção divina de Nossa Senhora”.

Ele apresentou ainda como intenções: pelos doentes, em especial os vitimados pela pandemia, para que possam se curar; pelos agonizantes, para que tenham uma passagem serena; pelos falecidos e pela vida de cada participante da Missa. No ofertório, o frade rezou pelas intenções particulares: “Pela nossa vida, nossa família, saúde, trabalho e que essa epidemia possa ir embora logo. Que nós possamos voltar, mas não como antes. Com uma responsabilidade mais profunda, uma consciência mais em comunhão com Deus e com os irmãos”.

“Agora, um abraço de Deus”

No momento de refazer os nossos propósitos e pedir perdão, no ato penitencial, o frade convidou os fiéis a sentirem-se acolhidos: “Estamos juntos, agora, para receber o abraço de Deus. O ato penitencial é o ‘bom dia’ de Deus para conosco. Que a gente se sinta acolhido sempre, através da Sua misericórdia, e o nosso compromisso de termos uma vida mais comprometida com Deus, com o Evangelho, com Jesus Cristo”.

“A Palavra de Deus é sempre viva!”

Durante a homilia, Frei Sebastião falou sobre a volta do Filho de Deus, quando viveremos num novo céu e nova terra: "A gente vê que não é um Deus que destrói, mas um Deus que dá vida". Ele recorda que esta vida deve ser vivida com esperança para "construir o novo céu e a nova terra a partir de nós. Nós somos, com Deus, os novos criadores do novo mundo. Por isso que estamos sendo colocados aqui, com uma missão. As coisas materiais têm a sua própria evolução, é claro. Aquilo que sobra será a riqueza que brota do nosso coração, em sintonia com a força de Deus, que habita sempre esse mundo do amor e da misericórdia".

Comentando sobre o Evangelho, ele citou as palavras do Papa que combatem a hipocrisia e realçam a importância da honestidade. Depois, nas orações finais, falou sobre nos prepararmos para a festa do próximo domingo, dedicada à Santíssima Trindade. E falou sobre sua experiência pessoal sobre a consciência da inabitação da Trindade a partir do Batismo: "Eu, pessoalmente, encontrei nisso o meu caminho. Eu entendi que Nossa Senhora é o caminho que leva a Jesus, e Jesus nos introduz no mistério da Santíssima Trindade. É um caminho muito bonito. Você está com Ela no coração. Nisso, eu insisto muito, viu. São Paulo chama a presença da Santíssima Trindade de “templo vivo do Espírito Santo”, porque o Espírito Santo é a Essência Divina da Santíssima Trindade".

A Santa Missa tem início aos 30 minutos iniciais do vídeo. Acompanhe a seguir as palavras do Frei na íntegra:

Homilia


Muito bem, meu irmãos! A Palavra de Deus é sempre viva e a vantagem dela é que não é uma palavra do passado, do futuro. Ela também é, mas é viva, agora! Na primeira leitura, Pedro estava respondendo a uma angústia muito grande na época. Os primeiros cristãos estavam esperando o fim, a parusia, a vinda do Filho do Homem e, portanto, viviam, assim, numa expectativa. Até Paulo, no começo, era assim. Mas, depois, perceberam que as coisas mudaram, então, veio a reflexão: a vinda de Jesus não será como Pedro fala, através de fogo, destruição. Não. Haverá sim uma nova primavera. Interessante. Bonito isso. Novos céus e terras novas. Aqui vai a fantasia da gente, se podemos usá-la, né. A gente vê que não é um Deus que destrói, mas um Deus que dá vida. Portanto, a expectativa não é mais uma expectativa de terror, de destruição, mas uma expectativa de vida. Enquanto estamos aqui, neste mundo, temos chance de construir este novo céu que também será o resultado do nosso testemunho, do nosso amor. Lembre-se disso.

A gente tem tantas perguntas sobre isso, viu... É claro, aí vai uma meditação muito interessante. Quando você perde uma pessoa que você tanto ama, como nós vivemos ontem com a nossa Carol. Todo mundo a conhece aqui. A gente sente um choque, sempre, A gente sabe que existe realmente esse fim e é doloroso, machuca, Mas Pedro leva a olhar para aquilo que está atrás disso.

O que vem depois da noite? A gente descansa porque sabemos que o dia vai chegar. Você imagina se alguém falasse “olha, o sol não vai mais voltar”. Nem imagino. Então, esta vida é de esperança, de construir o novo céu e a nova terra a partir de nós. Nós somos, com Deus, os novos criadores do novo mundo. Por isso que estamos sendo colocados aqui, com uma missão. As coisas materiais têm a sua própria evolução, é claro. Aquilo que sobra será a riqueza que brota do nosso coração, em sintonia com a força de Deus, que habita sempre esse mundo do amor e da misericórdia.

E o Evangelho, hein? Eu vi alguma coisa do Papa. Ele disse assim: esse é o Evangelho que condena a hipocrisia. Hoje em dia todos estão de máscara, né? O que é o hipócrita? É aquele que usa uma máscara, que representa outra personalidade. (...) Isso era usado muito nos teatros gregos, latinos, os romanos. Então a pessoa que estava atrás da máscara não era aquela que apresentava. Aliás, sabemos, era uma representação. Então eram chamados de hipócritas, aqueles que não eram autênticos, sinceros.

Eles queriam pegar Jesus. Eles não estavam preocupados com o imposto. Nós sabemos ainda que foram os judeus, os hebreus, que pediram a proteção de Roma. Ainda com os Macabeus. Está na Bíblia. Porque Israel estava muito enfraquecido e vulnerável; continuamente era invadido... Então, pediram a proteção de Roma, porque Roma dava proteção, fazia uma presença militar, e respeitava a religião e a cultura, tudo, mas cobrava impostos, né... Mas, passando os tempos, os romanos eram mais vistos como usurpadores. Sabe como que é… Então, perguntaram para Jesus se era lícito ou não pagar o imposto. Mas por quê? Se Jesus tivesse falado “Sim, é lícito”, então acusariam Jesus como inimigo do povo, pois estaria apoiando os estrangeiros, os romanos. Se Jesus falasse “Não. Não é lícito”, diriam: “Está vendo? É um subversivo, ele é perigoso”. Eles queriam eliminar Jesus. Imagina se Jesus não entendeu as intenções deles... Então, olha a saída de Jesus, meus irmãos. Tão simples, né? “Você tem uma moeda aí? Sim! De quem é aquela imagem e as palavras? De César. Então dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus!”.

Jesus desmontou eles. Mas isso serve para nós também, meus irmãos. Ser mais responsáveis nas coisas, mais autênticos. Isso não impede reclamações, mas não para criar confusão, entenderam? Mal-estar, injustiças, mas para lutar pela verdade, colocar de lado, como disse o Papa: “Vamos deixar de ser hipócritas. Se, às vezes, não podemos falar a verdade, vamos ficar calados. Mas não vamos nos unir fingindo”.

Então, isso vale para nós, porque sabemos que, perante Deus, não somos assim, não podemos esconder nada. Portanto, que as nossas intenções sejam autênticas, verídicas, porque Deus sabe tudo. E vamos agir com os outros desta forma. É tão bonito falar a verdade para as pessoas, do jeito que elas entendem. Por exemplo, um filhinho quer um doce. A mãe sabe que faz mal para ele. “Meu filho, já não tem mais.” Isso é mentira? Claro que não. A mentira é esconder a verdade a que tem direito de tê-la, conhecê-la.

Vamos então ter sempre essa abertura de honestidade, porque Deus sabe tudo. Não adianta esconder. Para os outros, podemos; para Deus, não. Então vamos lá agora. Vamos colocar neste altar a esperança de todos aqueles que sofrem, para que sintam o serenidade, paz e alegria e saibamos que todos nós estamos construindo esses novos céus e nova terra. Amém!

Orações após a comunhão


A liturgia nos ajuda a fazer um caminho de fé. E, esse mês de junho é um mês muito rico de festividades. Queremos viver uma por uma, sem encavalar ou antecipar, porque achamos que uma é mais importante que outra.

A primeira é a festa da Santíssima Trindade. Anteontem, celebramos Maria Mãe da Igreja. Agora, a Santíssima Trindade no domingo próximo. E vou lhes dizer uma coisa: teologicamente falando, é a festa mais importante, porque é a festa do nosso Deus Uno e Trino, é o Pai que criou o universo e o Filho que redimiu os homens e o Espírito Santo que deu Nova Vida, a Vida divina a todos nós. Portanto, é a festa do nosso Deus. E temos esta grande alegria, esse Deus está fora dessa realidade tridimensional, que nós chamamos de tempo, espaço e matéria. Portanto, Ele está fora disso tudo, e a presença dele não está condicionada. Por isso que Jesus disse: “Se alguém me ama, nós iremos nele e faremos nele a nossa morada”. Portanto, você é um universo de Deus. Você, ouviu? Você, você, você, você, você, você. Está me ouvindo? Você é o céu de Deus! Lembre-se de Santa Elisabete da Trindade. Como ela rezava o Pai nosso? Pai nosso que estais no céu da minha alma.

Eu, pessoalmente, encontrei nisso o meu caminho. Eu entendi que Nossa Senhora é o caminho que leva a Jesus, e Jesus nos introduz no mistério da Santíssima Trindade. É um caminho muito bonito. Você está com Ela no coração. Nisso, eu insisto muito, viu. São Paulo chama a presença da Santíssima Trindade de “templo vivo do Espírito Santo”, porque o Espírito Santo é a Essência Divina da Santíssima Trindade. Então, vamos lá. Não tem um Pai aqui, um Filho lá, e o Espírito Santo lá.

Às vezes a nossa devoção separa muito Eles. Eles são um Deus único - Uno e Trino - e o Seu lugar predileto, preferido da presença Santíssima Trindade, é o coração de Seus filhos que somos nós. E aqui temos Nossa Senhora que é mãe de Deus (Pai), filha de Deus (Filho) e esposa de Deus (Espírito Santo). Que coisa, né? E tem uma coisa muito importante: é nossa Mãe. Portanto, em comunhão com esse Deus, nós temos a Mãe. Nunca se esqueça disso. Maximiliano Kolbe não escolheu a Imaculada só por uma devoção. Foi um caminho teológico profundo, místico e ascético. É por isso que o Espírito Santo é o revelador disso tudo.

“Às vezes, você poderia cair de joelho e adorar aquele Deus que está dentro de você.” Frei Sebastião

Às vezes, você poderia cair de joelho e adorar aquele Deus que está dentro de você. Portanto, esta semana, com Nossa Senhora, vamos pensar nesse mistério trinitário. Tudo começa “em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo” e termina “Por Nosso Senhor Jesus Cristo que convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo”. Já ouviu isso?

Vamos nos preparar. Até então, vamos caminhar com Ela. Você está aqui. Está vendo essa rosa? Está aqui. Eu não mexo muito com Ela, porque Ela está com esta coroa, e Ela parece que Ela é ciumenta dessa coroa, porque ela representa as duas coroas de Maximiliano Kolbe. A coroa branca, que é o amor a Deus - eu vejo assim - e a coroa vermelha, que é o amor ao próximo.

Estas duas coroas levaram Maximiliano Kolbe a doar sua vida e criar a Milícia da Imaculada, que é esse grande carisma. Com Ela, nós vamos no caminho da santidade e da evangelização. A consagração a Nossa Senhora não significa uma oração piedosa só. Mas um ato corajoso, porque Ela manda, Ela manda. Lembre-se: “Façam o que Ele mandar…”. Nossa Senhora não fica parada, não. Não é aquela mãezinha calminha que fica aí, e deixa os seus filhos fazer o que eles querem. Não. Ela manda, porque Ela sabe que eu tem muitos filhos que precisam. Mãe que ama e que zela. Vamos renovar?

(oração de Consagração, a Ave-Maria e Salve Regina)

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