Como revelador definitivo da vontade de Deus, Jesus leva à plenitude o que foi dito na Lei e nos Profetas, isto é, em toda a Sagrada Escritura. Ele não a repete ou a reconfirma simplesmente. Ele a interpreta “com autoridade” e comunica a vontade de Deus que ela exprime. Por isso, ninguém mais pode prescindir de Jesus. Cada um tem que modelar a própria existência nos seus ensinamentos, pois disso depende a pertença ao Reino de Deus.
Nos seus ensinamentos, Jesus ocupa-se, sobretudo, de três dimensões: relacionamento com o próximo, com a mulher e com a verdade. Ele não fornece um catálogo completo de prescrições que preencham todas as ocasiões. Ele dá o princípio geral – aquilo que se poderia chamar também de “espírito”- em base ao qual se deve comportar em todos os âmbitos.
O primeiro trecho (5,21-26) trata da superação do conflito com o próximo. Um modo radical de superar um conflito é a eliminação da outra pessoa, o que o Antigo Testamento proíbe mediante o mandamento: “Não matar!”. Mas, para Jesus, observar a lei na sua formalidade evitando o ato extremo, não basta. Urge combater a ação má lá onde ela tem o seu nascedouro: o coração, evitando até mesmo palavras envenenadas, não permitindo que a própria conduta seja determinada por ódios e rancores. É verdade que nos relacionamentos humanos pode haver tensões e conflitos, mas o cristão não pode permitir que estes suprimam, e nem mesmo enfraqueçam, o amor ao próximo.
O amor ao próximo, para Jesus, juntamente com o amor a Deus é o maior de todos os mandamentos e é o resumo de toda Lei e os Profetas e “praticá-lo vale mais do que todos os holocaustos e sacrifícios” (cf. Mc 12,33). Por isso, quando ele está em jogo deve-se inclusive adiar a oferta a Deus e ir reconciliar-se com o próximo. É lógico que a reconciliação vai depender também da contraparte, mas o que Jesus quer dizer é que nada pode nos dispensar da obrigação de fazer o máximo para conseguir a reconciliação.
O trecho seguinte (Mt 5,27-32) refere-se ao relacionamento com a mulher. Nas relações maritais não devem prevalecer as forças espontâneas e naturais do desejo e do prazer sexuais, mas sim, a dignidade do amor e a comunhão de vida entre o próximo e sua mulher. O Antigo Testamento proibia o adultério mediante o mandamento: “Não cometerás adultério!”. Mais uma vez, Jesus diz que só isso não basta e reconduz a questão à fonte, afirmando que o adultério há de ser combatido já na sua forma embrionária, quando ainda é um desejo do coração.
A exortação a arrancar o olho ou cortar a mão, se forem ocasião de pecado, trata-se, evidentemente, de uma força de expressão e, obviamente, não é para ser tomada ao pé da letra. Pois ainda que se arranquem ambos os olhos e se mutilem todos os membros, permanecem ainda a fantasia e a vontade do ser humano. Essa maneira de falar pretende exprimir, por um lado, a dificuldade real de se conseguir os valores propostos no Sermão da Montanha e, por outro, a radicalidade e determinação com que têm de ser buscados sem poupar esforços extremos e renúncias dolorosas, pois são decisivos para o destino do homem (cf. Mt 7, 21-27).
Ao respeito absoluto pela mulher alheia corresponde a defesa da união com a própria esposa como um bem inalienável. A expressão: “exceto em caso de fornicação” contida na proibição do divórcio não pode ser entendida como uma exceção. Jesus afirma que não se deve divorciar da própria mulher, de jeito nenhum, exceto no caso de “fornicação”, dito também “adultério”. A palavra “fornicação”, neste contexto, pode significar aquilo que está errado na raiz e indicava os casamentos ilícitos por causa de um parentesco próximo. É assim que São Paulo se refere a um caso em que uma pessoa convivia maritalmente com a própria madrasta (1Cor 5,1). Tais uniões, quando desfeitas, não constituem exceção à indissolubilidade do matrimônio, mas trata-se de correção, na raiz, de uma situação que já começou errada.
O tema seguinte (5,33-37) refere-se à questão da verdade. Este problema surge do fato que, por um lado, ninguém é autossuficiente e, por consequência, dependerá da autenticidade do próximo em muitas circunstâncias; e, por outro, os seres humanos nem sempre são transparentes uns com os outros. Por isso, surgiu a usança de dizer as coisas sob juramento. Novamente, Jesus afirma que os expedientes exteriores não resolvem a questão pela raiz. Com efeito, uma pessoa pode dizer mentiras sob juramento. O que resolve mesmo é o empenho pela absoluta transparência do coração que diz “sim sim, não não” (cf. Mt 5,37).
Esse trecho do Sermão da Montanha nos ensina que a vida espiritual verdadeira, que resulta em autêntico relacionamento com o próximo nas relações sociais, afetivo-sexuais, na sinceridade do falar, há de ser buscada não num catálogo de normas perfeitas que coíbem as ações más, mas na limpeza da fonte de todas as ações: o coração. Pois é dele que procedem assassínios, adultérios, prostituições, falsos testemunhos e difamações (cf. Mt 15,19).
Fonte: O Mílite
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