Essa passagem do evangelho nos parece muito familiar. Quem de nós nunca viu ou mesmo se envolveu em desavenças familiares, seja por herança, seja por outro motivo qualquer? Em geral, quando estamos em conflito com alguém, sempre achamos que a razão está de nosso lado e que os outros têm a obrigação de reconhecer isso, como faz um dos irmãos nesta passagem ao dizer a Jesus: “Mestre, diga a meu irmão que reparta a herança comigo” (Lc 12,13).
Jesus recusa-se a interferir na disputa entre os irmãos e eleva o diálogo a um nível superior, porque a solução do caso pela decisão de uma autoridade não resolve o problema pela raiz. Todos os conflitos humanos têm raiz no exagero do “eu” de cada pessoa:
“É de dentro do coração dos homens que saem as intenções malignas: ambições desmedidas, maldades, inveja, arrogância, insensatez...”
Marcos 7:21-22
É por isso que Jesus logo se apressa em advertir: “Atenção! Tomai cuidado contra todo tipo de ganância, porque mesmo que alguém tenha muitas coisas a vida de uma pessoa não é assegurada pelos bens que possui”.
Todos nós buscamos realização pessoal. Isso não é mal. Antes, é um bem! Somos mesmo chamados a nos realizar. A dificuldade está em que não acertamos, com facilidade, o objeto de nossa realização e cometemos sérios equívocos. Isso é ilustrado pela parábola do homem rico que colocou toda sua realização na abundância de bens materiais e, ao conseguir tudo o queria, disse consigo: “Minha alma, repousa, come, bebe, regala-te” (Lc 12,19). Mas, nesse exato momento, a morte apresentou-se, tornando-lhe inútil tudo o que havia adquirido. Portanto, o que ele julgava realização segura e decisiva, na verdade, é realização passageira e insegura.Leia MaisA esperança é a forçaFrancisco reza com a Igreja presente no CanadáO papel do Rádio na EvangelizaçãoÉ feliz quem louva
Ao apresentar o rico proprietário de terras como símbolo de todo ser humano em busca de realização, a parábola coloca a questão: como se realizar? Qual é a felicidade decisiva? Percebe-se aqui um eco daquela Palavra do Senhor: “Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro se perder a si mesmo? Que pode o homem dar em troca de sua própria vida?” (Mc 7,36-37). A resposta é: “Nada!”.
Não há nada de material ou imaterial, neste mundo, a que o homem possa doar-se como realização plena. O ser humano só vive recebendo o ar que respira inalando-o e devolvendo-o exalado, para, novamente, recebê-lo renovado. Da mesma forma, o homem que recebeu de Deus o sopro da vida (cf. Gn 2,7) só pode se realizar devolvendo-se a si mesmo a Deus, para receber-se a si mesmo sempre renovado. Essa “respiração espiritual” ou “espiritualidade respiratória” é a base mais elementar do ser humano como o “vivente” (cf. Gn 2,7) que precisa, constantemente, receber seu fôlego vital. E isso é a condição para todas as outras realizações, assim como a respiração natural é o fundamento básico do viver e a condição para todos os empreendimentos humanos, não podendo ser substituída por nada.
A reflexão conclusiva deste trecho do evangelho: “Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo e não é rico diante de Deus” parece ensinar o seguinte: a pessoa que põe sua realização “definitiva” em fatores externos, esquecendo-se de que tal realização só pode ser Deus, está correndo um perigo mortal como alguém que resolveu substituir a respiração natural por outra atividade qualquer. Seria o cúmulo da insensatez.
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