Formação

O que é necessário para ser santo

Feche os olhos e fique alguns momentos em silêncio. Reflita e diga: “Que alegria, eu também sou chamado a ser santo!”

Frei Patrício Sciadini (Divulgação)

Escrito por Frei Patrício Sciadini

25 OUT 2023 - 15H24 (Atualizada em 26 OUT 2023 - 15H35)

Para ser santo, não é necessário ser bispo, sacerdote, religiosa ou religioso. Muitas vezes somos tentados a pensar que a santidade esteja reservada apenas àqueles que têm possibilidade de se afastar das ocupações comuns, para dedicar muito tempo à oração. Não é assim. Todos somos chamados a ser santos, vivendo com amor e oferecendo o próprio testemunho nas ocupações de cada dia, onde cada um se encontra. És uma consagrada ou um consagrado? Sê santo, vivendo com alegria a tua doação. Estás casado? Sê santo, amando e cuidando do teu marido ou da tua esposa, como Cristo fez com a Igreja. És um trabalhador? Sê santo, cumprindo com honestidade e competência o teu trabalho ao serviço dos irmãos. És progenitor, avó ou avô? Sê santo, ensinando com paciência as crianças a seguirem Jesus. Estás investido em autoridade? Sê santo, lutando pelo bem comum e renunciando aos teus interesses pessoais (Gaudete et Exsultate, 14) 

O Papa, os bispos, os religiosos, os sacerdotes e a multidão de consagrados são chamados a ser santos com mais profundidade, porque escolheram como vocação viver mais perto de Jesus. Este é o primeiro dever de todos eles, mas a santidade é um chamado para todos e todas. Ninguém está excluído. Mas que quer dizer ser santo e como devemos ser santos? Nada de especial, de milagreiro e nem de um estilo de vida que seja uma fuga do mundo onde nós vivemos. Jesus um dia disse: “Vós estais no mundo, mas não sois do mundo!” (Jo 15,19). Todos olham o nosso agir, falar, e a maneira de como nos comportamos. O povo, mesmo não crente em Cristo, chega a uma conclusão: “Este homem, esta mulher são diferentes, são de Deus.” Temos sempre necessidade de encontrar na nossa vida alguém que, com toda simplicidade, nos fale através do silêncio, que o amor é o único critério que manifesta a nossa comunhão com Deus. Gosto de lembrar a minha mãe Domênica. Era analfabeta, mas tinha uma sabedoria única de aconselhar, de falar com calma e de maneira convincente sobre as coisas mais simples e difíceis. Tinha a arte dos santos de simplificar a vida e os seus problemas. Há pessoas que Deus nos faz encontrar, que mesmo quando carregam uma cruz pesada, ainda têm capacidade de carregar também a nossa, como bons Cireneus 

Fonte: O Milite - 381

Escrito por:
Frei Patrício Sciadini (Divulgação)
Frei Patrício Sciadini

Frei Patrício Sciadini é sacerdote carmelita. É um dos maiores especialistas em espiritualidade dos santos carmelitas. Nasceu em Arezzo, na Itália. Quando jovem, após a ordenação sacerdotal, veio para o Brasil, apaixonou-se por esta terra e naturalizou-se brasileiro. Mora no Egito desde 2010, onde serve a Igreja como provincial dos carmelitas descalços.

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