O Novo Testamento é composto por 27 livros que podem ser colocados em três áreas. Primeiramente os Evangelhos que são quatro: Mateus, Marcos, Lucas e João
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O NOVO TESTAMENTO | Evangelhos

O Novo Testamento é composto por 27 livros que podem ser colocados em três áreas. Primeiramente os Evangelhos que são quatro: Mateus, Marcos, Lucas e João

Escrito por Paulo Teixeira

03 AGO 2018 - 13H33 (Atualizada em 18 JAN 2021 - 15H44)

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Por Padre Antônio Alexandre, Missionário da Imaculada-Padre Kolbe

O Novo Testamento é composto por 27 livros que podem ser colocados em três áreas. Primeiramente os Evangelhos que são quatro: Mateus, Marcos, Lucas e João. Euanghelion (evangelho) em grego significa Boa-nova, a boa notícia de um acontecimento extraordinário. O principal objetivo destes textos é transmitir fatos históricos, palavras e ações de Jesus para que todos compreendam que Ele é o Filho de Deus e o aceitem na fé e na razão. Paulo, escrevendo aos Romanos, clarifica que o conteúdo da Boa-nova é o Kerigma, ou seja, o anúncio do mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo (Rm 1,1-7).

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Manuscrito antigo do Novo Testamento

Cada evangelista vive e dialoga com uma comunidade eclesial. Por isso, existem modos diferentes de ver e transmitir Jesus. Cada evangelista possui uma estrutura redacional própria, sobre a qual expõe o seu projeto e sua visão teológica para mostrar o rosto de Cristo.

Vamos tomar como exemplo o episódio que narra a cura da sogra de Pedro. É um episódio contado por Mateus (8,14-15), por Marcos (1,29-31) e por Lucas (4,38-39). A sogra de Pedro está com febre e depois do milagre ela se põe a serviço de todos os que estavam naquela casa. Em Marcos, Jesus “levanta” a sogra de Pedro; em Mateus, Jesus a toca; em Lucas, Jesus se inclina sobre ela. O mais importante é que cada evangelista tem um propósito específico, relatando o mesmo fato. Mateus colocou o milagre da sogra de Pedro em um conjunto de dez milagres para sublinhar que Jesus é um homem potente em palavras e obras. Marcos, por sua vez, apresenta a sogra de Pedro como modelo de serviço para a comunidade. Já para Lucas, a sogra de Pedro dá início ao tema das mulheres a serviço de Jesus, pois Lucas (8,1-3) mostra as mulheres que ajudavam Jesus com os seus bens.

Cada evangelista tem uma comunidade e os acontecimentos, as palavras e os milagres de Jesus, são adaptados conforme a necessidade desta. Não inventam histórias, mas jogam uma nova luz sobre elas. Outro exemplo podemos encontrar no Evangelho de João. Enquanto os três primeiros Evangelhos focalizam a pregação sobre o Reino de Deus, o quarto Evangelista aprofunda a questão da identidade de Jesus, Ele é apresentado por João como o Logos divino, preexistente antes da formação do mundo. A comunidade de João estava em Éfeso, um dos grandes centros culturais do Império Romano. A sua preocupação era, portanto, anunciar e explicar a encarnação de Jesus em um ambiente de muitas crenças e de pessoas cultas. Por isso o Prólogo, bem como o restante deste Evangelho, possui alta qualidade teológica. Jesus é o Verbo de Deus encarnado, o Filho que é caminho, verdade e vida.

Sinteticamente passamos pelos 27 livros que compõem o Novo Testamento, ressaltando que a Escritura abraça também os outros 46 livros do Antigo Testamento, formando assim o agrupamento de 73 livros que compõem a Bíblia, o grande livro que carrega a Palavra de Deus. Depois desta introdução ao Novo Testamento, nos encontraremos na próxima edição para falarmos do Evangelho de Mateus, primeiro livro na ordem de importância e de uso para Igreja primitiva. Até lá.

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