Por Padres Antônio S. Bogaz, Rodinei Thomazella e Professor João H. Hansen, Orionitas
Para uma melhor compreensão do contexto litúrgico é necessário entender que a oração eucarística ou anáfora, como também é conhecida, vem de uma palavra grega que significa o ato de elevar-se e colocar-se no mesmo patamar do Altíssimo. Anáfora, tem o sentido de elevar-se, inclinar-se para o alto e, também, de oferecer-se. Este prefixo nos faz entender que a oração é enviada para o alto, ou seja, o homem se eleva a Deus. A anáfora se torna, portanto, o cerne, o coração da celebração eucarística. Na liturgia, anáfora tem o sentido de caráter sacrifical da oração eucarística.
Segundo a instrução geral do missal romano, a anáfora é o momento principal da celebração eucarística. “Com a oração eucarística, oração de ação de graças e de consagração, chegamos ao coração e ao ápice da celebração”. Durante a proclamação desta oração, o sacerdote conclama toda a assembleia no oferecimento do sacrifício a Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo, ou seja, a Santíssima Trindade.
A oração eucarística é proclamada pelo sacerdote que se dirige a Deus em oração em nome de toda a Igreja. Ele fala pelo Cristo e na ação do Espírito Santo. Ele faz a oração em nome de toda a assembleia reunida na Igreja. Está cumprindo o ato solene de Jesus Cristo, que na última ceia disse: “fazei isto em memória de mim”! (1 Cor 11). Os “elementos principais” que compõem a anáfora eucarística são os seguintes:
1 – A ação de graças, ou seja, a memória pascal do Filho, que se exprime particularmente no prefácio.
2 – O Sanctus, a anamnesis, a epliclesis, a narrativa da instituição, as intercessões e a doxologia.
O prefácio é a parte inicial de uma anáfora. Ele expressa o sentido da solenidade ou da festa que a Igreja celebra na plenitude do mistério de Cristo, conforme o calendário do Ano Litúrgico. O prefácio é dirigido a Deus Pai e, por isso, deve ser proclamado do altar, conforme decidiu o Concílio de Hipona em 393.
Ao iniciar-se a oração eucarística, estão todos em pé, pois terá início a parte principal da celebração, ou seja, a prece de ação de graças e de santificação. O sacerdote convida os fiéis para participarem e elevarem os corações ao Senhor e os associa à prece que dirige a Deus Pai, por Cristo, no Espírito Santo, em nome de toda a assembleia.
A comunidade reunida se une com Cristo na oblação do sacrifício. Forma um todo e é envolvida em profunda adoração no mistério do amor do Pai que é sempre renovado em nós. Cristo entrega-se por nós ao Pai, trazendo dádivas para nossos corações. É quando o sacerdote diz “Eis o mistério da fé”.
Anotemos suas partes integrativas, que nos conferem a totalidade de sua espiritualidade:
1 – Anamnese (recordação, comemoração): Neste momento da celebração, faz-se a comemoração, ou seja, a ação que torna atual o momento da ceia. Recordando e cumprindo a ordem recebida de Jesus Cristo, a Igreja faz a memória da paixão, da gloriosa ressurreição e a ascensão aos céus de Cristo Jesus; ela apresenta ao Pai a oferenda de seu Filho que nos reconcilia com Ele. Esta oração leva à oblação.
2 – Oblação: A comunidade reunida realiza esta anamnese, oferecendo a Deus Pai, no Espírito Santo, o corpo e o sangue imaculado (a hóstia), e solicita que todos os fiéis se ofereçam a Cristo, procurando cada vez mais tornarem-se mais próximos da perfeição, na sua união com Deus e a família cristã.
3 – Intercessões: A eucaristia é celebrada em comunhão com todo o povo de Deus, no céu e na terra, e a oblação é feita por todos os membros da comunidade, que foram chamados a participar da redenção e da salvação obtidas pelo corpo e sangue de Cristo, além dos pastores da Igreja, o papa, o bispo da diocese, seu presbitério e seus diáconos, e todos os bispos do mundo inteiro com suas Igrejas.
4 – Doxologia Final: “Pois vosso é o reino, o poder e a glória” retoma, mediante inclusão, os três primeiros pedidos a nosso Pai: a glorificação de seu nome, a vinda de seu reino e o poder de sua vontade salvífica (CIC – Parágrafo 2855). Todos participam da oração eucarística em silêncio, com aclamações previstas no próprio rito. A participação da comunidade na doxologia final acontece pelo Amém, referente ao que foi celebrado pelo presidente durante a oração eucarística.
Esta oração é a elevação da espiritualidade que se apresenta diante de Deus, em Jesus Eucarístico, para o qual toda comunidade se volta com fé profunda e adoração mais intensa. É um diálogo de família de fé, que se reúne e adora seu Senhor.
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