Por Frei Aloísio Oliveira Em Formação

“Recebei o Espírito Santo!”




Neste domingo (23), o Evangelho (Jo 20,19-23) nos remete ao Pentecostes e Frei Aloisio Oliveira destaca que essa é a experiência que dá continuidade a presença de Jesus com seus discípulos.

De fato, Jesus afirma: “Não vos deixarei órfãos. Eu pedirei ao Pai, e ele vos dará um outro Paráclito, que ficará para sempre convosco: o Espírito da Verdade” (Jo 14,16-18). Assim, no trecho do Evangelho da liturgia de hoje, quando se afirma que Jesus vai encontrar seus discípulos, “estando as portas fechadas” (Jo 20,19.26), significa que Jesus Ressuscitado tem o poder de estar presente junto a seus discípulos em qualquer lugar, sem limites de espaço e tempo.

O Cristo Ressuscitado ao aparecer a seus discípulos lhes diz: Paz a vós (Jo 20,21). Não se trata de uma saudação convencional ou de um pio desejo tal como: a paz esteja contigo. Trata-se da comunicação efetiva do dom supremo da “Paz” que, na perspectiva do Antigo Testamento, consiste na “Presença” de Deus no meio de seu povo.

Com efeito, a palavra “paz” (Shalom), na Bíblia, tem um sentido muito amplo e rico. De maneira geral, está ligada a “integridade” e “restauração” e, por extensão, a “reconciliação”.

Portanto, Jesus ao dizer Paz a vós, mostrando as mãos e o lado, isto é, os sinais visíveis de sua crucificação, quer dizer que pela sua paixão, morte e ressurreição, ele reconciliou o mundo com Deus; aquela comunhão com Deus que Adão e Eva romperam pelo pecado, Jesus a restaurou pela sua obediência a Deus até à morte de cruz (Gl 2,8).

Jesus Cristo crucificado-ressuscitado comunica o Espírito Santo aos seus discípulos, ao soprar sobre eles dizendo: “recebei o Espírito Santo” (Jo 20,22). Com isso, ele capacita os discípulos a continuarem sua missão: “como o Pai me enviou eu também vos envio” (Jo 20,21). Ao dizer que os discípulos podem perdoar e reter pecados significa que Jesus lhes transmitiu sua plena autoridade para continuar sua missão reconciliadora.

Não se trata, portanto, de um privilégio pessoal. Tal autoridade lhes é concedida em vista da obra missionária para que a reconciliação que Cristo realizou continue a atingir a todos, por meio do ministério dos apóstolos, pelos séculos afora.

Assim, Pentecostes é também experiência da continuação da missão de Jesus no ministério dos apóstolos que foi transmitido à Igreja: “O Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará e vos recordará tudo o que vos tenho dito” (Jo 14,26).

Escrito por
Frei Aloísio, Ministro Provincial
Frei Aloísio Oliveira

É Ministro Provincial da Província São Francisco de Assis dos Frades Menores Conventuais e especialista em Sagrada Escritura.

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