É certo que para obter a vida externa precisa morrer em estado de graça. Mas é impossível conservar sempre tal estado sem um esforço constante para progredir na vida de fé e, então, tender à santidade, à perfeição do amor cristão. As palavras do Mestre não deixam dúvidas: “Sejam perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus”(Mt 5, 48). “Se alguém vem a mim e não odeia (isto é não sacrifica) o seu pai, a sua mãe, a mulher, os filhos... até a sua própria vida, não pode ser meu discípulo”(Lc 14,26). “Entrai pela porta estreita” (Mt 7,13).
Por Frei Luigi Faccenda Em Formação Atualizada em 04 MAI 2021 - 16H41

Segredo de santidade

“Sejam perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus” (Mt 5, 48)




É certo que para obter a vida externa precisa morrer em estado de graça. Mas é impossível conservar sempre tal estado sem um esforço constante para progredir na vida de fé e, então, tender à santidade, à perfeição do amor cristão. As palavras do Mestre não deixam dúvidas: “Sejam perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus”(Mt 5, 48). “Se alguém vem a mim e não odeia (isto é não sacrifica) o seu pai, a sua mãe, a mulher, os filhos... até a sua própria vida, não pode ser meu discípulo”(Lc 14,26). “Entrai pela porta estreita” (Mt 7,13). 

Tais exortações, convites e insistências, nos levam à convicção que a santidade é a vocação de todos os cristãos: “Todos na Igreja, sejam os que pertencem a hierarquia seja os que dela são diretos, são chamados a santidade, segundo o que disse o apóstolo: Esta é a vontade de Deus, a vossa santificação” (Ef 1,4; 1Tes 4,3).

Esta santidade da Igreja constantemente se manifesta a se deve manifestar nos frutos da graça que o Espírito produz nos fieis; se exprime de várias formas junto às pessoas, as quais, em seu grau de vida tendem à perfeição da caridade e edificam os outros; de um modo todo particular se manifesta na prática dos conselhos que se escolhem chamar evangélicos”. O primeiro dever, pois, daquele que se consagra à Imaculada segundo o espírito de Padre Kolbe, é querer a santidade. “Quem quer dedicar-se a santificação dos outros – adverte Padre Kolbe – é justo que comece de si mesmo”.

Essência e natureza da santidade

Existem muitas falsas noções de santidade. Alguns a percebem como uma vocação para poucos eleitos, um estado emotivo e uma utopia impraticável. Também muitas pessoas devotas e pias têm uma idéia errada ou reduzida da natureza da santidade, “subordinando-a, como disse São Francisco de Sales, segundo a própria paixão e a própria fantasia”.

Alguns a fazem consistir na recitação de muitas orações; outros nos jejuns e na austeridade; alguns confundem a consolação espiritual com o fervor, acreditando-se perfeitos quando são inundados de alegria, outros se dão completamente e só às obras exteriores. Alguns, enfim, a procuram no êxtase, nas visões ou em fenômenos extraordinários.

Mas como poderá o coração do homem, com o seu egoísmo, as suas paixões, e o seus inimigos, aproximar-se de Deus para amá-lo, como se convém, acima de toda criatura?

É esta a missão de Maria: Ela deve aproximar o homem a Jesus Cristo, sendo a medianeira entre a corrosão humana e a transcendência divina, para a encarnação do Filho de Deus. O Frei Kolbe tinha compreendido bem tal segredo, do qual muitas vezes afirma: “Quem é consagrado a Ela de modo verdadeiramente perfeito, já alcançou a santidade e, quanto mais perfeitamente se deixa conduzir por Ela na vida interior (espiritual) e na vida exterior (a atividade apostólica), tanto mais participa da santidade dela” (EK 339).

Em um artigo de 1933 escreve que a Imaculada quer entrar nos corações de todos os homens, “tomar posse, encaminhá-los para à felicidade verdadeira, para Deus, ao longo da via da renegação de si mesmo; (quer) preparar neles o trono do amor divino, do Coração divino, ensinar-lhes a amá-lo, inflamar-lhes de amor. Quer Ela mesma amar este Coração neles e por meios deles, ser deles mesmos e fazê-lo tornarem-se Ela mesma”(EK 1168).

Seguindo o ensinamento do Evangelho, quem quer atingir a santidade, deve começar com renegar a si mesmo (Mt 16,24). É Extremamente significativo e atual um artigo de 1922 no qual Frei Kolbe confronta “genialidade” humana e santidade: “O gênio e o santo tem muitas características comuns. Eles emergem acima do ambiente que os circunda, chamam involuntariamente sobre eles a atenção dos outros, sendo pessoas fora do comum. Ambos têm preestabelecidos objetivos de dimensões insólitas e, confiando abundantemente em dons da natureza ou de graça, buscam conseguir tais entendimentos passando através dos espinhos e todos os tipos de obstáculos e de dificuldade. O seu caminho se torna difícil não só de pessoas invejosas, mas também às vezes daqueles amigos, mesmo talvez com boa fé. Toda vez que querem alcançar o cume desejado, ou simplesmente aproximar-se efetivamente disso, ambos encontram os imitadores, os quais, com o olhar fixo sobre eles e com resultados mais ou menos satisfatórios, procuram segui-los sob outra via. E a recordação de um santo, como também de um gênio, passa de uma geração à outra”.

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