Por Espiritualidade Em Formação

Viemos adorá-lo

Os Magos do Oriente são sinais da busca de todas as pessoas por Deus




Queridos amigos, os Magos que vieram do Oriente são apenas os primeiros de uma longa procissão de homens e mulheres que na sua vida procuraram constantemente com o olhar a estrela de Deus, que procuraram aquele Deus que está perto de nós, seres humanos, e nos indica o caminho. É a grande multidão de santos famosos ou desconhecidos mediante os quais o Senhor, ao longo da história, abriu diante de nós o Evangelho e folheou as suas páginas; ainda hoje Ele continua a fazer isto.

Nas suas vidas, como em um grande livro ilustrado, revela-se a riqueza do Evangelho. Eles são o rastro luminoso de Deus, que Ele mesmo traçou e continua a traçar ao longo da história. Eles nos indicam assim o caminho para nos tornarmos felizes, nos mostram como se consegue ser pessoas verdadeiramente humanas. Nas vicissitudes da história eles foram os verdadeiros reformadores que tantas vezes a levantaram dos vales obscuros nos quais corre sempre de novo o perigo de precipitar; eles iluminaram-na sempre de novo quanto era necessário para dar a possibilidade de aceitar talvez no sofrimento a palavra pronunciada por Deus no final da obra da criação: "Viu que era coisa boa".

Basta pensar em figuras como São Bento, São Francisco de Assis, Santa Teresa de Ávila, Santo Inácio de Loyola, São Carlos Borromeu, nos fundadores das ordens religiosas do século XIX, que animaram e orientaram o movimento social, ou nos santos do nosso tempo, Maximiliano Kolbe, Edith Stein, Madre Teresa, Padre Pio. Contemplando estas figuras aprendemos o que significa "adorar", e o que quer dizer viver segundo a medida do menino de Belém, segundo a medida de Jesus Cristo e do próprio Deus.

Dissemos que os santos são os verdadeiros reformadores. Agora gostaria de o expressá-lo de modo mais radical: só dos Santos, só de Deus provém a verdadeira revolução, a mudança decisiva do mundo. No século que há pouco terminou vivemos as revoluções, cujo programa comum era não aguardar mais a intervenção de Deus, mas assumir totalmente nas próprias mãos o destino do mundo. Com isto, vimos que era sempre um ponto de vista humano e parcial a ser tomado como medida absoluta da orientação. A absolutização do que não é absoluto mas relativo chama-se totalitarismo. Não liberta o homem, mas priva-o da sua dignidade e escraviza-o. Não são as ideologias que salvam o mundo, mas unicamente dirigir-se ao Deus vivo, que é o nosso criador, a garantia da nossa liberdade, a garantia do que é deveras bom e verdadeiro.

A verdadeira revolução consiste unicamente em dirigir-se sem reservas a Deus, que é a medida do que é justo e ao mesmo tempo é o amor eterno. E o que nos pode salvar a não ser o amor?

Reflexão do Papa Bento XVI na vigília de oração da Jornada Mundial da Juventude de 2005, em Colônia, na Alemanha

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