Folia de Reis

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A origem desta festa popular é portuguesa, é um auto popular natalino, de evocação da visita dos três Reis Magos ao Menino Jesus, com apresentação de danças dramáticas como o Terno de Reis, o Rancho e o Bumba-meu-boi. A Folia tem início no dia 24 de dezembro, à meia-noite, e termina no dia 6 de janeiro, que no calendário litúrgico da Igreja Católica é Dia da Manifestação do Senhor, e o dia em que se recorda a visita dos magos do oriente ao menino Jesus. O desfile leva uma bandeira que muitos acreditam ter o poder de curar as pessoas.

A folia que conduz esta festa é formada por um grupo de cantadores que seguem com uma bandeira. Em cada casa onde a bandeira pára se faz uma festa, acompanhada de canções e rezas pela família que recebe os rezadores e os vizinhos. O grupo precisa indispensavelmente de um rezador, um porta-bandeiras, dois violeiros, um tocador de tambor e outro de triângulo.

Os foliões fazem paradas em casas previamente escolhidas, para cantorias, em troca de comida e bebida. As Bandeiras de Reis, como também são chamadas as Folias, têm versos próprios para pedir, agradecer e despedir-se dos moradores.

O catira é o coração de festas populares como as Folias de Reis e as de São Gonçalo, hoje particularmente expressivas no interior mineiro. Entre grandes catireiros estão Tonico e Tinoco (o primeiro, morto em 1994 e o segundo morto em 2012), que registraram incontáveis sucessos nos anos 1940 e 1950.

A folia de Reis mostra que um aspecto forte do universo caipira são as festas religiosas, e por mais que o caipira pareça um mundo antigo, uma realidade que ficou no passado, ainda persiste conforme afirma Rosa Nepomuceno: “Com todas as novidades introduzidas na roça ao mesmo tempo em que o caipira debandava em direção à cidade ele não se desfez de sua violinha. Ela não ficou esquecida atrás da porta. Esculpida em boa madeira, com seus cinco pares de cordas duplas, de arame, som meio frouxo – não podiam ser muito esticadas, porque arrebentavam – era seu luxo, sua riqueza”.