Celebrado em 2 de agosto, o Perdão de Assis é uma expressão sublime da Misericórdia de Deus.
Espiritualidade

O Perdão de Assis

Celebrado em 2 de agosto, o Perdão de Assis é uma expressão sublime da Misericórdia de Deus.

Escrito por Paulo Teixeira

10 SET 2018 - 11H35 (Atualizada em 18 JAN 2021 - 15H29)

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Por Padre Alexandre Mosqueli, Missionário da Imaculada-Padre Kolbe

Celebrado em 2 de agosto, o Perdão de Assis é uma expressão sublime da Misericórdia de Deus. Segundo relatos de fontes franciscanas, em certa noite, Francisco de Assis estava em profunda oração na igrejinha da Porciúncula, nos arredores de Assis, e pediu que, a todos quantos arrependidos e confessados viessem visitar tal igreja, lhes fosse concedido generoso perdão. Com o passar dos séculos, tal graça se estendeu a todas as pessoas que visitassem, no dia 2 de agosto, uma igreja paroquial. Para receber tal perdão, implorado por Francisco, essas pessoas precisam arrepender-se e confessar seus pecados; rezar o Credo, um Pai-Nosso e uma Ave-Maria; participar da Eucaristia, comungar e rezar na intenção do Papa. 

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Santa Maria dos Anjos

São Maximiliano Kolbe, como bom franciscano, fez do perdão um recurso para aproximar as pessoas de Deus. Sendo um homem de bondade e de misericórdia, atraía muitos fiéis para a confissão. Durante sua internação num sanatório, para se recuperar de uma pneumonia, muito fraco e ardendo em febre, exercia, com prontidão, o ministério da Confissão. Todas as vezes que um enfermo sentia a necessidade espiritual de se reconciliar com Deus, ele imediatamente, sem pensar em si mesmo, atendia aquela pessoa.

Os fiéis que acorriam a ele – não por fenômenos extraordinários – eram atraídos por sua acolhida alegre, algo tão simples! Com todos se mostrava disponível, cheio de compreensão e clemência. Padre Kolbe exercia o ministério da Confissão também dentro do campo de concentração de Auschwitz, durante a Segunda Guerra Mundial. Esta ação era perigosa naquele local. As autoridades nazistas proibiam toda e qualquer expressão religiosa. Tinham leis internas muito rígidas e não suportavam qualquer infração.

Contudo, para São Maximiliano Kolbe, a necessidade de uma pessoa em dificuldade tinha precedência sobre tudo. “Durante a noite ele confessava os prisioneiros, de modo escondido. Não obstante na prisão fosse severamente proibido ou punido com sentença de morte, ele continuava exercendo o seu ministério sacerdotal.” (Relato de Francisco Gajowniczek, pai de família salvo da morte no bunker, por Padre Kolbe).

São Maximiliano Kolbe seguia ele mesmo alguns passos para colher os frutos de uma boa confissão:

1- Exame de consciência

2- Arrependimento

3- Firme propósito de mudança de vida

4- Confissão sincera

5- Reparação em relação a Deus e ao próximo

Exame de consciência: iniciava com a ação de graças a Deus pedindo a Sua luz, com humildade e confiança, para obter a serenidade interior, a alegria, a santificação, a benevolência do amor de Deus e da Imaculada. Fazia um confronto pessoal, lúcido e franco, com a vontade de Deus.

Arrependimento: para obter uma autêntica “dor do pecado”, ou seja, arrependimento por ter cometido um erro que prejudicava a si mesmo e/ou ao próximo, sentia a necessidade de se guiar pela motivação maior, ou seja, o amor.

Firme propósito de mudança de vida: este propósito era avaliado de modo pessoal a partir dos ensinamentos do Evangelho, das Bem-aventuranças, dos Mandamentos de Deus, cujo primeiro é o amor. Ele expressava o propósito de ser melhor (emendar-se) de maneira sóbria e conforme suas possibilidades; isto para não ser abstrato ou exterior o propósito, mas para crescer e melhorar, de fato, com o tempo.

Confissão sincera: ele era muito consciente e convicto de que era preciso “colocar para fora” o pecado, pois é o que sai do ser humano que o torna impuro (Mc 7,15;20). A confissão é, portanto, o gesto concreto de assumir as próprias culpas, reconhecendo ser o autor do pecado cometido, sem procurar diminuir a sua gravidade e nem atribuir a outros tal responsabilidade.

Reparação do pecado: mesmo tendo confessado, o pecado deixa uma cicatriz, às vezes profunda. A ferida que o pecado provoca precisa então ser medicada e tratada. A reparação é a medicação e o tratamento terapêutico, jamais deve ter característica de penalidade ou de castigo. Esta reparação é sempre em relação ao irmão e a Deus.

São Maximiliano Kolbe faz referência à Imaculada quando fala do Sacramento da Confissão, e encoraja a considerar atentamente que, ao ser perdoado, após a absolvição do sacerdote, são eliminadas as manchas do pecado do coração do fiel. Deste modo, qualquer pessoa, no amor de Deus expresso no perdão, se “tornará, ao menos um pouco, semelhante à Imaculada” (São Maximiliano Kolbe, escrito 1234). Ele ainda lembra que quem “se esforça em tornar sempre mais pura e sincera a própria consciência, se assemelha sempre mais à Imaculada” (SMK, escrito 1245).

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