Há anos, mais precisamente em 2013, o Papa Francisco veio ao Brasil, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude. Eu não pude ir ao Rio de Janeiro, porque nesses dias tive que orientar um Retiro. Brinquei que só cancelaria o Retiro se o Papa me convidasse pessoalmente.
Ele não me convidou, e eu tive que me conformar em vê-lo pela TV. Talvez, quando ele for já Papa Emérito e eu tiver menos serviço, então nos encontraremos, não sei se em Roma ou em Buenos Aires, mas nos encontraremos com mais calma, sem o barulho da Jornada Mundial da Juventude.
Aliás, o próprio Papa foi o maior culpado do barulho que fizeram os jovens na Jornada. No dia 25 de julho, Francisco teve um encontro com os jovens argentinos que tinham vindo ao Rio de Janeiro. Empolgado com os torcedores de Maradona e Messi, o Papa lhes disse: “Desejo dizer-lhes o que eu espero da Jornada da Juventude: espero que façam barulho [Em espanhol: ‘!Que armen lio!’] Aqui, no Rio, farão barulho, sem dúvida. Mas eu quero que façam barulho também nas dioceses, quero que a Igreja saia pelas estradas, quero que nos defendamos de tudo o que é mundanismo, imobilismo, que nos defendamos do que é comodismo, clericalismo, que não fiquemos fechados em nós mesmos. As paróquias, as escolas, as instituições da Igreja são feitas para sair; se não fizerem isso tornam-se uma ONG e a Igreja não pode ser uma ONG piedosa...”
Os padres e os bispos devem ter ficado assustados, porque o Papa sentiu-se na obrigação de pedir-lhes desculpas: “Que me perdoem os bispos e os sacerdotes, se alguns de vocês, depois, lhes criarem muita confusão. Mas esse é o meu conselho. Obrigado pelo que vocês, jovens, puderem fazer”.
Depois, o Papa explicou porque os jovens devem fazer barulho: porque o mundo que está aí não é justo, porque em lugar de dar culto a Deus, esse mundo dá culto ao “deus dinheiro”, porque o mundo atual exclui os idosos, em uma espécie de “eutanásia cultural”, e porque exclui também os jovens. Por isso, temos tantos jovens sem trabalho, sem saúde, sem educação, sem dignidade... “Por isso os jovens devem irromper, devem fazer-se valer; os jovens devem sair para lutar pelos valores cristãos... Não se deixem descartar!”.
Houve um bispo brasileiro que teria gostado de ouvir o Papa Francisco: Dom Helder Câmara. Ele dizia: “Ser jovem é ter uma causa à qual consagrar toda a vida”. Você, jovem (rapaz ou moça), não gostaria de consagrar toda sua vida à Causa de Jesus?
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