Perfume de Francisco

São Francisco e a igrejinha à beira do caminho

"Seja forte e corajoso! Não se apavore nem desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar" (Js 1,9)

Rodrigo

Escrito por Rodrigo Vasconcellos

19 MAI 2021 - 10H00

Michelle Tresemer

Hoje eu quero fazer uma comparação de um trecho do livro “A Vida de São Francisco de Assis” de Tomás de Celano, com o nosso corpo e coração como templo.

O trecho:

“Como caminhasse na direção de Assis, deu com uma igrejinha à beira do caminho. Tinha sido levantada em honra de São Damião e já ameaçava ruína, pela sua muita antiguidade.”, “(São Francisco) Entra cheio de temor e reverência, e encontrando nela um sacerdote pobrezinho, com grande fé lhe beija as mãos consagradas, dá-lhe todo o dinheiro que traz consigo”, “o sacerdote quase não acredita no que ouve e recusa o dinheiro oferecido” e, por último “É que muito mais ambicionava ele: a sabedoria, que vale mais do que o ouro, e a prudência, que é mais preciosa do que a prata”.

Aqui, neste período, Francisco já havia se convertido e compreendido que faria coisas boas, conforme a promessa de Deus. Ansioso estava para começar. Não se continha de tanta alegria e já desprezava suas riquezas humanas. Havia compreensão de que tudo o que tinha precisava ser ofertado a quem não tinha.

Quando passou em frente a esta igreja a caminho de Assis sentiu em seu ser que precisava entrar. Como estava com o dinheiro da venda das mercadorias, entregou ao sacerdote desta pequena igreja dedicada a São Damião, porém o religioso não queria aceitar, porque conhecia a história de Francisco e sabia que dias antes, em plena juventude, estava metido em folias com parentes e amigos, e acreditava que poderia ser esta ação apenas uma brincadeira. Mas São Francisco insistiu.

Você, caro leitor, deve pensar que o sacerdote teria que aceitar a oferta sem recusa, já que a igreja estava à beira da ruína e ele poderia também ajudar as pessoas mais pobres.

Pode pensar que, ainda mais sendo um santo como Francisco, pai dos pobres, recusar a oferta é um absurdo. Mas chamo à sua atenção aqui para uma comparação: quantas vezes nosso corpo e nosso coração está em ruínas, assim como a igrejinha do livro? Quantas vezes pedimos uma salvação porque não estamos suportando mais a dor presente em nossa alma e quando surge um conselho amigo, uma palavra da bíblia, uma palestra não aceitamos por esperar que Deus virá em pessoa nos ajudar?

Não conhecemos o outro lado, a outra pessoa. Não sabemos se Deus tocou no coração daquela pessoa e somos parte da missão dela. Apenas acredite que mesmo estando em ruínas, despedaçados e machucados, Deus sempre irá nos amparar e enviar uma ajuda. Aceite com gratidão!

Já se sentiu em ruínas e recebeu uma ajuda de quem menos esperava? Conte pra gente!

Escrito por
Rodrigo
Rodrigo Vasconcellos

Formado em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), Rodrigo Vasconcellos, de 31 anos, nasceu em Santo André e atualmente mora na cidade de Atibaia. Estudante do catolicismo, nascido e criado em paróquia Franciscana, hoje ele busca viver intensamente seus dias refletindo a espiritualidade e vida de São Francisco de Assis. Sua frase preferida é: "A simplicidade não está nas coisas, mas em você"

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