Institucional

Milícia da Imaculada: 108 anos de projeto de evangelização

Missa na manhã desta quinta-feira (16) marcou celebração do aniversário de fundação da associação mariana idealizada por São Maximiliano Maria Kolbe, OfmConv

Escrito por Paulo Teixeira

16 OUT 2025 - 13H50 (Atualizada em 16 OUT 2025 - 14H44)

A celebração da Eucaristia na Milícia da Imaculada nesta manhã de 16 de outubro ganhou um significado especial com o aniversário de 108 anos de fundação da obra. O Frei Josemar Machado, que conduziu a celebração, relembrou a origem da Milícia da Imaculada e lançou um desafio àqueles que dão continuidade ao projeto de São Maximiliano Kolbe.

O legado de São Maximiliano

Frei Josemar compartilhou uma experiência pessoal em Roma, durante sua formação, que o conectou diretamente com a história da Milícia da Imaculada. "Eu tive a oportunidade de me hospedar exatamente nesse convento onde São Maximiliano fundou a Milícia da Imaculada", contou o Frei.

Ele refletiu sobre a origem de grandes projetos: "Todo projeto grande ele não começa com movimentos grandes. Ele começa, às vezes, no silêncio da oração. Todo projeto grande começa com a pessoa rezando, aí, aos pouquinhos, as coisas vão. 108 anos para chegar onde chegou".

A visão de São Maximiliano, há 108 anos, era "conquistar o mundo inteiro através da Milícia, usando os meios lícitos de comunicação". Hoje, com a tecnologia, a responsabilidade é ainda maior. "São Maximiliano em 2025. O que ele faria? O que nós vamos fazer?" , questionou o Frei, enfatizando que a mentalidade deve ser de continuidade, e não apenas de manutenção do serviço.


Nelson Henrique Nelson Henrique Frei Josemar Machado durante a homilia

Pilares da missão

O projeto de evangelização, que veio de Jesus Cristo e chegou até a Milícia da Imaculada, nunca será fácil. O Frei Josemar listou os três pilares essenciais da dimensão missionária:

Anunciar o Evangelho; Denunciar as injustiças e o que vai contra a vida humana; Testemunhar com a vida aquilo que se acredita, mesmo que isso custe a própria vida.

A reflexão se aprofundou na unidade de Deus – "Deus é um só" – e na vocação de cada pessoa como "templo do Espírito Santo". A questão central, segundo o Frei, é o que Deus encontra em cada um: "quando Deus tocou em mim, o que Ele encontrou? Uma casa mal-assombrada, um porão bagunçado, ou um espaço em que Ele poderia dispor para evangelizar?".

Alerta e lição

A continuidade do projeto requer mais do que admiração pelos santos. Frei Josemar citou São Francisco de Assis, que "não queria que os frades passassem a vida inteira contando a vida e milagres dos santos". Em vez disso, o São Francisco advertiu: "Eu admoesto que os frades não passem a vida inteira contando apenas os milagres e a vida dos santos, mas não procurem santificar-se". Assim, além de contar os feitos de Kolbe, devemos nos dedicar ao que está sendo feito com o projeto da Milícia da Imaculada hoje.

Em seguida, o Frei mencionou Santa Edwiges, padroeira dos endividados e dos mais pobres , cujo exemplo de caridade é "impressionante". Após perder seis filhos e o marido, ela usou seu dinheiro para "construir escolas, hospitais, conventos".

Frei Josemar propôs uma nova perspectiva sobre a intercessão da santa conhecida como padroeira dos endividados: "Eu peço a Santa Edwiges outra coisa: que eu saiba usar bem o dinheiro que eu tenho, em vez de eu usar para criar dívida". Ele ressaltou que, embora muitas dívidas venham de problemas sérios como saúde ou desemprego , algumas nascem da ostentação.

"Que Santa Edwiges nos ajude não só a pagar as nossas dívidas, porque isso é obrigação nossa. Mas que ela nos ajude a administrar bem os bens que temos, fazendo coisas boas com os bens que temos".

Inspiração

Ao concluir a reflexão, o Frei Josemar uniu a missão de São Maximiliano Kolbe e de Santa Edwiges, ambos da Polônia. Ele fez um apelo à coragem e à confiança em Deus: "Que essas duas pessoas, São Maximiliano e Santa Edwiges, que viveram em tempos diferentes, mas no mesmo país, nos inspirem a descobrir que, se tivermos coragem de trabalhar, se confiarmos em Deus, a gente pode fazer uma mudança significativa onde estamos. Com o pouco que temos, sem precisar fazer dívida".

A essência da vida cristã e da missão foi resumida na imagem do Sacramento da Eucaristia: "Deus vai pegar um pedacinho de pão, que é pouco, que é pequeno, e vai se colocar nele. E vai dizer: 'estou aqui, é tudo que eu tenho para te dar, sou eu. Quer que eu te alimente?'". O Frei finalizou com um alerta sobre as prioridades: "O problema é que a gente, às vezes, abre mão desse pão, e vai atrás dos hambúrgueres do mercado. Que não alimentam. Que adoecem".

A celebração seguiu com as preces, pedindo "por intercessão de Santa Edwiges e São Maximiliano, para continuar o nosso projeto de Evangelização com audácia missionária e responsabilidade.

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