No Sábado Santo, assim como Maria, saibamos silenciar

O Sábado Santo é um dia de silêncio e recolhimento para a Igreja. Não é um dia de luto, porque cremos que o Senhor ressuscitou e está vivo, mas é um dia de silêncio oracional. Durante o dia, não se celebra missa. A Igreja aguarda ansiosamente até a noite para celebrar a grande Vigília Pascal.

Em entrevista à Rede Imaculada de Comunicação, Dom Vital Corbellini, bispo da Diocese de Marabá, no Pará fala sobre este dia de silêncio e espera. Confira:

O sábado Santo é ainda um dia de silêncio e de espera. E à noite acontece a celebração mais rica da nossa Igreja, que é a Vigília Pascal. Qual é o significado e a importância desta celebração para nós, cristãos?

Esse significado é enorme, porque se nós celebramos assim, o mistério Pascal na sua intensidade durante toda a Semana Santa, justamente no Sábado Santo está o coração de todas as nossas liturgias, porque Cristo ressuscitou dos mortos, não está mais no Sepulcro, caminha com seu povo, venceu a morte, ele veio ao mundo para nos salvar. Ele não veio para condenar o mundo, mas veio para nos salvar. Então, o Sábado Santo tem um significado todo especial. É uma liturgia muito mais longa, toda significativa, ela tem muitas partes. São 4 partes, a liturgia da luz, da palavra, batismo e eucarística. Então, ela é mais longa e nós vamos vivenciá-la, porque Cristo ressuscitou, Cristo caminha conosco, Ele venceu a morte, venceu o pecado, então é a Alegria imensa. É a vigília das vigilas, assim chamada por Santo Agostinho. É a noite mais importante, da espera da humanidade pela ressurreição do Senhor.

Qual o significado do rito do fogo quando se acende a fogueira no início da celebração? E por que o Círio Pascal deve ser aceso ali, nas chamas da fogueira?

Significa o fogo novo. O Cristo, fogo novo. Então dele também a gente acende o Círio, que é aquela vela maior, que vai estar acesa em todas as nossas celebrações durante o período Pascal, significando o Cristo. Aquela vela nos coloca em comunhão com o Cristo que ressuscita dos mortos, é o eterno evento, caminha conosco.

Nesta celebração, se renova as promessas de batismo. Por que ela é feita nesta celebração?

Porque está em comunhão também com a igreja inicial, a igreja dos primórdios, onde os catecúmenos ali recebiam o batismo, a crisma, e também a primeira eucaristia. Há toda uma liturgia muito especial, muito importante. Então, é feita também ali, porque nós queremos renovar aquelas promessas do batismo, porque fomos batizados, introduzidos na comunidade cristã e por isso precisamos viver os compromissos do batismo, de denunciar o pecado, a desunião, a morte. Cristo caminha conosco. Ele é o eterno vivente, então a gente quer também renovar-se, para ter uma vida nova, uma vida da graça de Deus que nos acompanha sempre na caminhada.

Dom Vital, Maria, ocupa um papel muito importante em todo o plano de salvação de Deus, mas qual que é o papel dela no Tríduo Pascal, especialmente na celebração do Sábado Santo?

Maria colaborou com a obra da salvação. O Papa Francisco nos coloca a importância de Maria estar junto aos pés da Cruz. Ela acompanhou Jesus em tudo, então nós também devemos ter essa atitude de Maria, que ela aceita o plano da salvação que nos ajuda a amar o próximo, que nos dá força na caminhada, que não nos deixa sozinhos. E todos os pedidos que a gente faz, Maria leva até Jesus. Então, nesse período do Tríduo Pascal, ela acompanhou também seu filho, Jesus Cristo, na obra da salvação. Então, ela também sofreu ali aos pés da Cruz, depois com o corpo do próprio Cristo. Mas, ela teve a Alegria de ver como primeira discípula de Cristo, o ressuscitado, o Cristo que que apareceu também para ela. O Cristo passou pela Cruz, sofreu por todos nós, mas, ressuscitou! E é essa certeza que nós carregamos no coração. Cristo não está mais no Sepulcro, visto que caminha conosco. Que façamos esta Páscoa com muito amor, com muita Alegria.