Em Zakopane, uma estudante universitária me mostrou um folheto do senhor William Rose, conhecido em Cracóvia, sobre o YMCA e, referindo-se a uma crítica minha, me disse: “Eu não vejo nada de mal”. Eu peguei o opúsculo e o examinei com certa rapidez. O autor, mesmo tendo declarado que queria deixar as questões dogmáticas “aos especialistas, aos sacerdotes”, não as deixou em absoluto. Na realidade, observei que naquele opúsculo se ensinava que a remissão dos pecados se obtém por meio da oração e, mais adiante, afirma que na Idade Média os fiéis erravam ao mortificar os próprios corpos.
Tive a oportunidade de falar sobre este assunto com um pastor protestante na cidade de Nieszawa. Também ele se horrorizava diante da penitência, e quando o fiz notar que São Paulo confessa: “Castigo o meu corpo e o mantenho em servidão, para que não aconteça que, depois de ter pregado aos outros, venha eu mesmo a ser excluído” (1Cor 9,27), respondeu-me que estas coisas foram realizadas somente por São Paulo, mas que os outros não são obrigados a imitá-lo.
Também nos nossos dias muitos desejariam abolir toda mortificação, já que o degradado mundo de hoje procura a felicidade nos prazeres passageiros, sensuais e frequentemente pecaminosos.
Contudo, a penitência não é somente um privilégio exclusivo de São Paulo, nem um “erro” da Idade Média, mas um dever, um precioso dever de todos, pois não há ninguém sem pecado. E não começaram a praticar penitência nos séculos da Idade Média, pois desde os primeiros séculos da Igreja, os fiéis refreavam seus próprios corpos, obedientes aos preceitos de Cristo.
O próprio Jesus Cristo jejuou por quarenta dias no deserto e recomendou fazer penitência sob ameaça de perdição: “Se não fizerdes penitência, perecereis todos do mesmo modo” (Lc 13,5). São Pedro ensinava no templo: “Fazei penitência e convertei-vos, para que os vossos pecados sejam cancelados” (At 3,19).
Nós, membros da Milícia da Imaculada, sempre que possível, devemos observar o santo jejum com um fervor maior, porque a mortificação é uma potência que, junto com a oração, obtém as graças divinas, purifica a alma, a inflama de amor a Deus e ao próximo, e submete amorosamente as almas a Deus, por meio da Imaculada.
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