A consagração à Imaculada consiste em um ato da vontade feito uma vez e nunca mais revogado, segundo Kolbe. Não é questão de sentimento ou de memória, porque fundamental é somente conformar de modo sempre mais perfeito a própria vontade à da Virgem Maria e oferecer-se a Ela como “coisa e propriedade”: “O ideal de cada componente (da M.I.) é de pertencer à Imaculada, de ser seu servo, filho, escravo, coisa, propriedade, em suma, de pertencer a Ela sob qualquer denominação que o amor a Ela tenha imaginado ou queira, em qualquer tempo, pensado; pertencer a Ela sob cada aspecto por toda a vida, na morte e por toda eternidade. Ser seu sem qualquer restrição, irrevogavelmente, para sempre”(EK 1211).
Oferecendo-nos a nós mesmos à Virgem, oferecemos também tudo aquilo que nos pertence. Mas não é por isso que a consagração exige que se abandone o mundo, a família: “Não! Pode-se muito bem continuar a ocupar-se de todos os honestos afazeres nos quais está empenhado, só que enfim não se está mais sozinho a oferecer os próprios problemas cotidianos a Deus, mas é Ela, a Imaculada, da qual se tornou propriedade, que os apresenta a Deus” (EK 1310).
Para São Maximiliano Kolbe, então, a consagração à Imaculada deve ser: sem reserva, ilimitada no tempo e nas diversas situações ou circunstâncias da vida. Eis uma das suas ousadas expressões: “Eu, depois, sou todo e totalmente teu, seja tanto a alma quanto o corpo; a minha vida inteira, a minha morte, a minha eternidade te pertencem para sempre: digna-te fazer comigo qualquer coisa que quiseres. Eu estou plenamente satisfeito. Se quiseres, digna-te tomar-me também neste mesmo instante. Se preferires mais tarde, então mais tarde. Eu sou teu, Mãezinha” (EK 988).
Os termos com os quais Kolbe se refere mais frequentemente para exprimir a totalidade da consagração à Imaculada são “coisa e propriedade” e “instrumento”. Com o termo “coisa” Kolbe quer indicar que, como as realidades materiais se consumam com o uso, do mesmo modo o consagrado à Imaculada deve estar disposto a consumir-se por Ela.
O termo “instrumento”, de um lado indica a totalidade da própria doação, do outro, o aspecto dinâmico de total doação. Os termos coisa e propriedade evidencia que o nosso pertencer a Maria deve ser absoluto, sem qualquer obstáculo ou reserva, ajudam a entender que a entrega à Imaculada no seu dinamismo interno deve conduzir o cristão a uma transformação de si mesmo até alcançar a plena identificação, a verdadeira fusão com a Virgem Maria: “O elemento fundamental de uma semelhante transformação consiste em conformar, em fundir, em unificar nossa vontade com a sua”(EK 579).
Fonte: O Mílite
“Eram como ovelhas que não têm pastor”
O comentário teológico desta atividade messiânica é realizado por uma frase bíblica: “eram como ovelhas sem pastor”. Moisés diante de sua morte pede a Deus que estabeleça como chefe da comunidade “um homem que os preceda no entrar e no sair... para que a comunidade do Senhor não seja um rebanho sem pastor” (Nm 27,17). Como Josué tomará o lugar de Moisés, assim, os discípulos continuarão a missão de Jesus, o pastor messiânico que guia e protege a comunidade cansada e abatida. A motivação profunda do compromisso messiânico-salvífico de Jesus, que deve prolongar-se na missão dos discípulos, está na compaixão, naquele amor gratuito e ativo que o impulsiona a intervir para aliviar as misérias do povo, (Mt 14,14; 15,32; 20,34).
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