São Maximiliano Kolbe

Dar a vida é morrer mártir do amor

“Só o amor cria, o ódio destrói”: este foi o fio condutor da existência de São Maximiliano Kolbe

Escrito por Espiritualidade

14 MAR 2022 - 00H00

Divulgação

Dom Cláudio Cardeal Hummes

Na verdade, neste epílogo, os últimos 100 dias dos seus 47 anos de vida, São Maximiliano nos apresentou o verdadeiro vulto do sacerdote do Novo Testamento, isto é, ser misericordioso e confiável, carregando sobre si o sofrimento dos outros para libertá-los. Oferecer o sacrifício de si mesmo, da própria pessoa, do próprio corpo.

João Paulo II, na homilia de canonização, aos 10 de outubro de 1982, afirmava: “Maximiliano não morreu, mas ‘deu a vida’... para o irmão”. Havia nesta morte, terrível do ponto de vista humano, toda a definitiva grandeza da ação humana e da opção humana: ele por si se oferece à morte por amor.

E nesta morte humana estava o transparente testemunho dado a Cristo: o testemunho dado em Cristo à dignidade do homem, à santidade de sua vida e à força salvífica da morte, na qual se manifesta a potência do amor.

Justamente por isso, a morte de São Maximiliano Kolbe se torna um sinal de vitória. Foi esta a vitória infligida sobre um sistema de desprezo e de ódio para com o ser humano e para aquilo que existe de divino no humano, vitória semelhante àquela de Nosso Senhor Jesus Cristo no monte Calvário”.

E antes de declarar solenemente Maximiliano Kolbe mártir, apresentando a morte do santo de maneira persuasiva, se perguntava: “Sua morte não torna São Maximiliano particularmente semelhante a Cristo, modelo de todos os mártires, que dá sua vida na cruz para os irmãos? Não constitui (sua morte) um testemunho particularmente autêntico da Igreja no mundo contemporâneo?”.

Até o momento nos detivemos nos últimos 100 dias da vida sacerdotal do nosso santo. Mas, o que aconteceu antes? Sacerdote a partir do dia 28 de abril de 1918, em Roma, na Igreja de Santo André do Vale, apenas cinco meses depois consegue, numa carta à mãe, narrar toda sua emoção.

Em seguida retorna para a Polônia e inicia a grande atividade de apóstolo e missionário da Imaculada. Organiza a Associação Milícia da Imaculada, fundada em Roma no dia 16 de outubro de 1917 para procurar a conversão dos pecadores, hereges, cismáticos e sobretudo dos maçons; e a santificação de todos, sob o patrocínio e a mediação da Bem-aventurada Virgem Maria. É um projeto ousado, na medida das grandes almas, porque em seu programa não existe apenas uma parte espiritual, mas uma opção global. Escreve em 1924: “Com a ajuda da Imaculada devemos caminhar para isto: que os fiéis Cavaleiros da Imaculada se encontrem em todos os lugares, mas especialmente nos postos mais importantes como:

1) educação da juventude (professores de institutos científicos, mestres, sociedades esportivas); na direção da opinião das massas (revistas, jornais, em sua redação e difusão, bibliotecas públicas ou ambulantes, conferências, projeções cinematográficas, etc.);

2) nas belas artes (escultura, pintura, música, teatro); e, enfim,

3) os nossos mílites da Imaculada se tornem em todo campo os pioneiros e os líderes na ciência (ciências naturais, história, literatura, medicina, direito, ciências exatas, etc.).

Sob nossa influência e com a assistência da MI surjam e cresçam os complexos industriais, comerciais, bancos, etc...

Nós, hoje, com todo suporte tecnológico e os meios que dispomos, não ousaríamos tanto! Mas, como realizar este grande projeto? Aquele frade, que desde os tempos de formação tinha uma saúde frágil, sofria de tuberculose e deverá, muitas vezes, se recolher a sanatórios para ser cuidado, começa sua atividade corajosa, rápida, constante para envolver o espírito franciscano no nome da Imaculada. Não consegue ficar tranquilo num convento, alternando os tempos da oração com o apostolado conventual, as refeições com o repouso, mas se sente arder de paixão pelo reino de Deus a ser realizado, com a ajuda de Maria: deseja conquistar o mundo inteiro para a Imaculada.

Não é exagero, mas um projeto lúcido, levado adiante com o coração, os joelhos, a inteligência e os meios que o progresso lhe estão oferecendo, sobretudo a imprensa e o rádio.

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