Por Frei Sebastião Benito Quaglio Em São Maximiliano Kolbe

Maria: ideal de São Maximiliano Kolbe

Ter a Imaculada como centro da espiritualidade


Arquivo MI
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São Maximiliano Kolbe entendeu realmente quem era a Imaculada Conceição e o que Ela significava para a sua vida. Ele foi um franciscano que herdou diretamente esta conquista que é, diremos assim, o Dogma da Imaculada Conceição. De fato, tal conquista foi alcançada pelos franciscanos depois de uma luta que durou sete séculos e que foi coroada com a proclamação do Dogma pelo Papa Pio IX em 1854.

A mesma Virgem Santíssima, quatro anos depois, em Lourdes, na França, confirmou este Dogma com a auto-proclamação do seu próprio nome: “Eu sou a Imaculada Conceição”, disse à Santa Bernadette Soubirous.

Todo o ser humano precisa de um ideal, principalmente quando se fala de um ser humano “cristão”. Ele precisa, para ser motivado na sua existência, de uma meta. Então, São Maximiliano Kolbe coloca como objetivo da sua vida a própria Imaculada, não como fim em si mesmo, mas como a “porta” que o introduz no mistério da Santíssima Trindade, porque este é, afinal, o centro da sua espiritualidade.

Ele vê Maria como a mãe, filha e esposa deste Deus, Uno e Trino. Por isso, para São Maximiliano Kolbe, a Imaculada Conceição é vista como a criatura que, desde a origem, foi concebida de maneira privilegiada com uma existência perfeita, formada de uma humanidade que nunca se afastou de Deus. Portanto, Nossa Senhora, vista assim, para Maximiliano Kolbe, era o seu ideal. O ideal da sua própria vida.

Modelo

Ele viu em Nossa Senhora todas as virtudes elevadas à perfeição. Portanto, Maria Santíssima tinha que ser o modelo ideal da própria vida cristã, da própria vida consagrada porque, ao seu olhar, Ela era este ideal perfeito.

São Maximiliano Kolbe encontrou em Maria toda a sua realização como consagrado; entendeu quem era Nossa Senhora e, pensava que o Dogma da Imaculada Conceição foi uma conquista, mas, a partir, dela temos que começar a transformar o Dogma com a força pastoral. 

Temos agora que trabalhar com Nossa Senhora, esta mulher profetizada no Gênesis, capaz de derrotar todas as heresias, esta mulher do Apocalipse. Para ele, Nossa Senhora era esta imagem: a porta aberta para Deus. Ao mesmo tempo, através dela ele enxergava o mundo que Deus projetou para ser salvo (Ef 1,4). Dessa forma, é este o projeto de salvação de Deus que não podia ser frustrado de maneira alguma, pois o próprio Jesus diria que Deus ama o mundo a ponto de enviar o Seu Filho (Jo 3,16).

Consagração

Esta visão de São Maximiliano Kolbe era bem clara e este projeto abriu os olhos dele para entender que a vontade de Deus é a salvação do mundo. Sendo assim, ele nasceu no coração da Virgem Santíssima enxergando a humanidade como uma conquista a ser feita com Ela, para Deus. Porque Nossa Senhora existiu para abrir ao mundo as portas pelas quais entrou o Salvador.

Então, a Consagração a Nossa Senhora, que é uma entrega de nós mesmos a Ela. Para Maximiliano Kolbe, a Consagração torna-nos um instrumento vivo, totalmente disponível para que a Virgem Santíssima pudesse tornar o mundo de Deus. Depois, ainda entendeu que a sua vida podia ser uma vida de perfeita harmonia com a vontade de Nossa Senhora. Isto é, saber dar os passos juntos, operar juntos, lutar juntos, mas só com esta grande diferença: nele, quem lutava, quem andava, quem realizava era a Virgem Santíssima. E ele era praticamente este sinal vivo, este meio vivo, que pode concretizar a ação missionária de Nossa Senhora no mundo.

Convido todos a olhar para Maximiliano Kolbe como o homem que realmente colocou em prática aquilo que ele descobriu pela oração e pela fé, tornando Nossa Senhora viva na vida dele. E a Milícia da Imaculada é a “vida” dele, o ideal dele, o jeito novo dele existir.

Escrito por
Frei Sebastião (Arquivo MI)
Frei Sebastião Benito Quaglio

Frei Sebastião Benito Quaglio nasceu em 20 de julho de 1938, em Lendinara, no norte da Itália. Recebeu o nome de batismo Benito Quaglio e, quando emitiu os votos religiosos na Basílica de Santo Antônio (Padova), em 1958, recebeu o nome do mártir São Sebastião. O desejo de evangelizar com Nossa Senhora através dos meios de comunicação sempre permeou sua vida e foi na obra de São Maximiliano Kolbe que ele encontrou um ideal a ser seguido: conquistar o mundo inteiro a Cristo pela Imaculada!

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