O adeus a Frei Diogo Luís Fuitem

O corpo de Frei Diogo Luís Fuitem OFM Conv. segue sendo velado no Santuário Senhor do Bonfim em Santo André SP. Centenas de pessoas se reuniram na manhã desta terça-feira para prestar a última homenagem ao frade na missa de exéquias, presidida pelo Ministro Provincial Frei José Hugo Santos, com a presença de confrades da Província São Francisco de Assis e sacerdotes do clero da Diocese de Santo André.

A homilia foi proferida pelo Frei Antônio Corniatti, que foi ordenado sacerdote no dia 03 de setembro de 1967 junto com Frei Diogo, neste mesmo santuário onde seu corpo é velado. Frei Antônio pediu aos presentes que, ao sepultassem Frei Diogo, não se entristecessem, mas que se dirijam a ele que está presente com cada um mais do que nunca.

Hoje, às 13h30 será realizada a Liturgia dos fiéis defuntos, e às 14h acontece o cortejo para o cemitério Camilópolis, onde o corpo será sepultado.

Veja no link abaixo como foi a celebração da Santa Missa

Frei Diogo morreu na tarde do último domingo. Ele estava internado no Hospital Assunção em São Bernardo do Campo SP, desde o dia 22 de julho, após passar mal e sofrer uma queda enquanto presidia a celebração da Santa Missa no Oratório na sede da Milícia da Imaculada, no Riacho Grande.

Escritor, cantor, compositor e um grande apóstolo de Cristo, Frei Diogo conquistava a todos com seu carisma inigualável. De postura incansável e energia contagiante, estava sempre em movimento, buscando novos desafios. Sempre assumiu suas responsabilidades com entusiasmo e coragem. Sua ousadia sempre equilibrada por uma visão estratégica o tornava uma presença marcante por onde passava.

Conectado às tendências e ferramentas tecnológicas mais atuais, Frei Diogo sempre aparecia com uma novidade, uma ideia ou uma proposta, visando ganhar corações a Cristo. Com um faro jornalístico apurado, sempre trazia no bolso uma máquina fotográfica, à qual lançava mão sempre que sentia a notícia.

Frei Diogo com seus padrinhos da ordenação: José Facciolla e Olga Donati Facciolla, os pais de Eunice Paiva

A exemplo de São Maximiliano Maria Kolbe, fez da comunicação um instrumento eficaz de evangelização com seus livros e canções. Era amplamente conhecido na mídia católica, com participação em vários programas de TV e Rádio. Divulgou incansavelmente o Evangelho de Cristo atuando na Milícia da Imaculada sempre com o coração aberto e disponível.

Falava sem rodeios, era pontual e cobrava pontualidade. Sua objetividade era sempre acompanhada de um sorriso e uma canção. Hoje, seu canto se une ao coro celeste na eternidade, em adoração perpétua a Deus, ao lado da Virgem Maria, a quem ele amou e ensinou tantos a amar.

Frei Diogo Luis Fuitem, nasceu em Denno-Trento, Norte da Itália, aos 19 de março 1942. Aos 02 de outubro de 1953, entrou para o convento da Ordem dos Frades Menores Conventuais no Seminário-Convento de Camposampiero-Pádua. Depois de ter completado os estudos iniciais, no ano de 1958 iniciou o ano de provação ou noviciado na Basílica de Sant’Antônio de Pádua.

Frei Diogo com o Papa João Paulo II

No dia 30 de setembro de 1959, na Basílica de Santo Antônio de Pádua, emite os votos de pobreza, obediência e castidade. Sua profissão perpetua aconteceu no dia 04 de outubro de 1963, também na Basílica de Santo Antônio.

Por motivos familiares - os pais migraram da Itália para América Latina, Frei Diogo veio para o Brasil e aqui cursou os quatro anos de teologia. Foi ordenado diácono no dia 08 de dezembro 1966 na igreja de São José do Ipiranga, em São Paulo. Foi ordenado sacerdote no dia 03 de setembro de 1967 no Santuário Senhor do Bonfim por Dom Jorge Marcos de Oliveira, primeiro bispo da Diocese de Santo André-SP.

Frei Diogo, ao logo destes quase 58 anos de vida sacerdotal, participou ativamente da vida da Província. Esteve presente em praticamente todas as comunidades conventuais: paróquias e conventos.

Atuou como pároco de diversas paróquias dos estados de São Paulo e Paraná. Na Diocese de Santo André foi pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida (Aparecidinha) e Santuário Senhor do Bonfim. Atuou por 8 anos na Capela Maria Imaculada (atual Paróquia Maria Imaculada). Colaborou também na Paróquia São João Batista, no Riacho Grande, em São Bernardo do Campo SP.

Teve uma passagem significativa como editor da Revista O Mensageiro de Santo Antônio, por mais de 17 anos.

Frei Diogo, também era escritor e cantor, teve 18 livros publicados pelas editoras O Mensageiro de Santo Antônio e Loyola. Já na música, tem várias faixas conhecidas, como Telefone de Deus e Fica comigo Senhor, que estão disponíveis, além de outras canções, em plataformas como Youtube e Spotify.

Frei Diogo na Ordenação Sacerdotal ao lado dos confrades, os freis Antônio Corniatti e Geraldo Monteiro

Nos últimos anos, atuava como Assistente Espiritual da Ordem Franciscana Secular (OFS) e Cooperador da Milícia da Imaculada, no Riacho Grande, São Bernardo do Campo, onde colaborava com as atividades do Oratório Imaculada Conceição e São Maximiliano Maria Kolbe. Frei Diogo era também presidente da Fundação Pe. Kolbe de Rádio e Televisão, que é mantida pela Associação Milícia da Imaculada, com participação ativa em vários programas como o Ouvindo Você, rezando por você, Igreja em Pauta e Sertão de Deus.

Hoje, com os corações marcados pela saudade, mas também profundamente gratos, rendemos nossa homenagem a este frade que viveu, amou e se consumiu inteiramente pela causa do Evangelho. Sua vida foi uma entrega contínua, uma chama acesa que iluminou os caminhos de tantos, uma voz que não silenciou diante das dores do mundo, uma presença que fez diferença.

Ele não buscou glórias humanas, nem recompensas passageiras. Seu tesouro estava no céu, e sua missão foi ser sinal da presença amorosa de Deus entre nós. Do altar ao confessionário, da escuta silenciosa ao anúncio profético, foi instrumento de paz, consolo e verdade.

Hoje, ao nos despedirmos, celebramos uma vida fecunda. Seu testemunho permanece entre nós como herança espiritual e inspiração. Frei Diogo, sempre cantaremos suas canções... sempre o levaremos no coração. Que o Senhor o receba na plenitude do Reino. E que nós, que caminhamos ainda na estrada da fé, possamos seguir o exemplo desse servo fiel, que não teve medo de gastar-se pelo Evangelho.

Descanse em paz, amado Frei Diogo. Sua vida foi semente. E ela continuará a florescer.