Em média 8 bebês com menos de 1 ano foram internados por dia, no Brasil, por problemas relacionados a desnutrição, em 2021. No total, ocorreram 2.979 hospitalizações nessa faixa etária, o maior número absoluto dos últimos 13 anos. E um novo recorde deve ser batido em 2022, já que até o dia 30 de agosto a média diária tinha sido de 8,7, um aumento de 7%.
Os dados são do Sistema Único de Saúde e foram compilados pelo Observa Infância, uma iniciativa da Fiocruz e da Universidade Unifase. E apontam que a taxa de internações a cada 100 mil nascidos vivos chegou a 113 no ano passado, um salto de 51% em relação à registrada em 2011, que foi 75 internações de crianças desnutridas.
O coordenador do Observatório, Cristiano Boccolini ressalta que muitos fatores contribuíram para essa alta expressiva.
Os dados mostram ainda que bebês pretos e pardos são os que mais precisaram ser internados para se recuperar de desnutrição, sequelas da desnutrição ou de deficiências nutricionais. Eles respondem por 2 de cada 3 registros feitos entre janeiro de 2018 e agosto de 2022, considerando os casos em que há anotação de raça ou cor.
Já a análise por regiões mostra que a situação é mais crítica no Nordeste, onde a taxa a cada 100 mil nascidos vivos chegou a 171, ou 51% a mais do que a nacional. Também preocupa o aumento de 30% no centro-oeste, de 2020 a 2021.
Boccolini ressalta que mesmo que o SUS consiga recuperar essas crianças, as consequências para o seu desenvolvimento podem ser irreversíveis.
Além disso, de acordo com Boccolini, ainda que o número de mortes por desnutrição não tenha subido junto com as internações, a falta de nutrientes pode ter contribuído para o agravamento de outros quadros que levaram a óbito. Em estudos anteriores, o Observa Infância já identificou que mais de 50 mil bebês morreram entre 2018 e 2020 de causas evitáveis, incluindo diarreia e pneumonia.
De acordo com o Ministério da Saúde, apenas no último ano foram repassados R$ 345 milhões aos municípios para ações voltadas a crianças e gestantes com problema de nutrição. Além disso, o Brasil tem duas estratégias com o objetivo de prevenir e controlar a carência de micronutrientes: o Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A e o programa Nacional de Suplementação de Ferro e Estratégia NutriSUS.
Fonte: Agência Brasil
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