Igreja

Apresentada a Jornada Mundial das Crianças

“Será que um dia haverá uma Jornada Mundial da Criança?”. A pergunta havia sido feita ao Papa por Alessandro, de 9 anos

Escrito por Cibele Battistini

05 MAR 2024 - 00H00

A primeira edição da Jornada Mundial das crianças foi apresentada na Sala de Imprensa do Vaticano e terá lugar em Roma nos dias 25 e 26 de maio e será celebrada também a nível local em cada diocese. Cardeal Tolentino de Mendonça: o desejo de Francisco é que o encontro se torne um evento regular para a Igreja. O coordenador do evento padre Fortunato: proporemos três percursos de preparação: espiritual, solidário e cultural

“Será que um dia haverá uma Jornada Mundial da Criança?”. A pergunta havia sido feita ao Papa por Alessandro, de 9 anos, abrindo espaço entre alguns jovens “em diálogo” com Francisco num podcast, o Popecast, às vésperas da JMJ. “Seria belo, gosto muito”, comentou o Papa, achando-a uma boa ideia. “Vou pensar sobre isso e ver como fazer”, acrescentou.

O anúncio do Papa: no mês de maio, em Roma, a primeira Jornada Mundial das Crianças

E sua resposta não demorou a chegar. Francisco encontrou-se com mais de 7.000 crianças de todo o mundo no passado dia 6 de novembro na iniciativa “Aprendamos com os meninos e as meninas” e um mês depois, no Angelus de 8 de dezembro, anunciou para os dias 25 e 26 de maio de 2024 a celebração da primeira Jornada Mundial das Crianças (JMC), apresentada nesta sexta-feira, 2 de fevereiro, na Sala de Imprensa da Santa Sé. Para participar, é possível se inscrever hoje mesmo no portal www.worldchildrenday.org

A novidade trazida pelas crianças

Em conversa com os jornalistas, o cardeal José Tolentino de Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação - órgão ao qual o Papa confiou a tarefa de organizar a primeira Jornada Mundial das Crianças, - recordou o clima de alegria que caracterizou o encontro, cerca de três meses atrás, com as crianças. “Parecia olhar para uma fonte cujo jato vivo refrescava de esperança a terra e a Igreja”, por isso o desejo de Francisco de que o encontro dos pequenos com o Papa “se torne um momento que abrace efetivamente toda a Igreja com cadência regular”.

O Papa e as crianças do mundo: há pessoas más que fazem a guerra, nós trabalhamos pela paz

A JMC será celebrada a nível universal em Roma, no Vaticano, para onde convergirão as diversas delegações nacionais, e a nível diocesano, deixando a organização a cargo de cada Igreja local. “Característica das crianças é a sua novidade explosiva”, acrescentou o purpurado, afirmando que “as crianças são o mais belo e vivo comentário, escrito em carne, sangue e espírito, sobre a passagem do Apocalipse “Eis que faço novas todas as coisas”, que é o tema escolhido por Francisco para o primeiro encontro em maio próximo.

“Há uma novidade no Evangelho que os meninos e as meninas expressam à sua maneira – destacou o cardeal aos microfones da Rádio Vaticano – Vatican News – e é o que a Igreja quer colocar no centro, mostrando uma imagem de uma Igreja que sabe que é mãe, mas sabe também ser criança e ser mais jovem. As crianças são grandes mediadoras de alegria. Em uma época de niilismo, de pessimismo histórico como o que vivemos, as crianças são portadoras de uma fé concreta na humanidade".

Os pequenos são os protagonistas

Para o prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, a JMC - que oferece a possibilidade de tornarem-se protagonistas em momentos muito fortes de convívio, oração e formação - pode ser um momento para uma evangelização propositiva, face ao crescente analfabetismo religioso dos jovens e muito jovens, ao qual fez menção um jornalista.

“Vivemos uma crise de transmissão que não é só da Igreja – observou o cardeal – mas também das famílias, das escolas, e este dia é uma contribuição para uma transmissão bonita, adequada às crianças”. Mas a Jornada com as crianças também pode ser lido como um chamado para colocar os mais pequenos no centro de interessee da sociedade e das famílias, portanto, uma iniciativa positiva depois dos casos de exploração e abuso surgidos nas últimas décadas, recordados por um jornalista.

A máquina organizacional começou

Padre Enzo Fortunato, coordenador da Jornada, anunciou o início de uma mesa técnica que, juntamente com uma comissão, começou a trabalhar no evento, com o envolvimento de diversas instituições, dioceses e do Vicariato de Roma. “A coisa mais bonita é começar pelas crianças - sublinhou - e quem mais do que as crianças pode nos ensinar a fazer isso? E que sonho maior que a paz? Recomeçar a partir deles, da sua simplicidade e do seu desejo de futuro”

Crianças de áreas de guerra e conflito

Marco Impagliazzo, presidente da Comunidade de Sant'Egidio, ofereceu esclarecimentos sobre a participação de crianças de zonas de guerra e conflito. “Vamos comprometer-nos a acolher, de forma particular, as crianças das periferias”, afirmou, respondendo à pergunta de um jornalista, precisando que haverá menores refugiados na Itália, vindos da Eritreia, Síria, Afeganistão, e que irão e que serão convidadas crianças do Haiti, Palestina, Ucrânia, Sudão do Sul, Moçambique, Nigéria e Colômbia, também de outras confissões religiosas.

Padre Fortunato: Francisco ouviu o pedido das crianças

A presença destas últimas, harmonizará todo o contexto de oração, esclareceu o cardeal Tolentino de Mendonça, em resposta a outra pergunta. Acreditamos e professamos a nossa fé ao lado de outros crentes, sublinhou, e isso ficou evidente na experiência da JMJ de Lisboa, que também teve iniciativas ecumênicas. “Quando rezamos somos universais e as crianças darão um grande exemplo” destacou o cardeal.

Fonte: Vatican News

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